quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Cinematura - Trilhas

Cinematura - Trilhas
Em agosto estava escrevendo no meu Medium o quanto a história de mulheres me transformavam e me encorajavam a ser mais forte. Eu também já comentei muito isso aqui, pois ouvi-las me emponderava de uma forma que algo com protagonistas masculinos nunca foi capaz de me oferecer – com raras exceções.  Também foi seguindo nesta linha que escrevi a lista de jornadas incríveis. E esse foi o caminho que percorri pra chegar até o Cinematura de hoje, com o maravilhoso Trilhas, de Robyn Davidson.


Essa história de certa forma já passou de diversas formas por aqui, mas por alguma razão ainda não havia lido o livro que deu origem a tudo. Robyn atravessou o deserto na Austrália sozinha – isto é, com sua cadela e seus quatro camelos – na década de 1970. Histórias como a de Cheryl Strayed já me fascinavam e com essa não foi diferente.


Ainda me pergunto, o que faz uma mulher largar tudo pra viver uma aventura como essa? Não são as mesmas razões que fazem um homem querer largar tudo. Nós estamos grudadas ao chão, pois nossos deveres e responsabilidades agem de diferentes formas sobre a maneira como nos portamos em sociedade. Por isso tudo isso me fascinava.


Robyn se inspirou nas viagens do pai para entrar nessa jornada, que foi financiada pela National Geographic e que rendeu as imagens mais lindas e um livro mais ainda. Mas ao contrário de Cheryl, ela não sabia qual o sentido daquilo tudo, apenas sabia que deveria ir. Era um chamado do coração.Às vezes não precisamos de uma razão concreta pra decidir mudar, pode ser apenas um sentimento que nos intriga.


Assim como a maioria das adaptações, o livro e o filme são universos completamente diferentes. Apesar disso, são obras completamente fascinantes dos dois jeitos. Lembro que quando recomendei a versão de cinema lá em 2014 já dizia que era um dos melhores filmes da vida e ainda me sinto assim. Porém, depois de ler o livro percebi que o longa é um resumo muito curto do que realmente foram esses meses no deserto e de cada dificuldade que Robyn passou. É uma história muito complexa para poucos minutos.


Essa foi a jornada que conseguiu me inspirar nesse ano, quando eu não conseguia ler mais nada. Foi por isso também que levei muitas semanas pra conseguir terminar, talvez eu precisasse conhecer a história de Robyn aos poucos. Afinal não é de um dia para o outro que atravessamos o deserto.

Sandy Quintans
@sandyquintans 

Cinematura é a coluna que falo sobre livros que viraram filmes. Há vezes que amo mais a história escrita e outras que acho que a versão pro cinema ficou melhor. Mas uma coisa sempre é certa: eu adoro conhecer duas versões de uma mesma história. Para ver outras edições, só clicar aqui


domingo, 20 de novembro de 2016

As maravilhosas dicas de beleza da Vovó Helen - Vinagre de Maçã

As maravilhosas dicas de beleza da Vovó Helen - Vinagre de Maçã
Depois de um século de sumiço e várias promessas de post não cumpridas, eis que estou aqui! 

Sempre que comento no facebook sobre os tratamentos caseiros que ando fazendo, muita gente me pede pra falar mais (é verdade, gente, não é papo de blogueira não... as pessoas me pedem mesmo hahaha). Então, vim compartilhar maravilhosas dicas de beleza do tempo da vovó.


Estou numa fase Bela Gil da vida: amando receitinhas naturais e consumo consciente. Pra falar a verdade, nunca fui de gastar horrores em cosméticos, mas também nunca havia me jogado nas receitas caseiras como agora. O que despertou meu interesse para esse novo lifestyle foi a minha aventura capilar. 

No final de junho, resolvi mudar a cor do meu cabelo virgem para uma fantasia. Como sou a rainha do DIY, resolvi fazer tudo em casa mesmo. Com a ajuda da Sandy, descolori o cabelo e ao lavar, na pressa de olhar no espelho como estava loiro, escorreguei no  banheiro molhado e quebrei o pulso. Uma fratura super chata de curar. No dia seguinte, passamos a tinta rosa e minha vida se transformou.
Falando assim até aparece que foi pra melhor, né? Foi nada. Meu cabelo ficou manchado, ressecado e perdeu todos os cachos que havia recuperado pós-transição.  De braço quebrado e sem grana, a solução foi pesquisar na internet por alternativas caseiras e milagrosas. Descobri um mundo novo! Li milhares de posts, assisti milhares de videos e entre tentativas e erros descobri receitas que não só salvaram meu cabelo, como me fizeram mais disciplinada. Vou contar pra vocês o que uso e como uso. É claro que sempre é bom lembrar que cada cabelo é um cabelo e que nem sempre o seu vai reagir como o meu. Mas é só testar e adequar à sua necessidade que é sucesso. O "episódio" de hoje é sobre o queridinho vinagre de maçã.


