quinta-feira, 30 de abril de 2015

Joana leu: Ensaio sobre a cegueira, de Jose Saramago

Joana leu: Ensaio sobre a cegueira, de Jose Saramago
Ensaio sobre a cegueira
Jose Saramago
editora Cia. das Letras
312 páginas
"Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma treva branca, que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas. Esse livro é a fantasia de um autor que nos faz lembrar ´a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam'. José Saramago nos dá aqui uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio. Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu."


Ler esse livro é uma tarefa tão árdua quanto satisfatória: uma narrativa intensa, que exige do leitor toda a sua atenção e capacidade de raciocínio. Saramago criou brilhantemente um universo que apavora, mas que deixa bem claro a todo momento que não somos tão importantes como acreditamos ser.

Repentinamente, e sem qualquer explicação, as pessoas começam a ficar cegas, e esse mal súbito vai se espalhando como uma grave epidemia, atingindo muitas pessoas num curto período de tempo. Quando as autoridades decidem tomar uma providência, não sabem ao certo como agir, nem para cuidar daqueles que já cegaram, nem para proteger os que ainda exergam para que não sejam contaminados também. Então, para tentar resolver a situação, eles decidem isolar todos os cegos - e aquelas pessoas que já tiveram contato direto com algum deles - num manicômio desativado, que, teoricamente, teria capacidade para acomodá-los com o mínimo de conforto.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Passeios - 31ª Bienal de São Paulo, Obras Selecionadas

Passeios - 31ª Bienal de São Paulo, Obras Selecionadas
Depois de muito tempo sem conseguir postar nenhum passeio aqui no blog, finalmente conseguimos! Estamos nos sentindo vitoriosas em conseguir compartilhar nossa última aventura, que rolou no Sesc daqui de Campinas. Embora não tenha sido muito planejado (só ver pelas fotos de celular), fazia algumas semanas que queríamos visitar a 31ª Bienal de São Paulo - Obras Selecionadas, uma exposição itinerante que tá rolando no Sesc Campinas e também no Sesc Rio Preto. 


O título da Bienal é "Como (...) coisas que não existem", em que as reticências devem ser substituídas por "reconhecer", "lutar por", "ler sobre", "usar", "imaginar" e o que mais você quiser. Deve ser por isso, que no espaço há tantas coisas completamente diferentes, mas todas muito curiosas e interessantes, que realmente te levam a reflexão. Logo que cegamos já demos de cara com esta obra grandiosa de um artista chamado Éder Oliveira, que mostrava retratos de jovens negros encontrados nas páginas policiais. É impressionante o tamanho destas pinturas.


Sem dúvida, o que mais gostamos foram todas as instalações que traziam vídeos, todos muito interessantes que causam os mais diversos questionamentos. O primeiro (e nosso preferido) trazia um curta de jovens da turquia, que pediam pela conservação de seu bairro (uma versão resumida do vídeo abaixo). Também tinha um que falava da Festa do Divino, lá no Maranhão, intitulado "Nada é". Outro, chamado de "Ymá Nhandehetama", trazia as reflexões de um índio guarani e a relação com o homem branco. O último que vimos foi o "Apelo" que fala sobre a violência do país, tudo ambientado em um cemitério no município de Perus, em São Paulo.

Também adoramos as fotos da instalação "A última aventura", que trazia imagens do fotógrafo Romy Pocztaruk, que passou um mês percorrendo toda a rodovia Transamazônica (ou o que seria ela). As fotografias são muito interessantes, porque são carregadas de significado.


Tem dezenas de outras coisas interessantes que poderíamos comentar, mas como nós queremos que você visite a exposição pra ter a experiência que tivemos, vamos deixar que você aproveite e tire suas próprias conclusões :)


Serviço: 
O que?  31ª Bienal de São Paulo - Obras Selecionadas
Onde? No Galpão Multiuso do SESC Campinas
Quando? De 29 de março a 07 de junho de 2015
                Terça a sexta, das 8h30 às 21h. Sábado e domingo das 9h às 18h30 
Quanto?  GRÁTIS



Sandy e Helen Quintans
@prontousei

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Joana leu: The walking dead - a ascensão do governador, de Robert Kirkman e Jay Bonasinga

Joana leu: The walking dead - a ascensão do governador, de Robert Kirkman e Jay Bonasinga

The walking dead - a ascensão do governador
Robert Kirkman e Jay Bonasinga
editora Record
361 páginas
"No universo de The Walking Dead não há maior vilão do que o Governador. Ele é o déspota que governa a cidade isolada de Woodbury e tem doentias noções de justiça: seja forçar os prisioneiros a combater zumbis na arena para divertimento dos locais, seja destroçar violentamente aqueles que o confrontam. O Governador é um vilão que tão cedo não se esquece e a sua história é uma das mais controversas que Robert Kirkman, criador da estória, alguma vez concebeu. Agora, pela primeira vez, os fãs irão descobrir como é que o Governador se tornou esse homem implacável e aquilo que o levou a tais extremos."

Na primeira semana após o início do surgimento dos zumbis, Philip Blake, seu irmão Brian, seu amigo Nick e sua pequena filha Penny, tentam fugir das hordas de mortos-vivos e encontrar um local seguro para viverem, então, saem em busca de uma comunidade que parece estar se formando em Atlanta, com pessoas que conseguiram escapar dos ataques dos mordedores. O trajeto é cheio de surpresas e dificuldades que os desafiam o tempo todo e testam o limite da resistência física e psicológica deles.

