quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Joana leu: O lado feio do amor, Colleen Hoover

Joana leu: O lado feio do amor, Colleen Hoover
"Quando Tate Collins se mudou para o apartamento de seu irmão, Corbin, a fim de se dedicar ao mestrado em enfermagem, não imaginava conhecer o lado feio do amor. Um relacionamento onde companheirismo e cumplicidade não são prioridades. E o sexo parece ser o único objetivo. Mas Miles Archer, piloto de avião, vizinho e melhor amigo de Corbin, sabe ser persuasivo... apesar da armadura emocional que usa para esconder um passado de dor. O que Miles e Tate sentem não é amor à primeira vista, mas uma atração incontrolável. Em pouco tempo não conseguem mais resistir e se entregam ao desejo. O rapaz impõe duas regras: sem perguntas sobre o passado e sem esperanças para o futuro. Será um relacionamento casual. Eles têm a sintonia perfeita. Tate prometeu não se apaixonar. Mas vai descobrir que nenhuma regra é capaz de controlar o amor e o desejo."


Tate e Miles, mais um casal memorável criado por Colleen Hoover. Vocês sabem que eu sou apaixonada pelos livros dela, e não tenho mais adjetivos para elogiá-la. Então, o que eu posso dizer é: leiam!

Nesse livro, Colleen caprichou no sofrimento, mas como sempre, temos um caso de amor forte e que desafia o psicológico do leitor. Tate é uma jovem decidida, bem esclarecida, que vai morar com o irmão para terminar seu mestrado em enfermagem. Corbin, o irmão, é piloto de avião, e fica muito tempo fora de casa. Apesar disso, eles são muito amigos e sempre se deram bem.

Assim que chega à porta do apartamento de Corbin, Tate encontra um cara bêbado, caído no chão e obstruindo sua passagem. Falando ao telefone com o irmão, ela descobre que o cara é seu amigo e mora no apartamento em frente. Tate sente pena do bêbado e o coloca para dentro do apartamento, deixando que ele fique na sala. Mas, antes de ir para seu quarto, ela o ouve dizer o nome Rachel. Tate vê naquele cara estranho uma beleza interessante, e fica curiosa para saber o que o deixou assim, tão acabado e chorando por uma mulher.

Conforme os dias vão passando, Tate vai prestando mais atenção em Miles, e ele é um enigma: quase não sorri, não tem namorada e está sempre trabalhando. Mas apesar do mal humor eterno, ela começa a se interessar. Tudo muda quando os três vão passar o dia de ação de graças na casa dos pais de Tate e Corbin. Lá Miles se machuca, e ela faz um curativo nele, o que acaba deixando os dois num momento intimo e inesperado, e tudo se confunde na cabeça dela.

Como um envolvimento é certo, Miles propõe a Tate um acordo: ele quer muito ficar com ela, mas precisa que ela aceite suas condições de nunca perguntar sobre seu passado e nunca esperar nada do futuro. Ansiando por poder finalmente ficar com Miles, Tate aceita. Mais tarde, ela acaba percebendo que isso não daria certo.

A cada encontro clandestino, a cada transa, ela vai ficando mais e mais ligada a ele, e sente que está se apaixonando por Miles. Por outro lado, durante o sexo ela percebe que ele também sente algo por ela, mas assim que tudo acaba, ele volta a ficar distante. Uma verdadeira confusão de sentimentos.

A certa altura dessa relação maluca, Tate tenta descobrir o que o deixou assim tão frio, e isso é um problema, já que ele havia deixado claro que nunca falaria sobre o passado. O mais legal é que o leitor vai descobrindo os traumas de Miles a cada capítulo, já que eles vão se intercalando entre o presente, enquanto Miles e Tate estão juntos, e o passado dele e tudo o que ele sofreu quando se apaixonou por Rachel. Foi mesmo um momento difícil na vida de Miles, e seus traumas são totalmente justificados.

Gostei demais dessa estória, e achei muito legal a Colleen focar a narrativa no personagem masculino. Miles é um caso perfeito para Freud, e em alguns momentos dá uma raiva enorme dele. Mas, quando descobrimos tudo por quê ele teve que passar, e como ele sofreu para superar tanta dor, acabamos nos afeiçoando e tentando encontrar uma maneira de ajudá-lo a ver as coisas por outra perspectiva. Acho que é exatamente assim que Tate se sentia em relação a ele.

E a autora tem aquele jeito incrível de escrever que conquista, todo delicado e amoroso. Para quem curte romance, os livros dela são perfeitos, e esse não é diferente: tem muitos momentos legais, que com certeza vão arrancar sorrisos e suspiros das leitoras mais sensíveis. Miles é um personagem cativante: se não bastasse ser lindo e enigmático, ele também é romântico, e enquanto ele conta a visão dele do passado, em alguns momentos, a autora utilizou uma forma mais poética para escrever, o que, na minha opinião deixa tudo mais interessante.

Sei que a resenha está imensa, mas eu gostei tanto desse livro que preciso espalhar pelo mundo o quanto ele é bom, e preciso convencer a todos que O lado feio do amor deve ser lido, imediatamente. Esse livro entrou para os meus preferidos da vida, e torço para que vocês possam sentir o mesmo.