PORQUE O VINAGRE DE MAÇÃ É PURO AMOR

Quando li sobre isso pela primeira vez pensei "credo, o cabelo vai ficar cheirando a salada". Torci o nariz, mas resolvi arriscar. 

O vinagre de maçã possui em sua composição mais de 93 componentes nutricionais, vitaminas, sais minerais, enzimas, aminoácidos, pectina e betacaroteno e é rico em vitamina E. Seu maior benefício para os tratamentos estéticos é seu ph levemente ácido, compatível ao da nossa pele e cabelo.

Esses são os benefícios para o cabelo:

Cabelos ressecados: esses cabelos possuem as cutículas dos fios abertas e por isso tornam-se secos, ásperos, cheio de frizz e volumoso. O pH de um cabelo assim, normalmente é mais alcalino. Para deixar os cabelos mais saudáveis, é bom investir em produtos  que contenham o pH ácido para fechar as cutículas dos cabelos. O vinagre de maçã possui essa acidez necessária para fechar estas cutículas e manter o cabelo mais brilhoso, macio e com menos volume.
Para fechar as cutículas dos fios: depois de lavar os cabelos normalmente, misture no condicionador (a quantidade necessária para o comprimento dos fios) uma colher de vinagre de maçã. A quantidade de vinagre deve ser menor do que de condicionador. Massageie nos cabelos, deixe agir por 3 minutos e enxágue.
Para dar brilho: o vinagre de maçã equilibra o pH dos cabelos e também dá brilho. Para dar brilho, misture em um copo d’água, uma colher do vinagre de maçã. Depois dos cabelos lavados e condicionados, aplique a mistura, retire o excesso de água e não enxágue, deixe secar naturalmente. Faça isto sempre que sentir os cabelos opacos.
Limpeza do couro cabeludo: por suas propriedades antifúngicas, o vinagre de maçã limpa o couro cabeludo, melhorando a descamação. Misture água e vinagre na mesma proporção o suficiente para limpar o couro cabeludo. Massageie em movimentos circulares e enxague. Depois lave os cabelos normalmente; é como se fosse feita uma pré-lavagem.
Oleosidade do couro cabeludo: adicione no seu shampoo uma colher de vinagre de maça: isso irá equilibrar o pH do shampoo, melhorando a oleosidade.
Queda de cabelo: devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antifúngicas, o vinagre de maçã ajuda a tratar problemas com caspa, seborreia, dermatite, oleosidade excessiva e queda de cabelo. Com um algodão, aplique  o vinagre diretamente no couro cabeludo, apenas na raiz dos cabelos, evitando o comprimento e pontas, deixe agir por 10 minutos e lave normalmente.
Eu uso sempre depois de lavar pra fechar as cutículas e na fase de reconstrução do meu cronograma capilar (que num próximo post explico direitinho), misturando uma colher de sopa na máscara de tratamento e deixando agir por 40 minutos. O cabelo fica incrível!
E para a pele, os benefícios são esses:
Acne/oleosidade: devido à sua acidez, quando o vinagre de maçã é aplicado sobre a pele, os poros tendem a fechar, reduzindo a oleosidade da pele e melhorando a acne. Em uma xícara de água, adicione duas colheres de vinagre de maçã. Mergulhe um pedacinho de algodão, retire o excesso e aplique no rosto depois de lavá-lo com um sabonete específico para sua pele, pela manhã e à noite. Logo depois, aplique protetor solar ou creme de hidratação.
Mãos ressecadas: por equilibrar o pH da pele, o vinagre de maçã melhora o ressecamento da pele. Misture na mesma proporção, vinagre de maçã e creme hidratante e aplique nas mãos diariamente.
Manchas: o vinagre de maçã é um agente clareador natural da pele. Para isso, coloque vinagre de maçã em uma xícara, corte uma cebola ao meio e mergulhe a superfície da cebola no vinagre, deixado de molho por 10 minutos. Após isso, pegue a parte da cebola e esfregue sobre as manchas, deixe agir 10 minutos sobre a pele e enxague. Faça isso diariamente. O resultado deve aparecer em duas semanas.
Tonifica: o vinagre de maçã tem propriedades adstringentes, útil para o tratamento de doenças da pele como psoríase e inflamações. Ele também tonifica a pele, e reduz a aparência de linhas finas e rugas. Faça uns 50 ml de chá verde e acrescente uma colher se sopa de vinagre de maça, passe a mistura com um algodão na pele. Você também pode optar pelo chá de tomilho.
Tenho problema com melasma. Se eu ficar um pouquinho no sol, já era, ganho uma mancha horrorosa no rosto. É uma luta constante. Tenho aplicado o vinagre com água toda noite, antes de dormir e já percebo uma melhora significativa. Sem falar que os poros estão menores e a pele com aparência mais saudável. 

