quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Joana leu: Bom de briga, de Markus Zusak

Joana leu: Bom de briga, de Markus Zusak
"Bom de briga"
Markus Zusak
editora Bertrand Brasil
208 páginas
"Na continuação de 'O azarão', Markus Zusak apresenta o emocionante 'Bom de briga': se no primeiro título o autor traz um romance de formação de um jovem incorrigível, infeliz consigo mesmo e com sua vida, agora ele exibe dois irmãos em busca de um propósito na vida. O livro retrata a evolução dos irmãos Cameron e Ruben Wolfe como seres humanos. No primeiro livro, a dupla estava sempre atrás de algo errado para fazer. Dessa vez eles entram no mundo das lutas amadoras de boxe, buscando independência para suas vidas. Enquanto Ruben mostra um talento nato para a coisa, Cam tenta apenas sobreviver; desde cedo, apanha e se levanta, mostrando que o que importa não é a força da pancada, mas se você tem a força necessária para se reerguer."

Esse é o segundo livro da trilogia dos Irmãos Wolfe, onde podemos perceber um crescente amadurecimento dos dois personagens principais, Cameron e Ruben. Se no primeiro volume eles eram só moleques que procuravam algo com o que passar o tempo, aqui eles já começam a ver as coisas de uma forma quase adulta: eles vão sentindo cada vez mais os problemas da família, como as dificuldades financeiras, a falta de uma convivência de qualidade e os grandes momentos de silêncio à mesa, e se distanciando cada vez mais daquilo que os divertia há algum tempo atrás.

O foco principal aqui é a transição entre infância e vida adulta, e Zusak o descreve de forma tão natural que é quase imperceptível durante a narrativa, até o momento em que, em meio a leitura, você para e pensa: é, acho que os meninos cresceram.

Além das dificuldades em se relacionar com o sexo feminino, Cameron ainda sente uma necessidade muito grande de encontrar seu lugar no mundo, de descobrir quem é e que tipo de pessoa será no futuro. Seu maior medo é se tornar um perdedor, alguém que aceita as barreiras que encontra pelo caminho sem ao menos tentar transpo-las. Ele acredita que, por ser um membro da família Wolfe, tem que ser um batalhador e nunca se deixar abater com as dificuldades, pois seu pai é assim.

De outro lado acompanhamos a mudança de Ruben, o irmão mais velho de Cameron e seu grande companheiro. Ele, diferentemente de Cam, tem uma visão menos romântica do mundo, apesar de também carregar consigo essa máxima de que os Wolfe nunca se deixam abater. Ruben acredita e apoia o irmão caçula, à sua maneira, muitas vezes quase sem demonstrar qualquer carinho por ele, mas sempre ficando ao seu lado.

Os dois meninos se envolvem num campeonato de luta amador, e têm que enfrentar adversários violentos e implacáveis, além de uma plateia exigente, que quer ver briga e sangue. A cada luta, o vencedor ganha um bom prêmio em dinheiro, e o perdedor fica apenas com a gorjeta dada pelos espectadores. Ruben luta com muita facilidade, como se tivesse nascido para aquilo, e nunca perde uma disputa sequer, já Cameron, em sua primeira vez no ringue, é quase massacrado pelo oponente.

Durante as lutas é que percebemos mais o crescimento pessoal dos personagens e a sutileza da escrita de Zusak, ele é capaz de descrever uma batalha sangrenta, que deixa Cameron quase em coma de maneira tão delicada que o leitor não fica em momento algum assustando ou com medo de que algo ruim (ou pior) lhe aconteça. Mais uma vez preciso mencionar que o escritor constrói seus parágrafos de maneira quase poética, e isso deixa o clima mais ameno. Ele usa essa mesma habilidade para inserir pequenas metáforas na narrativa que remetem àquele amadurecimento que eu citei logo no começo da resenha, deixando bem claro que os meninos estão se tornando adultos e se adequando a sua nova realidade.

Claro que as dúvidas amorosas continuam, e elas se apresentam de duas formas diferentes: enquanto Ruben fica com qualquer menina que se aproxime dele após as lutas, e depois as abandone como se não significassem nada, Cameron continua procurando uma garota para se dedicar, entregar seu coração e viver um amor de verdade. Ele não entende como o irmão consegue se manter tão distante de tudo isso, e continuar com relacionamentos tão superficiais.

