terça-feira, 2 de setembro de 2014

Cinematura - Não me abandone jamais

Lá em 2010 meu fanatismo pela Carey Mulligan me levou a assistir a um filme que entrou pra minha lista de preferidos instantaneamente, o profundo "Não me abandone jamais" (que já indiquei aqui). Daí em diante procurei o livro de Kasuo Ishiguro que deu origem a adaptação, até que ganhei de presente da Helen, no meu último aniversário.

Ishiguro criou uma trama curiosa de ficção, em que os elementos mais importantes são os relacionamentos e os elos que unem Kathy H., Tommy e Ruth. A história acontece no passado, talvez entre a década de 1970 e 1980, em que a ciência avançou a ponto de se criar clones para uma única finalidade: a doação de órgãos. Assim, o trio é criado em Hailsham, uma escola que os prepara para a vida depois de adultos.


Os alunos de Hailsham sabem de sua missão, mas não entendem a sua importância, eles não contestam e não se interessam em mudar o destino. Eles foram condicionados a entender a circunstância como algo natural. No filme isso é bem evidente, enquanto no livro há algumas pequenas investigações, mas nenhuma para ir contra a vida a que eles foram impostas. A educação deles faz com que eles queiram ser bons doadores, que cuidem da sua saúde física e mental, com os incentivos que arte proporciona.

O tema polêmico apenas permeia a vida de Kathy H., apaixonada secretamente por Tommy, namorado de sua melhor amiga, Ruth. Os três possuem suas vidas interligadas desde a infância e criam uma relação cheia de segredos, mas inocentes demais para entenderem a dimensão deles. Até perceberem que às vezes pode ser tarde demais.


Apesar de ter gostado muito do livro e de entender que o seu segredo está nas entrelinhas, as adaptações realizadas para o filme tornou a história muito mais profunda e poética. No filme, é mais claro sentimentos de Kathy, mas muitas perguntas não são respondidas. As atuações também são impecáveis, desde os atores escolhidos para primeira fase até os últimos dias. Arrisco dizer que Andrew Garfield está na melhor atuação, assim como Carey Mulligan e Keira Knightley permanecem sempre impecáveis.


Pra mim, as duas obras se complementam entre si. Enquanto o livro traz as respostas para a trama, o filme mergulha nos sentimentos. Sinceramente, não consegui escolher o meu preferido, desta ficção que não passa de uma metáfora para a vida.

Sandy Quintans
@sandyquintans

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Um comentário:

  1. Nossa, fiquei com muita vontade de assistir ao filme, que história interessante! Não conhecia o livro nem a adaptação, mas já gostei. E não é só pela presença do Andrew, rsrsrs.
    Bjos!

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