Por hoje, é isso. Testem aí e me contem depois. ♥
Helen Quintans
@helenquintans

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Playlist do P! - Sofrência is the new black

Playlist do P! - Sofrência is the new black
Aqui no sudeste o frio começou a dar as caras e tiramos os agasalhos do armário. Apesar de amar as temperaturas mais baixas, muita gente não gosta por ser uma época meio deprê. E se pararmos pra pensar, é mesmo né? É aquela fase do ano que as pessoas começam a pensar na vida, questionar, ficar mais introspectivas, o que consequentemente leva até as dores do coração. É a época da fossa. Primeiro vem o frio, depois o dia dos namorados e quando você menos percebe já colocou o Damien Rice pra tocar e tá chorando na frente da TV com algum filme bem romântico. Mas às vezes, até que é bom curtir uma fossa. 



Pensando no lado saudável da coisa, reunimos algumas das canções de fossa que mais adoramos do nosso tempo. É a dor cantada no século XXI. Pode ser que seja por um amor perdido, algo que nunca se concretizou ou uma declaração bem dolorida: o objetivo é mesmo mergulhar na dor. Aperta o play e prepara os lenços:


E como onde tem sofrência tem Pablo, não poderíamos deixar de fora a melhor bônus track de todas:



Sandy e Helen Quintans
@prontousei

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Cinematura - Se enlouquecer, não se apaixone

Cinematura - Se enlouquecer, não se apaixone
Lá nos meus tempos de locadora, me deparei com um filme muito legal e que era meio abandonado nas prateleiras pelo clientes. O que me levou a demorar um certo tempo pra assistir. Mas sempre que estava organizando a loja, parava pra olhar a capa e o título e sempre pensava que estava perdendo alguma coisa. E estava. Quando assisti "Se enlouquecer, não se apaixone" , eu amei. Gostava da maneira leve que ele se propunha a falar de depressão. Logo, eu descobri pelo Tumblr que havia um livro que inspirou a versão cinematográfica. Corta pra 2016, para o dia que estava passeando pela livraria e encontrei o adorável "Uma história meio que engraçada", do Ned Vizzini. E assim começamos mais um Cinematura.


A história é sobre Craig, um garoto de quinze anos, que leva uma vida normal no Brooklyn. Ele é extremamente inteligente, tem amigos, uma família feliz, mas que sente que há algo completamente errado consigo. Existe sempre uma peça faltando, assim como uma inabilidade pra lidar com a vida. Um dia, ele decide que está cansado de lutar e achar que nunca é o suficiente e resolve que irá se jogar da ponte do Brooklyn.


No meio do plano, ele tem um estalo que o impede de completar sua ideia de suicídio e resolve ligar pra emergência. Assim, ele se interna em uma clínica psiquiátrica, que o ajuda a lidar com seus problemas e que o faz perceber que existem mais pessoas como ele no mundo. O grande problema é que Craig sempre acha que não é capaz, que não pode resolver seus problemas, que o leva a um nível alto de ansiedade.


Por o livro tratar dos problemas de Craig de maneira leve, a gente acaba achando que tem um pouco de fantasia demais. Mas a história é baseada na experiência do próprio autor, que realmente ficou internado na clínica por cinco dias e logo depois teve a ideia de escrever algo inspirado no que ele passou. Algo meio parecido com o que aconteceu em "Garota, interrompida" (que já falei aqui). E é isso que me faz achar o livro tão interessante.


Eu já havia adorado o filme e depois que li a história completa, fiquei achando ainda mais interessante. É claro que como toda adaptação, há mudanças, mas a essência está toda lá. Na versão pro cinema, há diversos recursos pra descrever a mente de Craig, que só teria dado certo neste formato. Por isso, recomendo as duas versões. E a parte boa é "Se enlouquecer, não se apaixone" acabou de entrar pra Netflix ♥.


O mais interessante dessa história é a forma como nos dá esperança. Eu já convivi com pessoas com depressão a vida a toda, inclusive gente muito próxima a mim. É importante que haja obras como essa, que dá a perspectiva de que pode existir mudanças, mesmo que muitos dias sejam mais difíceis que os outros. É ainda mais importante quando vemos um relato de alguém realmente passou por isso. Faço uma referência no passado, porque infelizmente Ned Vizzini realmente se suicidou em 2013, alguns anos depois de ter se internado. O que só reforça a importância da sua obra e que prova o quanto a depressão é um problema sério.