Os conflitos familiares ainda estão presentes nesse livro, só que ficam um pouco mais para segundo plano. Grande parte da narrativa se concentra em mostrar ao leitor como é complicado deixar de ser criança, e ter que entrar na vida adulta ainda carregando alguns medos e inseguranças daquela fase. Aos poucos, o próprio Ruben vai mostrando para Cameron que a mudança faz parte da natureza humana, e que, apesar de ser difícil, eles vão conseguir crescer juntos. E o que os meninos acreditam que será muito ruim para a família, acaba os unindo ainda mais.

Cameron e Ruben só querem sobreviver, e para isso, caem e se levantam, sempre, apanham e batem, e aprendem que não é a força do soco que vale, mas sim, se você tem o que é necessário para aguentar as pancadas que recebe. Mais uma vez, Markus Zusak conquista com personagens fortes, complexos e muito reais, e com sua delicadeza para contar uma estória. Ele entretém, diverte e faz pensar, tão naturalmente, que o leitor nem percebe que está refletindo sobre si mesmo enquanto lê.

Joana Masen
@joana_masen

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Precisamos falar sobre Emma Watson

Precisamos falar sobre Emma Watson

Como fã de Harry Potter, Hermione Granger sempre foi um personagem muito interessante. E como feminista sempre foi exemplo importante. J. K Rowling criou uma história de ficção com mulheres fortes, que não estavam ali para serem salvas ou para embelezar a saga. Naturalmente me tornei fã da Emma Watson, que foi quem deu cara pra Hermione, tanto pelo seu talento, quanto por suas declarações na mídia. 

Rowling e Emma tiveram conexão instantânea, pois um dos medos da autora era a forma como a Hermione seria retratada na grande tela. Ela queria que fosse uma personagem forte e não caricata, em que Emma trouxe isso e ainda acrescentou.

Acredito que fazer parte de uma franquia como Harry Potter deve ter contribuído muito para Emma como feminista, pois além do aprendizado com os personagens, ela conheceu de perto o assédio da mídia e percebido que a cobrança sempre seria maior pra ela do que de seus companheiros de saga. Depois dos filmes de Harry Potter, ela continuou buscando papéis fortes, de mulheres com personalidade, como em As Vantagens de Ser Invisível e Bling Ring

Tudo isso deve ter acrescentado para a Emma de agora, que há seis meses foi nomeada como embaixadora da boa vontade da ONU Mulheres e tem realizado discursos muito, mas muito importantes para o feminismo. Aliás, não apenas discursos, mas também a campanha HeForShe, um movimento de prol da igualdade de gêneros. O marco mais importante dessa campanha é a de que é um tema inédito na ONU. Com a Emma à frente trará uma visibilidade para a luta que há décadas é travada pelas mulheres.

E sabe o que aconteceu com a Emma depois ter se posicionado tão claramente? Já estão ameaçando de divulgar fotos íntimas dela na web, o mesmo grupo que divulgou fotos de Jennifer Lawrence. É um luta injusta. 

Tudo o que eu posso dizer é que tenho orgulho de ser fã de Emma Watson, pois agora já não se trata mais de uma artista ou alguém a quem admiro, mas sim mais um símbolo pra uma causa que já era minha.

Agora dá play no discurso da Emma no lançamento da campanha:



Sandy Quintans
@sandyquintans

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Bob Mania

Bob Mania
Eu uso o mesmo corte de cabelo há mais ou menos uns cinco anos. Já cresceu, já cortei, já variei, mas sempre foi o bom e velho Bob, que aqui no Brasil gostamos de chamar de corte Chanel. A melhor coisa é que é um corte que imprime a minha personalidade e definitivamente é o corte que me representa. Olhando algumas referências de cabelo, acabei reparando que tem um monte de atrizes que resolveram aderir ao Bob pra próxima estação. Logo já pensei em fazer um post de inspiração com alguns que surgiram por aí. 

Clémence Poésy
Emma Stone

January Jones
Karlie Kloss
Kristen Dunst
Lily Collins
Taylor Swift

E não é apenas o Bob que ganhou os corações, mas também as ondas.

