segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Desimpedida: O machismo nosso de cada dia! (Sim, de novo!)

Parece até que eu não tenho mais o que falar aqui, sem ser sobre o preconceito, o machismo e todo aquele blá blá blá. Eu tenho sim, mas acontece que os assuntos chatos e inaceitáveis vêm tomando conta e virando prioridade perto dos assuntos legais. 

Essa semana vou dividir com vocês o que aconteceu comigo e que de fato me deixou muito, muito, mas eu disse muito revoltada! Todo mundo sabe que o meu sonho de vida é trabalhar com esportes. Antes eu queria ser uma Marta, não deu certo, eu quis ser jornalista. A gente trabalha em qualquer área, mas sempre tem aquela que tem mais afinidade, não tem jeito. 

Em casa, de 'férias', encontrei um site de jornalismo esportivo que estaria precisando de jornalistas para trabalhar, logo enviei meu currículo. E então recebei a resposta, mais ou menos assim: "Olá, Virgínia! Essa vaga é para homem!", li, reli mostrei para algumas pessoas e depois de muito pensar, resolvi responder e perguntar porque determinada vaga só serviria para homens. 

E mesmo depois de responder o e-mail fiquei pensando um tempão... o que será que um homem pode fazer que eu não possa? E não cheguei a nenhuma conclusão, tentaram me convencer de que talvez ele quisesse jornalistas para entrar no vestiário, mas ai me veio a questão de que se jornalistas entrassem nos vestiários a gente estaria sabendo o que aconteceu com o clube do Tigre, no Morumbi uma vez. 

Achei que a pessoa 'do outro lado da tela' nem fosse me responder, mas respondeu. E eu que achava que já tinha visto de tudo, recebi uma resposta mais ou menos assim: È que a nossa redação é pequena, só trabalha homem e é pelo bom andamento da empresa. As mulheres aqui atuam em outras áreas", ou seja: falou, falou, falou e não falou nada! 

Assim como preconceito com o Aranha acho inacreditável que em pleno 2014 ainda exista essa divisão de tarefas, "coisa de mulher" ou "coisa de homem". Isso não existe. Neste caso porque conheço muita mulher que dá show na hora do esporte, ganha de qualquer homem. E muito homem que faz algumas tarefas 'denominadas' de mulher, que mandam muito melhor.

Mas depois de muito pensar, ficar irritada e esbravejar por aí cheguei a conclusão de quem perde é a tal empresa e não eu. E nem as outras meninas que ele indiretamente disse que não seria capaz para trabalhar ali. Ele pode até não notar que quem perde é ele, mas um dia ele vai notar. 

Todo mundo pode fazer tudo que quiser, não interessa se é homem ou mulher. Todo mundo pode trabalhar na área que quiser, como quiser, a única exigência é agarrar a oportunidade e fazer bem feito, com vontade, com tesão. Agora o sexo? Pouco importa vai! Já diria uma campanha que está rolando no futebol brasileiro: #SOMOSTODOSIGUAIS.

Virgínia Alves
@VirginiaB_Alves 

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