O lado feio do amor
Colleen Hoover
editora Galera Record
336 páginas

Joana Masen
@joana_masen

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Sobre mudanças de estilo e roupas que não nos representam

Sobre mudanças de estilo e roupas que não nos representam
Desde que surgiram os blogs de moda, eu sempre acompanhei um punhado de blogueiras, normalmente internacionais. Vocês estão cansados de saber disso, né? Há anos trago minhas inspirações pro P! mostrando algumas das minhas preferidas. Mas de um tempo pra cá, muita coisa mudou nesses blogs que sempre acompanhei. Muitas deixaram de lado o trabalho no blogosfera, porque além de ser estressante é quase impossível sobreviver disto se você não fizer milhares de propagandas - infelizmente. E muitas, muitas outras estão passando por mudanças de estilo.


É estranho pensar que tantas pessoas começaram a pensar em transformação juntas, mas foi algo que aconteceu comigo no ano passado. No início de 2015, eu e Helen gravamos nosso primeiro vídeo (e até então, único) em falamos sobre desapego e nossa lojinha do Enjoei. É verdade, ela nunca entrou no ar, mas por uma única razão: a quantidade de roupas que estávamos nos desfazendo era tão absurda, que dentro do nosso tempo, acabou virando uma coisa impossível. A Helen pegou aquela pilha do tamanho do Everest e entregou pra doação. O que acabou sendo a melhor opção, sem dúvida.

Apesar de todo aquele desapego, eu ainda não havia desapegado pra valer. Eu sou aquele tipo de pessoa que usa uma peça de roupa por muitos e muitos anos, até gastar e o único destino possível ser o lixo. Eu, literalmente, tenho coisas de quando tinha apenas 13 anos. E então o ano foi passando. De repente, algumas roupas que me fizeram feliz por anos, não me serviam mais - não apenas em tamanho, mas no que me representava. Eu comecei a entender todas aquelas divagações sobre mudanças de estilo que minhas blogueiras preferidas começaram a falar nos últimos meses.

Erin, do Calivintage, em 2012, 2013, 2014 e 2015 

Isso pode ter sido coisa da idade. Não é que tenha ficado o velha - o que sempre fui de alma -, mas é que já não tenho aqueles 19 anos de quando começamos o P!. Cheguei aos 25 anos, que apesar de ter ficado no meio do caminho, já me identifico muito mais com os 30 anos e quase nada com os 20. Mas não era só isso, tinha mais. Existia um excesso de coisas, falta de espaço e poucas oportunidades pra colocar em prática todas aquelas ideias de looks.

As peças não ficaram velhas ou feias, elas apenas não pareciam mais pertencer a mim. Ainda que fossem coisas que continuassem fazendo os meus olhos brilharem. Foi então que me desfiz de metade do meu guarda-roupa e coloquei pra doação sem dó - o mesmo sentimento que sempre me perseguia a cada limpeza anual. Alguns meses depois e não senti falta de nenhuma peça. Eu realmente precisava daquela limpeza.

Rebecca, do A Clothes Horse, nos anos de 2012, 2013, 2014 e 2015 

Agora eu penso que poderia ter doado mais algumas peças, pois meu armário continuou cheio. Mas isso pode ser uma meta pra 2016. Minha nova missão é encontrar o que vai me fazer feliz daqui pra frente (e ainda bem que existe o Pinterest, né?). Eu já sei que continuo amando o vintage e muita coisa do que eu gostava, só que talvez com cores e padrões mais básicos. E é bem provável que eu tenha entrado em uma fase menos é mais. 

Nós não podemos nos esquecer que as roupas são uma forma de comunicação e de imprimir nossa personalidade. E é por isso que esta discussão é tão importante. Afinal, não queremos passar a ideia errada sobre quem somos, não é mesmo?

Sandy Quintans
@sandyquintans

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cinematura - Eu, você e a garota que vai morrer

Cinematura - Eu, você e a garota que vai morrer
É claro que não ia deixar de fazer minha coluna preferida depois da reformulação do P! E o primeiro Cinematura do ano veio com uma clássica história minha, em que primeiro eu assisto o filme, pra depois ler o livro. No final do ano passado eu estava encantada com "Eu, você e a garota que vai morrer" e foi por isso que fiquei tão ansiosa com o livro. Mas, tenho que confessar que não me animou tanto quando a versão pro cinema. 


A história é sobre Greg, um garoto que simplesmente não gosta de se envolver com as coisas. Ele diz não ter amigos porque prefere ser aceito por todas as pessoas. Apesar de ninguém saber, ele tem uma grande amizade com o Earl - que pode ser o meu personagem preferido. Desde criança, eles são grandes amigos com uma paixão em comum: o cinema, mas não aquele comercial, estamos falando de uma coisa bem alternativa. E por causa deste interesse, eles fazem diversos filmes caseiros, que é mais um grande segredo do Greg. Um dia belo dia, a mãe dele aparece dizendo que uma colega da escola está com leucemia e que ele tem que fazer algo para ajudá-la a passar por este momento difícil. Como nós sabemos, ele não é a pessoa mais indicada pra isso, mas ele acaba indo e se tornando amigo de Rachel.