Sandy Quintans
@sandyquintans


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Cinematura - Blue Is The Warmest Color

Cinematura - Blue Is The Warmest Color
Lá no início do ano comecei a me preparar para o Oscar,  já que eu tinha a meta de assistir todos os filmes indicados nas principais categorias. Todo mundo estava falando tão bem sobre "Azul é a Cor Mais Quente" que eu já tinha certeza de que seria indicado como filme estrangeiro já inseri ele na minha listinha. Além disso, sempre adorei a Léa Seydoux e tinha visto algumas imagens do filme em que ela aparecia com aquele apaixonante cabelo azul. Apesar de saber que se tratava de uma romance gay e que era adaptação de graphic novel francês, não sabia detalhes da história, o que tornou a experiência mais interessante. Daí na Bienal do Livro desse ano, achei um exemplar baratinho, resolvi comprar e me apaixonei ainda mais.

O filme francês tem duração de três horas, mas juro que é como assistir apenas trinta minutos. Foi uma daquelas histórias em que consegui em entregar, a torcer por elas e chorei por cada momento difícil. Foi muito interessante ver Léa neste papel (da Emma), pois sempre assisti filmes em que ela era bastante romântica e com ares de frágil. Emma é uma mulher criativa, forte e cativante. Assistindo ao longa sempre pensei que não tinha como a jovem Adéle, que estava descobrindo sua sexualidade, não se apaixonar por ela.

O longa é sobre se descobrir, sobre a paixão repentina de Adéle por Emma e o preconceito em torno desse romance. Adéle é uma jovem francesa que ainda está na escola, vive romances héteros e nunca consegue desenvolver sentimentos por seus affairs. Já Emma é uma jovem bem resolvida, estudante de Belas Artes, que está em um relacionamento sério, quando em um belo dia encontra Adéle em um cruzamento.


É impossível dizer qual das duas versão é a melhor, porque trata-se de histórias distintas. Enquanto o filme frisa muito mais o amor delas duas, o graphic traz outros dramas que o filme não retrata. Além disso, tem desfecho muito diferentes, inclusive até há diferenças nos nomes das personagens. Por outro lado, existem trechos do graphic muito importantes e que não foram deixados de lado, como a cena em que Adéle encontra Emma pela primeira vez, ou até mesmo a polêmica cena de sexo, que rendeu o que falar na mídia. Também tem o destaque para todos os tons de azul, no filme e no livro, por ser uma espécie de cor personagem.


Essa é uma das histórias de amor mais bonitas que já conheci. É incrível como amor pode ser algo singular, independentemente do gênero, classe ou cor. Vale a pena torcer por elas, seja no livro, quanto no filme. Particularmente, gosto mais do filme, mas o graphic não deixa de ser uma ótima pedida.

Sandy Quintans
@sandyquintans

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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Os Looks da Cynthia

Os Looks da Cynthia
A Cynthia é aquela blogueira que eu sempre quis mostrar pra vocês, mas que nunca tinha encontrado. Em mais uma caminhada em busca de novidades, eis que acho alguém diferente de tudo que já havia mostrado por aqui. Ela mora em Nova York, é completamente versátil e faz composições que merecem o pin no seu painel de moda do Pinterest. Além de possuir looks lindos, o blog dela é repleto de imagens cheias de vibrações e com muito street style. 



Sandy Quintans
@sandyquintans

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Um encontro de blogs

Um encontro de blogs
No próximo dia 28, num domingo, eu e Helen iremos visitar uma cidade que amamos: Itu. O motivo? Iremos participar de um encontro de blogs e estamos muito animadas com o dia. Quem organizou tudo foi a Glena Martins, do My Name is Glenn. O mais legal é que vai ter gente de várias cidades, como Salto, Itu, Sorocaba, Campinas (presente!), e por aí vai. 

O 1º Encontro de Blogueiras de Itu e Região vai rolar na loja Sintetic, que fica bem no centro de Itu, a partir das 16h.

Sandy Quintans
@sandyquintans

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Joana leu: O azarão, de Markus Zusak

Joana leu: O azarão, de Markus Zusak
O azarão
Markus Zusak
editora Bertrand Brasil
176 páginas
"O jovem Cameron Wolfe, aos 15 anos, está perdido na vida e vive em conflito com sua família. Trabalha com o pai encanador e sua mãe está sempre brigando com os filhos, na pequena casa onde todos moram juntos. Steve é o mais velho e mais bem-sucedido. Sarah é a segunda filha, e está sempre dando uns amassos com o namorado. Rube é o terceiro e o mais próximo de Cameron. Os dois, além de boxeadores amadores, vivem armando esquemas para roubar as lojas e outros locais do tipo. Contudo, os planos nunca saem do papel. Esse é um livro que fala sobre a vida e as lições que podem ser tiradas dela."

