quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Cinematura - Trilhas

Em agosto estava escrevendo no meu Medium o quanto a história de mulheres me transformavam e me encorajavam a ser mais forte. Eu também já comentei muito isso aqui, pois ouvi-las me emponderava de uma forma que algo com protagonistas masculinos nunca foi capaz de me oferecer – com raras exceções.  Também foi seguindo nesta linha que escrevi a lista de jornadas incríveis. E esse foi o caminho que percorri pra chegar até o Cinematura de hoje, com o maravilhoso Trilhas, de Robyn Davidson.


Essa história de certa forma já passou de diversas formas por aqui, mas por alguma razão ainda não havia lido o livro que deu origem a tudo. Robyn atravessou o deserto na Austrália sozinha – isto é, com sua cadela e seus quatro camelos – na década de 1970. Histórias como a de Cheryl Strayed já me fascinavam e com essa não foi diferente.


Ainda me pergunto, o que faz uma mulher largar tudo pra viver uma aventura como essa? Não são as mesmas razões que fazem um homem querer largar tudo. Nós estamos grudadas ao chão, pois nossos deveres e responsabilidades agem de diferentes formas sobre a maneira como nos portamos em sociedade. Por isso tudo isso me fascinava.


Robyn se inspirou nas viagens do pai para entrar nessa jornada, que foi financiada pela National Geographic e que rendeu as imagens mais lindas e um livro mais ainda. Mas ao contrário de Cheryl, ela não sabia qual o sentido daquilo tudo, apenas sabia que deveria ir. Era um chamado do coração.Às vezes não precisamos de uma razão concreta pra decidir mudar, pode ser apenas um sentimento que nos intriga.


Assim como a maioria das adaptações, o livro e o filme são universos completamente diferentes. Apesar disso, são obras completamente fascinantes dos dois jeitos. Lembro que quando recomendei a versão de cinema lá em 2014 já dizia que era um dos melhores filmes da vida e ainda me sinto assim. Porém, depois de ler o livro percebi que o longa é um resumo muito curto do que realmente foram esses meses no deserto e de cada dificuldade que Robyn passou. É uma história muito complexa para poucos minutos.


Essa foi a jornada que conseguiu me inspirar nesse ano, quando eu não conseguia ler mais nada. Foi por isso também que levei muitas semanas pra conseguir terminar, talvez eu precisasse conhecer a história de Robyn aos poucos. Afinal não é de um dia para o outro que atravessamos o deserto.

Sandy Quintans
@sandyquintans 

Cinematura é a coluna que falo sobre livros que viraram filmes. Há vezes que amo mais a história escrita e outras que acho que a versão pro cinema ficou melhor. Mas uma coisa sempre é certa: eu adoro conhecer duas versões de uma mesma história. Para ver outras edições, só clicar aqui


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