Sandy Quintans
@sandyquintans

Cinematura é a coluna que falo sobre livros que viraram filmes. Há vezes que amo mais a história escrita e outras que acho que a versão pro cinema ficou melhor. Mas uma coisa sempre é certa: eu adoro conhecer duas versões de uma mesma história. Para ver outras edições, só clicar aqui

quarta-feira, 13 de abril de 2016

6 documentários da Netflix pra você repensar consumo

6 documentários da Netflix pra você repensar consumo
Netflix está aí pra provar que amor existe, né gente? E no meu caso, é amor em forma de documentários, o que acabou me ajudando a repensar um monte de coisas. Eu tenho acompanhado vários longas que debatem temas ligados ao nosso estilo de vida. Vocês sabem, há alguns meses estamos falando de como estamos comprando menos coisas, pensando em reaproveitamento e em uma moda mais prática. Então, resolvi fazer uma listinha com algumas das coisas que assistir por lá e que me ajudaram: 


1. Cowspiracy

Como o próprio nome sugere, este documentário fala sobre uma possível conspiração para proteger a indústria da carne. Ele questiona sobre como falamos tanto de aquecimento global e emissão de gases de efeito estufa, sem que a produção de proteína animal seja colocada na conta – apesar de ser comprovadamente uma das maiores poluentes. Ele também mostra que a produção de forma sustentável pode ser muito boa para o planeta, mas que é inviável.


2. True Cost 

Este pode ser o mais importante da lista, porque ele discute os impactos da indústria da moda no ambiente. Desde a produção de lixo, incentivada pelos fast fashion, até a forma como as roupas são fabricadas em países pobres e sem as mínimas condições para os trabalhadores. Esse realmente vai te fazer pensar melhor na hora de comprar uma peça nova.


3. No Impact Man

O filme mostra uma família que decidiu viver sem causar impactos no meio ambiente. Eles passam a reduzir, e até zerar a produção de lixo, desligam a eletricidade, se locomovem de bicicleta e comem apenas alimentos orgânicos. Acredite, tudo isso é um desafio muito complicado de se fazer com o nosso atual estilo de vida.


4. Iris

Apesar de não tratar de conscientização diretamente, o filme é muito inspirador por tratar da vida de uma das maiores fashionistas de todos os tempos. A relação que ela tem com a moda é muito interessante, ainda mais que ela é conhecida por garimpar e pechinchar por suas peças como ninguém. Ela pode nos ensinar a nem sempre aceitar a primeira oferta, né?



5. BlackFish

Este documentário chegou a ser indicado ao Oscar e fala de uma forma diferente de consumo. Ele mostra a história do parque mundialmente famoso SeaWorld e sobre como as baleias vivem em cativeiro. Mostram desde a caçada dos filhotes nos anos 1960 até todos os casos de mortes de treinadores e as péssimas condições nos cativeiros. O documentário causou tanto impacto, que o SeaWorld teve que fazer uma série de modificações e muitas pessoas passaram a boicotar o parque. Mas não apenas nos faz questionar parques aquáticos, como todas as atrações que usam amimais.


6. Living on One Dollar

O filme fala sobre dois amigos que decidem viver com apenas um dólar por dia. A jornada se passa na área rural da Guatemala e a parte mais legal é que além de aprenderem a viver apenas com o mínimo e desenvolver grande parte das coisas necessárias, ainda aprendem com as dificuldades daquele povo, totalmente fora da realidade deles.


Bônus - The Future Fashion 

Ficou impossível deixar de colocar a série  para o Youtube desenvolvida pela Vogue Britânica que fala sobre o futuro da moda. Nos vídeos, a queridinha Alexa Chung entrevista diversos profissionais da indústria, desde estudantes, passando por estilistas, até jornalistas pra mostrar como tudo funciona e realmente debater a importância da moda. O único contra é que não tem legendas, mas se você tiver um conhecimento básico de inglês, vai conseguir entender boa parte. É uma série incrível que já teve duas temporadas, uma na Inglaterra e outra em Nova York.



Sandy Quintans
@sandyquintans

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Joana leu: Loving the band, Emily Baker

Joana leu: Loving the band, Emily Baker
"E se você entrasse na vida da boy band dos sonhos de toda garota? Quando Jess e sua melhor amiga, Tegan, conhecem pessoalmente o The Only Truyh, a boy band mais badalada do momento, não imaginam o tamanho da aventura em que vão se meter. Jess começa a se envolver não apenas com um, mas com dois dos meninos da banda. Um é amigável e conquistador, e o outro é sério e mais fechado. Como decidir, se ambos são gatíssimos e carinhosos? Por tudo isso, ao final das férias, Jess se vê obrigada a tomar a maior decisão de sua vida."