Esse é o primeiro volume da trilogia que fala sobre os irmãos Wolfe, e "O azarão" nos introduz na vida da família, apresentando os personagens e traçando o perfil de cada um deles. Com pais que prezam muito a disciplina e fazem de tudo para manter as contas em dia, cada um dos irmãos tem seu próprio jeito de encarar a vida: enquanto o mais velho, Steve, já trabalha e é muito bem sucedido no futebol, a irmã Sarah só quer saber de namorar e se divertir. Os dois mais novos, Rube e Cam são meninos que estão se descobrindo, achando seu lugar no mundo.

Os irmãos mais novos são muito unidos, e estão sempre juntos, seja para criticar a irmã, que vive agarrada ao namorado, ou para planejar pequenos golpes, que eles acreditam que lhe darão algum status, mas que, infelizmente, eles nunca dão certo.

Há um diferencial nesse livro: o autor intercala os capítulos com a narrativa de sonhos que Cam tem. Nesses sonhos ele, geralmente, reflete as coisas que viveu, e algumas metáforas usadas nesses sonhos servem para aproximar o leitor da real personalidade de Cameron, ajudando a entender alguns de seus pensamentos mais complexos. 

O autor escreve de maneira muito delicada, ressaltando as qualidades e os defeitos de seus personagens de maneira quase poética. Eu já tinha usado esse adjetivo para definir a escrita de Markus Zusak em "A menina que roubava livros", mas "O azarão" foi escrito antes dele, e já é possível identificar o mesmo estilo que o fez famoso. A forma como ele constrói as frases é muito peculiar e, apesar de ser um livro que se enquadra no gênero young adult, se o leitor não tiver um pouquinho de experiência, alguns trechos podem se tornar difíceis de compreender.

"Sim. Ele acertou. Ah, estava tudo bem. Era como um machado abrindo as minhas juntas, e depois minha cabeça foi atingida pela mão esquerda dele. Ela se lançou para a frente e parou no meu queixo.
Com força.
Aconteceu.
O céu desabou.
Fiquei sem ar.
O chão oscilou.
O chão.
O chão.
Balancei.
Errei.
Rube riu, sob a barba que estava nascendo."

Todas as dúvidas que afligem um menino de 15 anos estão presentes na narrativa: o medo de não ser aceito, as mudanças em seu corpo, a vontade de ser bonito, a descoberta do primeiro amor, e o desejo de conquistar seu espaço, criar sua identidade. Cameron tem momentos de reflexão muito interessantes, onde ele fala sobre seu amor pela família, o respeito que tem pelo pai, a admiração pelo irmão mais velho, e a vontade de encontrar uma menina com quem compartilhar seus anseios de felicidade.

Os meninos são bastante inocentes e é possível perceber em suas atitudes do dia a dia a falta de malícia que eles têm. Quando brincam de luta, cada um usando apenas uma luva, já que só têm um par delas, fica claro a proximidade que eles ainda mantêm da infância. E depois, quando percebem que o cachorro do vizinho está precisando da ajuda deles, notamos a percepção quase romântica que eles têm da realidade. O sinal mais evidente de que estão passando pela fase de transição entre infância e adolescência é a barba de Ruben, que está crescendo e ele insiste em não fazê-la, apesar dos protestos de seu pai.

O livro fala bastante sobre amizade: Cam tem em Rube seu amigo mais próximo, pois estão sempre juntos, são cúmplices um do outro, e trocam confidências à noite, antes de dormir, dividindo o mesmo quarto. Apesar dessa cumplicidade, Cameron tem medo de compartilhar seus medos mais profundos, e algumas dúvidas acabam ficando para o volume dois da série.

O destaque da estória fica para a bondade presente nos personagens. Mesmo quando Rube e Cameron planejam assaltar o consultório dentário que fica perto da casa deles, é possível identificar esse sentimento nos meninos. O autor deixa claro que as peripécias da dupla de irmãos não passa de  confusão adolescente e, mesmo não concordando com algumas atitudes deles, é totalmente possível entendê-los.

Com mais uma narrativa singela e cheia de emoção, Zusak nos contagia com o turbilhão se sensações vividas por Cameron Wolfe, e, a cada capítulo, nos afeiçoamos mais com esse jovem comum, que poderia ser qualquer um de nós.