Agora esqueça todas as histórias sobre adolescentes com câncer que já conhecemos. A ideia aqui é ir contra tudo isso. Ninguém vai encontrar o grande amor da vida, não teremos grandes momentos de reflexão, já que a história toda é contada buscando um lado mais realista da doença. E daí que temos dois caminhos diferentes, um pro livro e um para o filme.


Enquanto no filme é muito divertido ele não entender muito bem a doença e não ir pro lado clichê da coisa, no livro fica sendo um pouco insensível. Parece que o autor quer tanto não ser romântico, que acaba exagerando. Na verdade, em muitas partes não achei ele desajeitado pra lidar com a situação, e sim, um babaca. Mas o livro não tem apenas partes ruins, também tem espaço pra muitas histórias engraçadas e acabei gostando ainda mais do Earl e Rachel. Isso, sem contar que os diálogos são escritos em forma de script, o que nos faz visualizar expressões e este tipo de coisa.


Já na versão cinematográfica, a história ficou mais equilibrada. A falta de tato do Greg acaba sendo um ponto positivo pra ele. E como o livro é pensado meio que em linguagem de cinema, deu muito certo a adaptação. Outra coisa legal, é que os desfechos são diferentes e mesmo assim eu gostei das duas versões, nem conseguiria escolher a minha preferida.


É verdade que em muitas partes eu não aceitei muito bem as atitudes do Greg, mas eu meio que me identifico com ele. Eu sou uma pessoa que não sabe lidar com situações difíceis, o que não quer dizer que não me importe. E apesar de ser uma história que tenta demais não ser sentimental, inevitavelmente nos faz pensar mais uma vez sobre morte, amizade e o nosso lugar no mundo.




Sandy Quintans
@sandyquintans

Cinematura é uma coluna que eu criei pra comentar adaptações de livros para o cinema, uma das minhas obsessões diversões. Para ver mais edições, clique aqui

sábado, 23 de janeiro de 2016

Os indicados ao Oscar 2016 de Melhor Figurino

Os indicados ao Oscar 2016 de Melhor Figurino
Este ano, quase que resolvo não comentar os indicados a Melhor Figurino do Oscar deste ano. Mas como não trazer uma das nossas categorias preferidas, não é mesmo? E agora que comecei a corrida pra assistir a lista dos indicados, estou encantada com os figurinos da lista. Um mais lindo que o outro. E como sempre, os figurinos de época estão dominando. Isto é inevitável, pois o cuidado necessário para este tipo de trabalho é muito maior, pois contextualiza um período e nos faz acreditar que realmente fomos transportados pra uma outra década.


Carol


Praticamente em todos os anos nós vemos o nome da Sandy Powell por aqui, não é mesmo? Esta mulher domina. E este ano, ela não só foi indicada novamente, como também está concorrendo por dois filmes, É impressionante. Sobre Carol, este foi um dos filmes que já assisti e realmente o figurino desta história faz toda a diferença. É tudo tão lindo e os detalhes são imprescindíveis pra gente entender a personalidade de cada peça desta história de amor.

 

Cinderela


Este é o outro filme pelo qual Sandy Powell foi indicado. Não teria como um conto de fadas da Disney ficar de fora desta categoria, né? São vestidos incríveis, que ajuda a história da Gata Borralheira ficar ainda mais encantadora. É de encher os olhos.

A Garota Dinamarquesa


Eu ainda não tive a oportunidade de assistir a este, mas uma coisa eu sei: apenas pelo trailer já estou encantada. O trabalho é de Paco Delgado, que já foi indicado pelo trabalho em Os Miseráveis. Além deste, foi responsável pelo figurino de diversos filmes espanhóis, como A Pele que Habito e Biutiful.

Mad Max: Estrada da Fúria


Este é um filme de outra época, mas do futuro. Mad Max é um dos meus preferidos do ano passado - com grandes chances de ser o preferido. A história e todo o visual é tão inspirador que dezenas de cosplayers já adotaram o visual meio steampunk do filme. E neste caso, o figurino é uma parte importantíssima na composição da obra, pois ele também é funcional. Afinal, estamos falando em sobreviver num cenário pós apocalíptico, né? A responsável por esta maravilha é Jenny Beaven, que é ganhadora de um Oscar e fez figurino de filmes como O Discurso do Rei, Sherlock Holmes e Dália Negra.



O Regresso


O filme que pode dar a estatueta pra Leonardo DiCaprio, também está na categoria figurino - além de ser uma obra de época. Jacqueline West é a responsável por esta obra, que também já trabalhou em filmes como O Curioso Caso de Benjamin Button, Argo e A Rede Social, além de já ter sido indicada outras três vezes para a categoria.



Sandy Quintans
@sandyquintans

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Virtuose Pop - Três artistas que juntam o clássico ao popular

Virtuose Pop - Três artistas que juntam o clássico ao popular
Hoje, quando decidi escrever esse post, pensei em desde quando eu gosto de música clássica. Não consegui achar uma data exata, o que me fez concluir que é desde de sempre, ou pelos menos desde quando me entendo por gente. 