Comprei esse livro numa ótima promoção, só porque li a sinopse e vi que era uma daquelas estórias beeem teen, que eu adoro. Durante a leitura essa primeira impressão se confirmou, mas eu não imaginava que seria tão simples.

A jovem Jess está de férias na casa de seu pai em Londres, junto com sua melhor amiga, Tegan. Numa noite em que saem para jantar se deparam com um grupo de garotos lindos e simpáticos, de quem acabam se aproximando por causa de um incidente. A princípio, Jess não sabe que se trata de uma super boy band. Logo ela se interessa por Shaq, e parece que os dois vão ficar, até que outro menino da banda, Riley, se aproxima dela e acaba atrapalhando a investida do amigo.

Jess passa muito tempo com eles, e mesmo estando com Riley, seu coração tem uma quedinha por Shaq, que fica o tempo todo por perto, observando e esperando, enquanto o amigo fica com os beijos e os abraços. Praticamente todo o enredo gira em torno desse triângulo amoroso adolescente e da decisão que Jess tem que tomar. Será que ela vai escolher a doçura de Shaq ou a ousadia de Riley?

Para uma leitura de entretenimento, o livro cumpre sua função. A escrita bastante simples, o vocabulário utilizado é muito básico. O ritmo narrativo intercala momentos dinâmicos, onde tudo acontece rapidamente, e outros mais lentos, principalmente quando Jess reflete sobre as atitudes dos seus dois pretendentes.

Os personagens são tão profundos quanto se pode esperar de uma estória que era uma fancfic, escrita por uma pessoa com pouca experiência.  Pelo que eu soube depois de terminar a leitura, a autora é muito fã da banda One Direction, e uma de suas fanfics inspiradas neles fez tanto sucesso que virou esse livro. Nada contra escritores inciantes, afinal, todos têm que começar de algum lugar, mas a realidade é que a maioria dos primeiros trabalhos de alguém é mais fraco que o restante de suas criações, pois só se aprende a escrever escrevendo. Na verdade o enredo é bem simples e não há reviravoltas ou surpresas que possam mudar o destino dos personagens. Quase não temos descrição de cenários, pois a autora prefere focar no relacionamento entre as meninas e a banda, e suas dúvidas e desejos adolescentes.

Não é uma leitura perdida, pois como já disse, ela serve para entretenimento. É possível ler o livro em poucas horas, por seu tamanho e também por sua simplicidade. Mesmo não sendo uma leitura que vai ficar entre as mais marcantes da vida, é um livro gostoso de ler, e vale pela nostalgia da época de adolescente, afinal, que menina nunca foi caidinha por uma boy band de sucesso? (eu ainda sou!)


Loving the band
Emily Baker
editora iD
200 páginas
Joana Masen
@joana_masen

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Cinematura - O Quarto de Jack

Cinematura - O Quarto de Jack
Sabe por quê eu adoro a temporada de Oscar? Não é pela cerimônia, ou pelos vestidos ou pra descobrir apenas quem vai levar o quê. É pra descobrir histórias. Filmes maravilhosos indicados e também aqueles que ficaram na listinha de rejeitados. A graça está aí. É uma temporada de coisas boas pra ver. Mas, a grande verdade é que quando chego na metade do ano, quase já não lembro de grande parte dos filmes da temporada de premiações. Porque eles simplesmente não têm alma, sabe? Em muitas  vezes, é apenas um aglomerado de coisas bonitas. E, felizmente, não foi nada disso que eu senti quando vi “O Quarto de Jack”, tanto é que coloquei ele na minha lista de coisas que valiam a pena serem vistas. 


Esse sentimento só aumentou quando eu resolvi ler o livro da Emma Donoghue, que deu origem ao filme. Aquela história me tocava de tantas formas, que achava que meu cérebro poderia explodir. Era um relato que, com inocência, falava sobre coisas que só nós mulheres entendíamos. É aquele velho medo do abuso, unida com aquela velha história de superação. Todos os dias.


O quarto é o único lugar que nosso pequeno narrador conhece –  Jack –  de apenas cinco anos. Pra ele, aquele universo é incrível. Tem todas as coisas de que precisa e a presença de sua mãe. O que ele não imagina é que lá fora existe um mundo imenso, cheio de tudo aquilo que ele acha que tem apenas na TV – com exceção da Dora, claro. O problema é que a mãe de Jack, a Joy, foi sequestrada quando tinha 19 anos. E Jack nasceu no cativeiro, fruto dos abusos de seu sequestrador. Você termina essa história achando que aconteceu, mas é uma obra de ficção. Um relato que reúne dezenas de casos reais que vimos passar na TV.  