Joana Masen
@joana_masen

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Cinematura - As vantagens de ser invisível

Cinematura - As vantagens de ser invisível
Eu não sei dizer o quanto sou apaixonada por esta história, assim como não sei dizer quantas coisas eu posso discutir sobre ela. Assisti "As vantagens de ser invisível" por causa de Emma Watson e ganhei um presente, daqueles que só a sétima arte pode me proporcionar. Fiquei tão intensamente apaixonada por aquele despretensioso grupo de amigos, que acabei por descobrir que se tratava de uma adaptação do livro com mesmo título, que rapidamente entrou em minhas aquisições.

Gosto de dizer que "As vantagens de ser invisível" é a história que eu queria ter lido em minha adolescência. Mesmo não sendo uma adolescente tipicamente problemática, eu gostaria de ter conhecido a situação de outras pessoas passaram e que reforçasse a importância da amizade em um período tão frágil de nossas personalidades. Também vejo como uma história que prega aceitação, que nos diz que é tudo bem não ser igual a todo mundo.

Charlie é um garoto que sofre com depressão, embora eu acredite que ele não entenda a dimensão destes sentimentos, que resolve contar sua história por meio de cartas para um amigo misterioso. Quando lemos ao livro, tenho a impressão de que nós somos este amigo. Em meio aos seus problemas, o jovem garoto conhece os irmãos Patrick e Sam, depois que seu melhor amigo se mata. Envolto com seus problemas, o trio entra em um ciclo de amizade, descobrindo a vida e se descobrindo "invisíveis". Com os novos amigos, com a música e a literatura, Charlie consegue entender seus problemas e a reviver coisas que aconteceram na sua infância.

A adaptação foi infinitamente bem feita, que eu atribuo a participação direta do autor no processo, já que ele foi diretor e roteirista do longa. Outro sucesso foi a escolha do elenco. Emma Watson não apenas se distanciou de Hermione Granger (de Harry Potter), como trouxe mais charme para a personagem do livro. Logan Lerman, o nosso querido Percy Jackson, me surpreendeu com o seu potencial e acho que até a ele mesmo. Já Ezra Miller mora no meu coração, além de seu personagem ser o mais interessante, ele ainda encarou Patrick à risca, mostrando que sem dúvida é a promessa de sua geração.


Já o livro é escrito de forma leve e simples pra poder dizer coisas sérias e perturbadoras, tudo ali nas entrelinhas. Nessa comparação não existe o melhor ou pior, quando claramente tratam-se de obras que se complementam e que andam lado a lado.  A música também é um fator importante para a ambientação da obra, tanto no filme, quanto no livro. Eu cheguei até a dizer (neste texto aqui) que se trata de um personagem da história, tanto pelas seleções de músicas que eles fazem, quanto pela importância no próprio desenrolar dos acontecimentos.

Eu poderia ficar aqui falando horas sobre o quanto eu acho essa história fantástica, mas são tantas coisas pra falar que um texto apenas não seria o suficiente pra falar de tudo que essa história me ensinou.

Sandy Quintans
@sandyquintans

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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Desimpedida: O machismo nosso de cada dia! (Sim, de novo!)

Desimpedida: O machismo nosso de cada dia! (Sim, de novo!)
Parece até que eu não tenho mais o que falar aqui, sem ser sobre o preconceito, o machismo e todo aquele blá blá blá. Eu tenho sim, mas acontece que os assuntos chatos e inaceitáveis vêm tomando conta e virando prioridade perto dos assuntos legais. 

Essa semana vou dividir com vocês o que aconteceu comigo e que de fato me deixou muito, muito, mas eu disse muito revoltada! Todo mundo sabe que o meu sonho de vida é trabalhar com esportes. Antes eu queria ser uma Marta, não deu certo, eu quis ser jornalista. A gente trabalha em qualquer área, mas sempre tem aquela que tem mais afinidade, não tem jeito. 

Em casa, de 'férias', encontrei um site de jornalismo esportivo que estaria precisando de jornalistas para trabalhar, logo enviei meu currículo. E então recebei a resposta, mais ou menos assim: "Olá, Virgínia! Essa vaga é para homem!", li, reli mostrei para algumas pessoas e depois de muito pensar, resolvi responder e perguntar porque determinada vaga só serviria para homens. 

E mesmo depois de responder o e-mail fiquei pensando um tempão... o que será que um homem pode fazer que eu não possa? E não cheguei a nenhuma conclusão, tentaram me convencer de que talvez ele quisesse jornalistas para entrar no vestiário, mas ai me veio a questão de que se jornalistas entrassem nos vestiários a gente estaria sabendo o que aconteceu com o clube do Tigre, no Morumbi uma vez. 