Na minha família não tem nenhum grande apreciador desse estilo, cresci ouvindo música popular ( que eu também amo demais). Então, meu interesse sempre foi solitário e uma das minhas frustrações na vida é não ter aprendido tocar piano ou violino. Depois de adulta, ganhei um acordeon do meu pai, comecei a fazer aulas de música e isso preencheu meu coraçãozinho carente de teoria musical(esse ano volto às aulas, eba!).  Sim, sou daquelas que chora ouvindo Bach e Paganini.


Normalmente, as pessoas tendem a achar que música clássica é algo elitizado e que só quem é rico tem acesso. Em partes, isso é verdade. Porém, com o mundo inteiro disponível na internet, você pode assistir grandes concertos, aí, bem na sua frente, no conforto do seu lar. E se sua praia não for Beethoven, Mozart ou Tchaikovsky, vou te apresentar 3 músicos jovens que misturam música erudita e pop, que vão te fazer se apaixonar. 

Lang Lang


Lang Lang é um astro. 

Nasceu em uma família musical, na China,  e começou a estudar piano aos 3 anos de idade. Conta-se por aí que o que o levou a estudar música foi um episódio de Tom & Jerry, onde o gato tenta executar Rapsódia Húngara n°2, de Liszt. 



Ainda muito jovem, venceu vários concursos na China, Japão e Alemanha e aos 15 anos foi estudar no Curtis Institute of Music, nos EUA. Graças ao seu talento e à sua facilidade de comunicação com o público, principalmente com o jovens, Lan Lang atuou junto à importantes orquestras, como a Filarmônica de Viena e Berlim. 

Os mais conservadores criticam sua execução de clássicos como os de Beethoven e Mozart, por exemplo. Acham que falta acabamento musical e que sua atuação beira a superficialidade. Eu particularmente, não concordo. 
Adoro sua capacidade de atrair multidões para a música clássica e, embora muita gente se irrite com suas interpretações apelativas, acho que ele presta um grande serviço na divulgação desse estilo de música.





David Garrett


David Garrett, nasceu na Alemanha,  filho de mãe bailarina e pai advogado. Seu irmão mais velho ganhou um violino e quem se interessou mais pelo instrumento foi David que, aos 4 anos, logo aprendeu a tocar. Um ano depois já ganhou o primeiro lugar numa competição. 

Aos 7 começou a se apresentar e não parou mais de estudar. Em 99 se mudou para Nova York, para aprofundar seus conhecimentos na Juilliard. Pra bancar seus estudos, trabalhou na biblioteca da escola, num café, num bar e fez trabalhos como modelo. Sua dedicação e disciplina o acompanham desde sempre e David Garrett chega a praticar 13 horas por dia. Não, ele não é apenas um rostinho bonito. 

O príncipe do violino aproxima a música clássica da popular, e não vê nada de errado nisso. Ele costuma citar que Bach e Beethoven costumavam trazer elementos populares para atrair o público. Embora seja bastante criticado pelos mais caretas, por seu repertório, o talento de Garrett é indiscutível. E assim como Lang Lang, ele presta um grande serviço para a música clássica atual. 

Eu fui no show que ele fez em São Paulo, ano passado e foi maravilho (ele tocou Viva La Vida pra mim haha! ). Mal posso esperar por outra oportunidade de vê-lo tocar novamente.






  

2 Cellos


Esse duo musical é formado pelos violoncelistas esloveno-croatas Luka Sulic e Stjepan Hauser e tocam um estilo conhecido como Cello Rock. 

Stjepan é filho de pai violoncelista e começou a tocar aos 8. Luka tinha 6 anos quando ouviu violoncelo pela primeira vez. Se apaixonou e mesmo sem ter ninguém musicista na família, decidiu aprender. Ambos começaram pelo repertório clássico. 

Com o desejo de experimentar e atrair novas audiências, descobriram o rock e começaram a tocá-lo no cello.  Gravaram um video com. Logo várias gravadoras entraram em contato. Inclusive, o Elton John ligou pessoalmente propondo uma parceria. Pronto, as portas da fama estavam abertas!

Com performances marcantes, 2 Cellos é um sucesso mundial. Nos shows, eles costumam disputar quem vai 'causar' mais no palco. É uma disputa amigável que torna a experiência ainda mais interessante para quem assiste.





Os três já se apresentaram no Brasil e desejo profundamente que voltem logo. E quando voltarem, não percam a oportunidade de vê-los ao vivo. Garanto que é maravilhoso!

Helen Quintans
@helenquintans

Leia Mais:http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,em-turne-pelo-brasil--david-garrett-vai-do-erudito-ao-popular-,1731602
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Joana leu: Só por hoje e para sempre, Renato Russo

Joana leu: Só por hoje e para sempre, Renato Russo
"Entre abril e maio de 1993, Renato Russo passou vinte e nove dias internado numa clínica de reabilitação para dependentes químicos no Rio de Janeiro. Durante esse período, o músico seguiu com total dedicação os Doze Passos, programa criado pelos fundadores dos Alcoólicos Anônimos, que incluía um diário e outros exercícios de escrita. É este material inédito que vem à tona depois de mais de vinte anos nesse livro, graças ao desejo de Renato de ter sua obra publicada postumamente. Entremeando as memórias do líder da Legião Urbana com passagens de autoanálise e um olhar esperançoso para o futuro, este relato oferece a seus fãs, além de valioso documento histórico, um contato íntimo com o artista e um exemplo decisivo de superação."