Apesar de ser uma história pesada, a narração de Jack deixa tudo mais leve, porque vimos tudo pela visão dele. Tanto no livro quanto no filme, é uma delícia sem fim acompanhar as descobertas dele no mundo. E, principalmente na versão escrita, morri de rir com as suas trapalhadas.  Eu achava que seria uma leitura chata, porque além de um tema pesado, não conseguia enxergar como a história poderia avançar aos olhos de uma criança tão nova. Mas me enganei completamente.


Tanto a versão para o cinema, quanto a versão original são incríveis. Porém, são duas histórias distintas. Apesar da primeira parte do filme ser bem fiel ao livro, as continuidade são bem diferentes. Talvez, a forma como a segunda metade da história foi escrita não fizesse tanto sentido no cinema. Por isso, achei muito sábia as mudanças que fizeram.


Outro trunfo do filme são os atores. Não é a toa que a Brie Larson ganhou o Oscar de melhor atriz. Além disso, o entrosamento entre ela e o pequeno e incrível  Jacob Tremblay é a melhor coisa da história. Nós terminamos de assistir o filme suspirando com a graça dessa criança, sem contar que é um ator maravilhoso, que carrega o filme praticamente sozinho. Afinal, ele é o nosso pequeno protagonista.


Sandy Quintans
@sandyquintans

Cinematura é a coluna que falo sobre livros que viraram filmes. Há vezes que amo mais a história escrita e outras que acho que a versão pro cinema ficou melhor. Mas uma coisa sempre é certa: eu adoro conhecer duas versões de uma mesma história. Para ver outras edições, só clicar aqui

terça-feira, 5 de abril de 2016

Que tal customizar?

Que tal customizar?
Vocês devem se lembrar de que na época em que éramos adolescentes nós amávamos deixar nossas roupas com a nossa cara o máximo possível. Afinal de contas, a regra número da adolescência é ser diferente de todo o resto do mundo. Eu não sei o motivo, mas quando crescemos acabamos deixando esse hábito de lado ou simplesmente achamos que isso não vale pra nossa fase adulta. 

Quando em "Grande Menina, Pequena Mulher", a Molly faz um tutu pra Ray ♥
Aqui no P!, nós tivemos a fase de customização e fazíamos diversos pequenos projetos. Aliás, foi assim que nasceu nossos posts de DIY. A ideia era dar uma cara nova pra uma peça que estava meio caída, meio sem graça, meio sem vida e transformar em algo novo. Ainda mais se não fosse pra ter cara de abadá, né? Customização não precisa ser uma camiseta recortada, pode ser um detalhe que deixe a peça com a sua cara. 

Vocês lembram quando a Helen salvou uma camiseta que ela ganhou de brinde, apenas colocando alguns ilhoses e alguns detalhes na manga? Ou quando ela transformou uma camiseta em um vestido? Essas foram apenas algumas ideias simples que transformaram essas peças ♥ 

Nesses tempos, em que estamos questionando nossa forma de se vestir, às vezes uma mudança sútil em uma peça pode trazer ela de volta pro seu guarda-roupa. Passar por uma transformação de estilo não é tão viável economicamente. Por mais que você coloque todas as suas peças à venda e consiga levantar certa quantidade de dinheiro, nunca vamos conseguir se desfazer de tudo. 

Nós não podemos nos esquecer de que nossas roupas são uma forma de nos definir e de representação. Até mesmo as pessoas que preferem sempre o básico e se dizem “sem estilo”, faz parte de quem elas são. Então, que tal customizar e dar um up nas suas roupas ao invés de se simplesmente se desfazer? 

Sandy Quintans
@sandyquintans

segunda-feira, 4 de abril de 2016

DIY - Do brinde ao luxo: Customizando conjunto de xícaras

DIY -  Do brinde ao luxo: Customizando conjunto de xícaras

Final de ano é sempre aquela coisa, muita gente desejando felicidades, preparações para os feriados prolongados, momentos com a família e: brindes sendo distribuídos em todo canto. Foi assim que a Sandy ganhou um conjunto de xícaras - lindas -, mas que vinham com uma baita logomarca em cada lado das peças. Vocês sabem, não abrimos mão de uma pequena transformação, só pra não jogar fora algo que pode ser útil ou bonito. Depois de uma pesquisa rápida no Pinterest, achamos algumas referências e optamos em transformar aquelas xícaras que vieram de brindes em algo lindo.