Achei que a pessoa 'do outro lado da tela' nem fosse me responder, mas respondeu. E eu que achava que já tinha visto de tudo, recebi uma resposta mais ou menos assim: È que a nossa redação é pequena, só trabalha homem e é pelo bom andamento da empresa. As mulheres aqui atuam em outras áreas", ou seja: falou, falou, falou e não falou nada! 

Assim como preconceito com o Aranha acho inacreditável que em pleno 2014 ainda exista essa divisão de tarefas, "coisa de mulher" ou "coisa de homem". Isso não existe. Neste caso porque conheço muita mulher que dá show na hora do esporte, ganha de qualquer homem. E muito homem que faz algumas tarefas 'denominadas' de mulher, que mandam muito melhor.

Mas depois de muito pensar, ficar irritada e esbravejar por aí cheguei a conclusão de quem perde é a tal empresa e não eu. E nem as outras meninas que ele indiretamente disse que não seria capaz para trabalhar ali. Ele pode até não notar que quem perde é ele, mas um dia ele vai notar. 

Todo mundo pode fazer tudo que quiser, não interessa se é homem ou mulher. Todo mundo pode trabalhar na área que quiser, como quiser, a única exigência é agarrar a oportunidade e fazer bem feito, com vontade, com tesão. Agora o sexo? Pouco importa vai! Já diria uma campanha que está rolando no futebol brasileiro: #SOMOSTODOSIGUAIS.

Virgínia Alves
@VirginiaB_Alves 

Pink Hair's Club

Pink Hair's Club
Eu confesso, não sou grande fã de cabelos coloridos, que há até algum tempo atrás pareciam perucas divertidas, daquelas que eram distribuídas em festas. Mas há alguns meses tenho observado diversas boas ideias de cabelos coloridos, com cores pasteis, românticas e divertidas. Quando me dei conta, eu tinha três blogueiras que acompanho com o cabelo cor de rosa, lindo feito algodão doce. E assim, resolvi reuni-las em um post de inspiração. 

Rebecca, do The Clothes Horse

O cabelo da Becky (que já falei do estilo dela aqui) nasceu de um acidente. Normalmente ela é ruiva, mas já se aventurou em algumas cores diferentes desde que comecei a acompanhar o blog dela, desde azul até o rosa de agora (jornada que ela resolveu contar aqui). Ela estava fazendo a manutenção em seu loiro, quando teve um pequeno problema que a fez migrar para o rosa, que combinou perfeitamente.


Kailey, do Mermaidens

Algumas da Kailey suas composições me fazem lembrar fantasia e é justamente aí que está a graça de seu estilo. Assim como o nome de seu blog sugere, ela é, sim, uma sereia e seu cabelo é lindo. Já faz um bom tempo que a acompanho e ela sempre esteve com seu fios lindos e cor de rosa. Tem até um post que ela preparou pra falar um pouco de suas mudanças. 


Kerry, do Yours Truly 

Na última semana recebi uma notícia triste no blog da Kerry, a de que ela iria encerrar o blog. Mas gosto tanto do estilo dela (que já falei aqui), que ela sempre será uma referência de estilo pra mim. A Kerry também sempre se aventurou nas cores de cabelos e entre o ruivo e o loiro, ela resolver entrar no time cor de rosa. 

Sandy Quintans
@sandyquintans

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Bazar Clube das Pinups

Bazar Clube das Pinups
Domingo, além de ser feriado, também é dia de Bazar Clube das Pinups, edição "Cabelos ao vento, gente jovem reunida". Nós adoramos as edições do bazar, sempre tentando dar um jeito de fazer nossa visitinha e já até participando de duas edições (aqui e aqui). Dessa vez, o bazar vai acontecer lá no terraço do Dutch Pub, aqui em Campinas, com direito até a Jazz com os músicos Vitor Coelho, Alberto Ferreira e Theo Ypes. Além de várias marcas, novas e estreantes, comida boa e gente legal (como sempre). 