Quando soube da existência desse livro, fiquei muito curiosa para lê-lo, porém, com uma certa desconfiança de que seria apenas um relato triste e deprimente sobre os sofrimentos de Renato Russo, algo que quisesse apenas explorar o sucesso do cantor para vender livros. Graças ao céus, eu estava errada.

O livro é uma compilação dos escritos que Renato reuniu durante os vinte e nove dias que esteve internado na clínica de reabilitação Vila Serena, como parte de seu tratamento. Além das reflexões acerca de sua própria vida, ele também escrevia sobre a esperança que tinha em sua recuperação e os planos para seu futuro, como a vontade que tinha de se tornar cineasta no final da vida, quando estivesse mais velho. Todos os seus defeitos e qualidades estão expostos aqui, e, como sabemos, a convivência com ele deveria ser extremamente difícil: ele se considerava muito especial, acima de qualquer outra pessoa, como o gênio que ele realmente era. Pedante, egocêntrico e esnobe, porém, um dos maiores artistas de todos os tempos.

Os Doze Passos que deviam ser seguidos durante o tratamento, incluíam manter um diário - de onde saiu a maioria do material para o livro - e o preenchimento de algumas fichas de atividades, onde Renato registrava tanto suas opiniões sobre os encontros com outros internos quanto as descobertas que fazia sobre si mesmo. Essas descobertas seriam o alicerce para sua recuperação, e incluíam reconhecer seus pontos fracos e defeitos, trabalhá-los e tentar melhorá-los de forma que essa melhora o fortificasse e lhe desse confiança para enfrentar o dia a dia sem o subterfúgio das drogas e da bebida.

Aqui é possível conhecer um pouco do lado genial de Renato, e toda a dor que isso lhe causava. Sua dependência química também o fazia sofrer, e ele se arrastava cada vez mais para o fundo do poço, até que decidiu mudar. A reabilitação iria ajudá-lo a lidar com seus sentimentos mais perturbadores e o fazer encarar a realidade: ele não era melhor que ninguém e tinha que encarar isso. Durante a leitura de suas anotações nas fichas de atividades, dá para perceber que ele, apesar de ser visto como um deus pelos fãs, era apenas humano, como qualquer um de nós.

É uma leitura essencial para os fãs da Legião e de Renato: desperta sentimentos intensos no leitor, e traz de volta aquela saudade do cantor, que sentimos desde a sua morte em 1996. Saber que tudo aquilo foi escrito por ele, nos coloca um pouquinho mais perto da pessoa por trás do ídolo. Além disso, o livro nos obriga a repensar nossa própria vida, nossa relação com aqueles que amamos, e nossos planos para o futuro, lembrando que não devemos ter medo de viver.

Em cada página do diário, Renato Russo está de coração aberto, exposto, sensível. E é latente a evolução psicológica do paciente durante o tratamento: de início ele está arredio e desconfiado, sempre mal humorado e ainda considerando as outras pessoas como idiotas e irritantes, e mais para o final, em suas últimas anotações, é visível que ele aceita mais o outro, compreende sua existência num todo e sua importância no grupo. Como ninguém é perfeito, ele tem consciência de que não conseguirá alcançar êxito em todos os pontos exigidos, mas também sabe que tudo o que conquistou durante a internação é o início da mudança definitiva que ele buscava (e precisava) para sua vida.

Cada passo dado por Renato na reabilitação é emocionante, e se você é fã da banda, irá sentir ainda mais. Ainda que não seja fã, certamente você conhece alguém que busca recuperação de dependência química, e sabe o quanto essa situação é dolorosa, não só para o dependente, mas para todos em sua volta. Leia o livro como um incentivo para refletir sobre suas atitudes diárias, e até como uma dica para ajudar quem precisa.

O que eu mais gostei no livro foi conseguir entender melhor algumas letras das músicas do álbum O descobrimento do Brasil, lançado em 1993, como Vinte e nove e Só por hoje, que tiveram influência clara de sua passagem pela clínica. Perder Renato Russo há quase vinte foi um duro golpe, mas, como todo grande poeta, ele nos deixou uma obra imensa, que poderá ser reverenciada por um longo tempo. Leitura emocionante e edificante, super recomendada para todos.



Só por hoje e para sempre - diários do recomeço
Renato Russo
editora Companhia das Letras
168 páginas

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Rogai por nós!

Rogai por nós!
Numa tarde chuvosa, eu e a Renata decidimos fazer um ensaio relâmpago. Uma curiosidade sobre nossas sessões é que nunca tenho nada planejado. Decido o que quero fotografar, penso 2 minutos em algo e produzo, utilizando o que tenho disponível na minha casa. Outra coisa sobre meu estilo de trabalho é que prefiro usar luz natural. Raramente uso iluminação artificial ou flash. Esse ensaio é um dos únicos que fiz em lugar fechado e com luz artifical. Levamos meia hora, e conseguimos um resultado bastante poético. 