Os materiais são muito simples para o que decidimos fazer: tinta spray dourada (pra que tudo fique rico!), fita crepe e tesoura ou estilete. Basicamente, escolhemos uma forma geométrica pra tamparmos a logomarca, que poderia ser diversas opções. Com a fita crepe delimitamos o espaço que ia ser pintado e cobrimos todo o redor. 




Como a tinta é spray, é muito importante que cubra todos os espaços, pois ela acaba espirrando por todo lugar. Aproveitamos e também fizemos um detalhe nos pires, pra poder combinar com o desenho que fizemos na xícara. Depois de pintarmos todas elas - de preferência com uma camada fina pra que o acabamento fique mais bonito -, deixamos secar por pelo menos três horas.


Prontinho! Agora é só preparar um bom café e chamar as visitas. No nosso caso, deixamos os convidados de lado pra poder estrear mais rápido as xícaras mais luxosas da nossa coleção ♥. E não é que ideias simples são sempre as melhores?



Sandy e Helen Quintans
@prontousei

sábado, 2 de abril de 2016

O mundo sem ninguém.

O mundo sem ninguém.
Eu sou a última sobrevivente. Além de mim, só existe o vazio. Eu sou o vazio.


Eu poderia ser livre, mas não existe nenhuma prisão. Não existe ninguém para que eu possa odiar, ninguém para que eu possa amar.


Eu sou apenas uma lembrança. A poeira daquilo que um dia existiu.  Meu único inimigo é o meu coração e nenhuma arma vai me proteger. A natureza devorou a saudade. 



Não existe mais tempo, eu sou passado, presente e futuro. Nada se move.



Não existe pecado ou perdão. O sofrimento se tornou inútil e a alegria, irreal.



Não existe poesia quando a métrica é a repetição infinita.



Eu sou apenas uma fração de segundo, mas a minha respiração parece eterna.



A eternidade é luz e sombra.



A beleza é inútil.



Eu sou a última sobrevivente. Além de mim, só existe o vazio. Eu sou o vazio. 



Fotos: Helen Quintans
Texto: Flávio Carnielli
Modelo: Renata Cirigliano

quinta-feira, 31 de março de 2016

Joana leu: Nunca jamais, Colleen Hoover

Joana leu: Nunca jamais, Colleen Hoover
"Charlie Wynwood e Silas Nash são melhores amigos desde pequenos. Mas, agora, são completos estranhos. O primeiro beijo, a primeira briga, o momento em que se apaixonaram... Toda recordação desapareceu. E nenhum dos dois tem ideia do que aconteceu e em quem podem confiar. Charlie e Silas precisam trabalhar juntos para descobrir a verdade sobre o que aconteceu com eles e o porquê. Mas, quanto mais eles aprendem sobre quem eram, mais questionam o motivo pelo qual se juntaram no passado."




Tem coisa mais emocionante do que um livro da Colleen? Acho que não! Mesmo escrevendo em parceria com outra autora, Tarryn Fischer, dá para reconhecer seu toque na narrativa, e seu estilo de escrita apaixonante/dramático.

Essa estória começa com um mistério: de repente, sem saber de onde veio ou quem é, Charlie 'acorda' no meio do colégio, com uma garota estranha à sua frente. Ela não se lembra de nada, nem mesmo de seu próprio nome, e vai tentando disfarçar sua desorientação em meio aos outros alunos e aulas onde o professor parece odiá-la, sem ela nem ao menos imaginar o motivo.

De outro lado encontramos Silas, que está vivendo a mesma situação, e que faz de seu encontro com Charlie uma razão para tentar descobrir o que está acontecendo com eles. O mais estranho é que eles conseguem lembrar de coisas aleatórias como quem canta alguma música ou informações sobre algum filme qualquer. Isso torna tudo ainda mais misterioso: como é possível duas pessoas, ao mesmo tempo, perderem a maior parte de sua memória?

Aos poucos eles vão juntando pequenas informações que vão lhes mostrando quem eles eram, e que tipo de vida levavam. Logo de cara eles descobrem que eram namorados há muito tempo, e que suas famílias eram amigas, mas agora, por algum motivo que eles ainda desconhecem, se tornaram inimigas mortais.

Silas é um fofo: o tempo todo tentando diminuir a tensão da situação em que se encontram, o que vai irritando Charlie cada vez mais, já que tudo o que ela quer é descobrir quem é aquela Charlie de ontem, uma pessoa que parece ser tão diferente dela. 