Então anota aí, pra deixar seu domingo muito mais bonito:

Quando? 7 de Setembro
Horário? das 16h às 22h
Quanto? R$ 5
Onde? Dutch Pub (Rua: Antonio Lapa, 642)

Sandy Quintans
@sandyquintans

Pra confirmar presença no evento, clica aqui

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Joana leu: Um caso perdido, de Colleen Hoover

Joana leu: Um caso perdido, de Colleen Hoover
Um caso perdido
Colleen Hoover
editora Galera Record
384 páginas

"Às vezes, descobrir a verdade pode te deixar com menos esperança do que acreditar em mentiras. Em seu último ano de escola, Sky conhece Dean Holder, um rapaz com uma reputação capaz de rivalizar com a dela. Em um único encontro ele consegue cativá-la e amedrontá-la, e algo nele faz com que as memórias de seu passado conturbado comecem a voltar, mesmo depois de lutar tanto para enterrá-las. Mas o misterioso Holder também tem sua parcela de segredos escondidos que, quando revelados, mudarão radicalmente a vida de Sky."

Colleen Hoover está se especializando em me emocionar com suas estórias. Depois de me deixar comovida com "Métrica" e apaixonada por "Pausa", agora ela vem com dois personagens marcados pelo sofrimento e que precisam tanto um do outro que nem todas as adversidades da vida conseguem separá-los.

No início do livro, quando Sky encontra Holder pela primeira vez, eu comecei a imaginar o que poderia dar errado entre eles, mas a hipótese que cogitei estava totalmente errada (ainda bem!). Depois, com o decorrer da leitura, parei de tentar perceber nas entrelinhas o que ia acontecer com eles, para não estragar a surpresa. E assim, pude sentir todo o sofrimento de Sky e toda a paixão de Holder, me sentindo quase parte da vida deles.

Sky é adotada, sua mãe é contra qualquer tipo de tecnologia, inclusive televisão, e isso em certo momento causa estranheza, mas é totalmente possível existir uma pessoa assim. E Sky, que foi educada em casa, tem uma única amiga, Six, que divide com ela suas aventuras noturnas: ambas se encontram, cada qual em seu quarto, com vários garotos, o que faz com que elas tenham uma péssima fama entre os outros adolescentes. Mas Sky só descobre isso quando, para terminar o último ano do colégio, convence sua mãe de que precisa ir à escola.

É lá que Sky conhece outra figura, seu amigo gay-mórmon que é o responsável pelo alívio cômico na narrativa, junto com Six, que também tem tiradas bem divertidas. Aliás, a autora do livro é perita em criar amigos interessantes para seus personagens principais: também fez isso em "Métrica" e "Pausa", e deu super certo.

Apesar de ficar com diversos meninos diferentes, Sky nunca sentiu nada verdadeiro por nenhum deles. Mas, no momento em que vê Holder, ela sente algo diferente. Até tenta lutar contra esse sentimento, mas não consegue, e vai se aproximando cada vez mais do menino, indo contra todos os conselhos de Six, que pediu para Sky se afastar dele. Há boatos de que Holder espancou um menino no ano anterior e depois foi preso, por isso, estava afastado da escola.

Em pouco dias, Holder invade a vida de Sky, e ela adora. Ele é muito fofo, está sempre transitando entre um mau humor insuportável e sem explicação e momentos doces e meigos em que faz Sky se sentir uma rainha.

Claro que Sky se apaixona perdidamente por Holder, e ele parece corresponder esse sentimento, mas quanto mais próximo eles ficam, mais as lembranças do passado de Sky surgem, coisas que ela nem se lembrava de ter vivido, e que agora parecem muito reais em sua cabeça. Holder vai aos poucos preparando terreno para revelar a Sky um acontecimento do passado que vai virar sua vida de cabeça para baixo.

Mesmo se sentindo perdida e sem saber quem realmente é Sky, encontra forças em Holder, e os dois acabam ficando ainda mais juntos. Compartilham momentos felizes e outros de extrema tristeza, que só fortalecem o que sentem um pelo outro. Na hora de tomar a decisão mais difícil de sua vida, Sky se apoia em Holder e consegue sonhar novamente com um futuro feliz.

O livro é uma composição de momentos muito felizes, de descoberta do primeiro amor e de dias extremamente confusos, onde a personagem Sky não consegue separar alguns traumas de sua infância dos acontecimentos atuais, mas todo esse mix de sensações constroem uma estória linda de superação e confiança no próximo. Holder é apaixonante, e mesmo em seus momentos de fúria foi impossível não gostar dele. Ao final da leitura tudo se encaixa e as atitudes dele são explicadas, o que só me fez admirá-lo ainda mais.