Helen Quintans
@helenquintans

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Documentários do Oscar - Amy Winehouse e Nina Simone

Documentários do Oscar - Amy Winehouse e Nina Simone
Quando um filme mexe com a gente, ficamos pensando naquilo por muito tempo. Foi exatamente assim que me senti quando vi o documentário da Amy Winehouse, no ano passado. Aquilo não me saia da cabeça por semanas. Pensar em tudo que ela passou me fazia sofrer. Insatisfeita com essa história, também aproveitei pra assistir o documentário sobre a Nina Simone, no Netflix. Sabe, fiquei ainda mais pensativa, e mais uma vez, não conseguia deixar de ficar martelando a vida dessas mulheres. Não entendo. Daí essa semana, aconteceu que os dois documentários foram indicados ao Oscar. Parece que não foi só comigo que essas histórias mexeram, não é?


Eu resolvi que iria escrever um texto só para os dois filmes, mesmo que tivesse material pra escrever muitos individualmente. A questão é que a história dessas duas mulheres, geniais, se assemelham em muitas partes. As duas viviam diversos problemas, mesmo que diferentes. Eram artistas ovacionadas pelo grande público, mas por dentro elas eram sofrimento sem fim. Sempre admirei essas duas cantoras e quando parava pra escutar sempre me vinha um "uau!", mas eu não fui o que pode se chama de fã.


A Amy era uma menina que sempre teve problemas psicológicos, claramente ela sofria de depressão desde o início da adolescência. No documentário, os pais e os amigos comentam que ela já tomava antidepressivos com 12 e 13 anos. Inclusive, os pais dela contam que Amy contou ter desenvolvido uma dieta, em que ela podia comer o que quisesse e depois vomitava. Era a fórmula mágica que nós conhecemos como bulimia, mas parece que eles não ligaram muito pra história.


Nina Simone sonhava em ser uma pianista clássica, desde criança. E ela era muito boa naquilo. A música era a vida dela. Por isso, depois de estudar muito, ela conseguiu tocar em um botequim qualquer na hora do almoço. Até que alguém pediu pra ela que cantasse também, e não pode recusar, precisava ganhar a vida. Suas composições foram ganhando espaço e sua qualidade musical começou a ser reconhecida, mesmo que aquilo que estava fora do grande sonho dela de ser pianista.


Amy nunca sonhou com a fama, pelo contrário, ela tinha muito medo de ser famosa. Mas como cantora de Jazz, ela não achava que isso poderia acontecer. Ela acompanhava e se inspirava em todos os grandes cantores de jazz, a forma como compunham, como cantavam. Não achava que podia ganhar a vida assim, ela era muito insegura, mesmo tendo um talento impressionante. Quando aconteceu, ela não teve estrutura psicológica pra estourar no mundo, pra enfrentar a implacável imprensa britânica e pra ter as suas músicas tocadas em cada canto do planeta.


Quando a fama veio pra Nina Simone, ela conheceu o amor da vida dela, que mais tarde tornou-se seu empresário - o mesmo de quem apanhou em todos os anos que esteve casada. Foi assim que descobriu a depressão, que colocou nas suas composições, nos seus shows, nas suas cartas. Ela não se aguentava. E ninguém estava disposto a compreendê-la. Era muito mais fácil dizer o que ela deveria fazer.


Amy procurava nos homens a lacuna que seu pai tinha deixado na vida. Ela não se sentia amada. Se entregava de cabeça em cada relacionamento que vivia. Até que encontrou Blake, alguém que não estava disposto a vê-la bem. Ela se afundou por ele e foi por causa de disso que conseguiu compor o álbum Back to Black. Cada música ali traz um pouquinho de cada sofrimento dela por ele. Só depois que a fama encontrou Amy, que se pai voltou pra vida dela -, mas não da forma que ela sempre quis.


Quando Nina Simone se envolveu com a luta de Martin Luther King, ela acabou perdendo muito espaço. As pessoas diziam que ela era radical demais, que devia voltar para as canções que a consagraram. Mas nada, depois da música, fazia tanto sentido pra ela quanto a luta pelos seus direitos e de seus irmãos. Ela viveu o racismo nos Estados Unidos por anos, sem entender porque era tratada de forma diferente dos seus amigos brancos, até descobrir a causa.

Essas duas almas encontraram a fama em meio aos seus sofrimentos. Cantar era tudo que mais amavam, mas era algo que vinha junto com uma rotina cansativa, cheia de cobranças, com os holofotes. Também foram duas mulheres que tiveram grande parte de suas dores causadas por causa de seus parceiros - se é que se pode chamar assim. Você entende o reportório delas quando conhece a história e tudo fica dolorido. Eu ainda não digeri como o mundo pode ser tão cruel com quem é tão talentoso.