Como não poderia faltar num livro da Colleen, aqui também tem romance, mas ele se dá de forma muito delicada, aos poucos, como se pudesse se quebrar a qualquer momento. Também pudera, ao mesmo tempo em que Silas sente que pode se apaixonar facilmente por Charlie, ele percebe que ela luta contra esse sentimento, e aposta que vai conseguir conquistá-la novamente. Cada mínimo detalhe que eles descobrem sobre o relacionamento do qual eles não se lembram é delicado, e alguns deles podem arrancar suspiros da leitora mais emotiva.

A única razão que me fez não dar nota 5 de 5 para esse livro foi o final, e não foi por ser ruim, mas por ser tão repentino e surpreendente que me deixou revoltada. Eu já sabia que a estória não se fecharia nesse livro, já que é parte de uma trilogia, mas não estava preparada para as duas últimas páginas e, principalmente, para os últimos parágrafos desse primeiro volume. É cruel e ao mesmo tempo brilhante, deixando tudo em aberto, no momento mais crítico da amnésia dos personagens. Não posso falar mais para não dar spoiler, então, leiam e entendam o meu sofrimento. E juntem-se a mim na campanha pela publicação do segundo livro, pra ontem.


Nunca jamais
Colleen Hoover e Tarryn Fischer
editora Galera Record
192 páginas
Joana Masen
@joana_masen

segunda-feira, 28 de março de 2016

Cinematura - Meio Sol Amarelo

Cinematura - Meio Sol Amarelo
A Chimamanda Ngozi Adichie é uma dessas autoras que transforma nossas vidas com palavras. Quando li Americanah, por mera curiosidade, terminei achando que minha cabeça fosse explodir com aquele romance. Era fantástico descobrir coisas sobre o feminismo - que nunca tinham me ocorrido, mesmo vivenciando todos os dias - , ou as semelhanças entre o Brasil e a Nigéria. É curioso pensar que nossa cultura é extremamente ligada com a África, mas só ficamos exaltando nossas influências europeias, né? Essas foram algumas das coisas que aprendi com ela.


Foi assim que não pensei duas vezes antes de ler Meio Sol Amarelo, que fala sobre um período muito importante na história da Nigéria, uma guerra civil. Na década de 1960, o país se dividiu em dois, em que foi criado a estado independente de Biafra. Pra contar essa história, a Chimamanda relata com três pontos de vista, do Ugwu, da Olanna e do Richard. 

Ugwu é o primeiro personagem que conhecemos no livro, que é o empregado da casa de Odenigbo, namorado de Olanna. Ele é um menino pobre, que com a convivência com os intelectuais da cidade de Nsukka e por incentivo do patrão, começa aprender a ler e escrever. Logo, ele se torna parte daquele ambiente, bem diferente da realidade em que vivia com  família em um vilarejo pobre. 


Apesar de só descobrirmos depois, Olanna é a personagem principal do livro. Ela é filha de uma das famílias mais ricas da Nigéria, foi educada na Inglaterra, mas prefere abdicar de todo o conforto do seu estilo de vida e se muda de Lagos para Nsukka pra viver com seu grande amor, Odenigbo, e lecionar na Universidade. Olanna é muito bonita e é considerada a preferida entre ela e sua irmã gêmea, Kainene, que possui o dom de tocar os negócios da família. 

Já o Richard, é um inglês fascinado com a cultura africana, que se muda para Lagos para escrever um romance. Assim, ele conhece Kainene, por quem se apaixona perdidamente. Assim, ele fica cada dia mais envolvido com a cultura, aprende seus idiomas e ama o lugar como nunca teria amado a Inglaterra. 


As diferenças entre os personagens que narram a história é extremamente importante pra obra, por ter um retrato incrível das transformações que a guerra faz com essas pessoas. Você termina o livro acreditando que aquelas pessoas são reais, apesar de ser uma história de ficção baseado em um conflito real. 

Justamente por ser um romance tão completo e complexo, o filme não consegue atingir a grandeza da história. É um filme interessante, mas que não dá pra comparar com a versão original. Por ser uma obra construída em detalhes, a versão para o cinema acaba ficando um pouco rasa, o que era de se esperar.



A verdade é que poderia passar horas falando sobre a grandeza de Meio Sol Amarelo, mas nunca conseguiria descrevê-lo apropriadamente. É algo que quando você termina de ler, parece ter passado eras desde o começo da história, de tanta informação e de tão completa que são as obras da Chimamanda.

Sandy Quintans
@sandyquintans

Cinematura é a coluna que falo sobre livros que viraram filmes. Há vezes que amo mais a história escrita e outras que acho que a versão pro cinema ficou melhor. Mas uma coisa sempre é certa: eu adoro conhecer duas versões de uma mesma história. Para ver outras edições, só clicar aqui
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