Para quem gosta de um bom romance, com pitadas de humor e muito sofrimento, essa é uma leitura super indicada. A narrativa é fluida e é quase impossível largar o livro antes do final. Mesmo com toda dificuldade enfrentada por Sky, é possível se divertir e se apaixonar pelo casal. Além disso, o livro fala sobre um assunto muito difícil, mas que não deve ser ignorado, e, como fica claro nessa estória, quanto mais escondemos nossos problemas, maiores eles ficam, podendo até atingir pessoas inocentes.

Joana Masen
@joana_masen

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Resumo do mês: Agosto

Resumo do mês: Agosto
Como é de costume, chegou a hora do nosso balanço de cada mês. É interessante ver como o que antes fazíamos esse resumo dos nossos últimos dias pra compartilhar com nossos leitores o que estamos fazendo em meio a nossa correria, se tornou um tempo para relembramos também. Agosto foi de muita correria, mas cheinho de amor, como todos os meses têm de ser. 

O Agosto da Helen


Agosto, definitivamente, não foi o mês do desgosto. Trabalhei bastante, voltei à rotina da faculdade, comecei um curso de maquiagem. Fiquei com calo nos dedos de desenhar e pintar croquis para um figurino de um espetáculo bem bacana. Tive vários sábados felizes com artesanatos. A Bienal do Livro fechou o mês com chave de ouro. Ganhei autógrafo do Ziraldo e me descontrolei comprando livros. Estou com dores musculares de tanto peso que carreguei. Balanço do mês: muito amor!

O Agosto da Sandy

Agosto foi aquele mês interminável, como sempre. Mas nem por isso, ruim. Aproveitei devidamente o pouco tempo livre que pude ter em meio a rotina de trabalho, faculdade e TCC. Tive tempo até pra fazer os artesanatos que amamos e pra ler coisas que não sejam artigos pro meu trabalho. Também foi mês de sentir muita saudade da minha Tatá e de passar um bom tempo com os amigos. Agosto até que foi gentil comigo, então que venha setembro!

Helen e Sandy Quintans
@prontousei

Cinematura - Não me abandone jamais

Cinematura - Não me abandone jamais
Lá em 2010 meu fanatismo pela Carey Mulligan me levou a assistir a um filme que entrou pra minha lista de preferidos instantaneamente, o profundo "Não me abandone jamais" (que já indiquei aqui). Daí em diante procurei o livro de Kasuo Ishiguro que deu origem a adaptação, até que ganhei de presente da Helen, no meu último aniversário.

Ishiguro criou uma trama curiosa de ficção, em que os elementos mais importantes são os relacionamentos e os elos que unem Kathy H., Tommy e Ruth. A história acontece no passado, talvez entre a década de 1970 e 1980, em que a ciência avançou a ponto de se criar clones para uma única finalidade: a doação de órgãos. Assim, o trio é criado em Hailsham, uma escola que os prepara para a vida depois de adultos.


Os alunos de Hailsham sabem de sua missão, mas não entendem a sua importância, eles não contestam e não se interessam em mudar o destino. Eles foram condicionados a entender a circunstância como algo natural. No filme isso é bem evidente, enquanto no livro há algumas pequenas investigações, mas nenhuma para ir contra a vida a que eles foram impostas. A educação deles faz com que eles queiram ser bons doadores, que cuidem da sua saúde física e mental, com os incentivos que arte proporciona.

O tema polêmico apenas permeia a vida de Kathy H., apaixonada secretamente por Tommy, namorado de sua melhor amiga, Ruth. Os três possuem suas vidas interligadas desde a infância e criam uma relação cheia de segredos, mas inocentes demais para entenderem a dimensão deles. Até perceberem que às vezes pode ser tarde demais.


Apesar de ter gostado muito do livro e de entender que o seu segredo está nas entrelinhas, as adaptações realizadas para o filme tornou a história muito mais profunda e poética. No filme, é mais claro sentimentos de Kathy, mas muitas perguntas não são respondidas. As atuações também são impecáveis, desde os atores escolhidos para primeira fase até os últimos dias. Arrisco dizer que Andrew Garfield está na melhor atuação, assim como Carey Mulligan e Keira Knightley permanecem sempre impecáveis.


Pra mim, as duas obras se complementam entre si. Enquanto o livro traz as respostas para a trama, o filme mergulha nos sentimentos. Sinceramente, não consegui escolher o meu preferido, desta ficção que não passa de uma metáfora para a vida.

Sandy Quintans
@sandyquintans

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