What Happened, Miss Simone? e Amy são obras primas, que merecem suas indicações, mas principalmente, que precisam ser vistos. Os dois trazem um material muito rico sobre as vidas delsa e aos poucos trazem cada pedacinho do sofrimento destas mulheres, incompreendidas.

Sandy Quintans
@sandyquintans

Update: O documentário da Amy estará disponível no Netflix a partir de 1º de fevereiro. Até então, só havia sido lançado nos cinemas. 

sábado, 16 de janeiro de 2016

Tank Girl

Tank Girl
Pouco antes da Renata viajar para Alemanha e me deixar aqui, carente da minha modelo preferida, fizemos dois ensaios. Esse, que mostro pra vocês hoje, tem uma pegada pós-apocalíptica.
Busquei inspiração na personagem de HQ Tank Girl e meu antigo bairro serviu de cenário pras fotos.  




Modelo: Renata Cirigliano
Fotos, produção de moda e maquiagem: Helen Quintans



Helen Quintans
@helenquintans

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

As Sufragistas

As Sufragistas
Há alguns meses descobri que seria lançado um filme sobre as sufragistas e fiquei doida pra ver, mas não foi tão fácil assim pra assistir. Foi quase uma jornada, e pasmem, é complicado até encontrar textos na internet. Na hora que vi o trailer, pensei o quanto seria mágico ver Hollywood discutindo direitos das mulheres, ainda que olhando para o passado. Sem que contar que o elenco conta com Meryl Streep, Carey Mulligan e Helena Bonham Carter. O problema foi que na data de estreia - bem depois de diversos países -, o filme não estava passando em nenhum lugar. Até consegui assistir, mas foi preciso certa força de vontade, porque nós ganhamos vozes, mas não para sermos ouvidas.


Sim, o filme valeu o esforço para assisti-lo. É algo tão poderoso ver a luta destas mulheres, que me permitiu poder votar em uma época que estávamos ali só para trabalhar, sem reconhecimento. Não foi fácil. E gostaria de ver mais e mais pessoas assistindo tudo aquilo, de ver mulheres mudando o curso da história. Mas aparentemente não é de interesse dos grandes cinemas.


O filme é ambientado entre 1912 e 1913, que foi quando o movimento sufragista ganhou notoriedade, mesmo que ele já existia há um tempão, liderado pela Emmeline Pankhurst - personagem de Meryl Streep. Depois de muitas mulheres lutarem pelo direito de voto, foi nesta época específica em que começaram a usar forma de protestos mais agressivos. A mídia não se comovia com a sua luta e para o resto da população o movimento era uma vergonha.


É aí que entra a história da Maud Watts (interpretado pela Carey), que é uma personagem fictícia, mas que existe para representar todas as operárias e mulheres de classe mais baixas. Infelizmente, quase não há documentos e informações precisas sobre a época, por ser tratado como algo obscuro. Maud trabalha em uma lavandeira desde a infância, é casada, tem um filho e nenhum estudo ou condição financeira. Logo, ela acaba percebendo que pra ela, o preço para entrar e encarar esta luta vai ser bem mais caro, pois não têm apoio algum - mesmo sabendo que é um direito imprescindível,


O filme foi criticado por só trazer personagens brancas e por não ter representatividade. Nas campanhas para promover os filmes, as atrizes traziam camisetas com os dizeres "I'd rather be a rebel, than a slave" (Prefiro ser rebelde a ser escrava), o que pegou bem mal pro filme. Afinal,  ninguém escolhe ser escravo, né? Mas, realmente esta frase fazia parte de uns discursos da Emmeline Pankhurst e foi colocado de forma infeliz na campanha, pois perdeu o contexto original.


Talvez por causa de todas essas polêmicas é o que o filme tenha sido deixado de lado dos grandes circuitos. Eu vi uma campanha gigantesca feita para o filme, mas na hora de assistir, quase ninguém conseguia. Independente, dos problemas, é um roteiro poderoso, que discute privilégios e que coloca o dedo na ferida. Não é segredo que a vida sempre foi mais difícil para mulheres, por isso mesmo que muito do que é discutido no início do século XX, continua valendo até hoje.


Apesar de alguns problemas de roteiro, os detalhes da produção, as atuações incríveis e a mensagem que ele carrega fazem o filme valer a pena. E eu realmente espero que mais pessoas possam ouvir estas vozes. Eu sofri com elas, porque sei que uma parte delas mora em mim. Nós somos estas mulheres até hoje.


Sandy Quintans
@sandyquintans

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Joana leu: A playlist de Hayden, de Michele Falkoff

Joana leu: A playlist de Hayden, de Michele Falkoff
"Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola, o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente. Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava."



Imaginem chegar a casa de seu melhor amigo, depois de uma noite confusa em que vocês se desentederam, pronto para pedir desculpas, e encontrá-lo morto. Pois é assim que começa a estória de Sam: ele é a primeira pessoa a ver o corpo sem vida de Hayden, seu único amigo, e entra em pânico.

Sam não entende porque o amigo decidiu tirar a própria vida, e se sente totalmente culpado por isso, lembrando da discussão que tiveram na noite anterior à sua morte. Ele também não entende bem o motivo por terem brigado, já que Hayden demonstrou um comportamento estranho aquela noite, mas não deu nenhum sinal de que estava prestes a se suicidar.