Philip é claramente o chefe do grupo, aquele responsável por tomar as decisões mais difíceis e proteger os companheiros, zelando por sua segurança. Ele não tem medo de nada e só pensa em encontrar um lugar onde possa criar sua filha de maneira normal, longe dos zumbis que os ameaçam o tempo todo.

Em contrapartida, Brian, irmão mais velho, é um fraco: não consegue tomar a frente de nada, não é capaz de matar nenhum zumbi, mesmo que sua vida dependa disso, e fica junto com o grupo apenas por ter um laço de sangue com Philip e ajudar a cuidar de Penny. Se não bastasse tudo isso, ele ainda tem a saúde fragilizada e está a beira de contrair uma grave pneumonia, nesse cenário pós apocalíptico onde é quase impossível conseguir remédios, roupas e comida, além de um lugar quente para se proteger do frio.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

6 questões sobre a legalização do aborto

6 questões sobre a legalização do aborto
Há algumas semanas atrás a Helen havia postado um status no Facebook dela, apoiando a legalização do aborto. Como esperado, a publicação acabou gerando polêmica e apesar de termos apresentado o nosso ponto de visto em relação a isto, mesmo que muitas pessoas não tenham se convencido muito disto. A grande verdade é que as pessoas costumam ser contra por desinformação. Eu já fui contra o aborto, mas percebo que eu era contra porque não sabia muita coisa a respeito, apenas aquilo que via nos filmes. 

A gente acaba achando que o certo é sempre evitar temas polêmicos, que há certos assuntos que não devem ser discutidos, como política, futebol e religião. Eu já acho que sim, nós temos que discutir, temos debater, expressar nossos pontos de vista e temos de mostrar como as coisas podem ser melhores. Dá dor de cabeça? Dá sim, mas quando é feito com respeito, pode transformar o mundo. Pensando nisso, resolvi listar alguns motivos sobre o por quê eu apoio a legalização do aborto. E esta definitivamente é uma lista bem diferente das que estou acostumada a postar aqui.

1. Métodos contraceptivos falham - É isso, embora a camisinha seja o método mais seguro (não apenas contra a gravidez, mas principalmente para doenças sexualmente transmissíveis), não há nada que garanta que você não irá engravidar de forma alguma. É claro, que o aborto jamais irá substituir o anticoncepcional, pelo contrário. Eu lembro de já ter dito que nossa sociedade não estava preparada para a legalização, porque as mulheres poderiam deixar de se cuidar e optar pelo aborto como uma pilula do dia seguinte. Mas eu não havia parado pra levar em conta o quão traumático é para a mulher e as vidas envolvidas. E claro, mesmo com a legalização a educação sexual não vai ser deixada de lado, pois uma coisa não anula a outra, né gente?

2. É questão de saúde pública - Muitos governantes não tocam no assunto polêmico que é o aborto, é como um tabu que não deve ser defendido por ferir a doutrina de grande parte das religiões (se não, de todas). A verdade é que o aborto é uma questão de saúde pública, visto que milhares de mulheres morrem todos os anos por realiza-lo de forma clandestina, sem acompanhamento médico e psicológico. Legalizar seria garantir que dezenas de vidas fossem salvas.

3. Pró-vida de quem? - Uma das questões mais comuns quando se fala em aborto é o de que é um assassinato. Os pró-vida defendem a vida de um feto (que eu vejo como uma possibilidade de se tornar uma e não uma de fato), mas esquecem de defender a vida de quem é o carrega, o direto da mulher sobre o seu próprio corpo e de sua vida. Também esquecem de lutar pela vida daquela criança depois que ela nascer. A que situações este bebê pode ser submetido?

4. Ele já acontece - É fato que todas as pessoas conhecem alguém que já fez algum aborto, às vezes a gente só não sabe disso. Eu lembro de ter ficado chocada quando eu ouvi no banheiro da faculdade que uma colega de sala estava prestes a realizar um aborto. Foi aí que me toquei que o fato de qualquer um ser contra não significa que ele não acontece. Significa apenas que uma mulher vai passar por aquele episódio traumático no escuro, sem ajuda e correndo sérios riscos. O número de abortos não diminui com a legalização, mas o número de mortes em decorrência sim. Sabe por quê? Porque ele garante uma coisa que já acontece, só que com segurança, de forma consciente.

5. Homens abortam o tempo todo - Sim, eles realizam abortos o tempo todo. Quantas pessoas vocês conhecem que cresceram sem a presença de um pai? Pelo menos alguém. A diferença entre o aborto dos homens e das mulheres é que ele parece menos feio, menos traumático. Mas não há longo prazo. Por que a mulher também não pode escolher ser mãe ou não?

6. Você pode ser contra - Legalizar o aborto não torna todas as pessoas obrigadas a realiza-lo e se você for contra, pode continuar contra se ele for legalizado. Enquanto se ele não for, as pessoas que querem que ele aconteça não terão este direito garantido. Será mesmo que por quê você não faria um deveria impedir outras pessoas de exercer um direito?

Essas são apenas algumas razões sobre por quê eu sou a favor da legalização. Mas estas são apenas pinceladas em um assunto que é muito sério e precisa ser debatido. Por isso, vou sugerir alguns links pra quem estiver interessado em saber mais sobre isso (só clicar nos títulos abaixo).



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