Para piorar a situação de Sam, Hayden deixou para ele um pendrive com uma playlist e um bilhete que dizia "Ouça, você vai entender", mas que no fundo não explicava nada. Sam passa a ouvir incessantemente as músicas separadas pelo amigo, mas não consegue encontrar nenhuma resposta ali, e isso o deixa muito frustrado.

Com a confusão do funeral e a falta que sentia do amigo, Sam fica vários dias sem dormir, e começa a ver coisas, como um mago, que era o personagem de Hayden no game que eles jogavam online, que falou com ele pelo chat e depois se materializou em seu quarto. Sam acredita que está ficando louco pela falta de sono.

Do nada surge uma garota que diz ter sido amiga de Hayden, e que agora quer se aproximar de Sam. Ela é bonita e inteligente, divertida e diferente das outras meninas do colégio, e, mesmo sem querer, Sam acaba se interessando por ela. Além disso, ele acredita que ela poderá ajudá-lo a descobrir porque Hayden se matou.

Muitos motivos podem ter levado a essa decisão de Hayden, e um deles é o bullying que sofria pela turma do próprio irmão mais velho. E isso também é uma das razões que fazem Sam ficar ainda mais culpado pela perda do amigo, já que, reanalisando os fatos, ele percebe que nunca defendeu Hayden contra os ataques do irmão e seus amigos.

A trama do livro é bem interessante, com vários detalhes na personalidade dos personagens que fazem com que o leitor faça conexões, tentando ele mesmo descobrir o que realmente aconteceu na festa que levou Hayden a se suicidar. Além do relacionamento de Sam com sua família, também é possível acompanhar a interação dele com uma nova turma de amigos, direcionado por Astrid. É uma situação estranha para ela, que até então teve apenas um amigo, mas ele vai se adaptando aos poucos.

O que mais gostei no livro foi o crescimento e o desenvolvimento emocional de Sam perante às dificuldades. Ele vai juntando as peças e decifrando o que aconteceu na festa em que brigou com Hayden, e entendendo que nem tudo foi culpa sua, e que, na verdade, ele não conhecia realmente o amigo como achava que conhecia. E no fim das contas, será que ele também não guardava nenhum segredo de Hayden?

Apesar de o livro focar na playlist desde o título até a divisão dos capítulos em uma música temática para cada um, eu não consegui fazer relação entre as músicas da playlist e os acontecimentos que levaram ao suicídio de Hayden. Gostei muito da playlist, mas, infelizmente, o objetivo da autora não foi totalmente atingido aqui. Se alguém já tiver lido o livro e entendido qual é a relação, por favor, deixe nos comentários.

E se vocês ainda não leram A playlist de Hayden, comecem agora mesmo, vale a pena entender um pouco mais o bullying praticado pelos adolescentes, e discutir o assunto para que ele não se torne comum em nossas vidas.

A editora Novo Conceito disponibilizou um site com todas as músicas citadas no livro. Ouçam, e tentem entender clicando aqui.


A playlist de Hayden
Michelle Falkoff
editora Novo Conceito
288 páginas
Joana Masen
@joana_masen



segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Porque perdi a vontade de falar sobre tendências de moda

Porque perdi a vontade de falar sobre tendências de moda

Quando eu e Helen começamos o blog, nós buscávamos falar de moda de forma descompromissada e sem regras. Já falamos outras vezes, que procurávamos algo diferente daquilo que já era feito em outros blogs, que queriam definir o que deveríamos vestir, como nos portar. Isso era 2009 e depois disso a influência deste universo aumentou ainda mais, pela quantidade, qualidade e diversidade.

Nós até tentamos seguir aquela linha de postar looks do dia, mostrar o vestíamos, o que as pessoas estavam usando e o que nos animava. Esta era uma forma descompromissada de falar de moda, uma coisa que amamos, mas que não conseguimos seguir as regras.

Moda pra mim nunca significou a etiqueta que estava na minha última aquisição, o valor que pagava pelo produto, se era ou não algo que estava nas capas da revista. Moda pra mim é a minha identidade, aquilo que imprime a minha personalidade e o meu estado de espírito. E por ser algo tão pessoal, foi ficando cada vez mais difícil escrever sobre as novidades no mundo fashion, porque aquilo já não me interessava mais.

Passei a escrever sobre coisas que me inspiravam, que criavam o meu estilo. Filmes, livros, pessoas, editoriais e blogs que acrescentavam mais ao que gostava de usar. Isso começou a fazer muito mais sentido pra mim. Moda pra mim é algo feito por pessoas, pra pessoas, e não por marcas.

Em meio a tudo isso, também acabou perdendo o sentido falar em certo ou errado na moda. O que combina com o quê e o que é o certo ou errado para determinado tipo de corpo. Sim, existe todo este tipo de estudo, mas não é disto que estou interessada em falar. Pois, acredito que não é certo existir regras para aquilo que faz bem, do que te representa e no que te faz se sentir mais feliz consigo mesmo.

E pra você, o que moda significa?

Sandy Quintans 
@sandyquintans
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