segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cinematura - Eu, você e a garota que vai morrer

É claro que não ia deixar de fazer minha coluna preferida depois da reformulação do P! E o primeiro Cinematura do ano veio com uma clássica história minha, em que primeiro eu assisto o filme, pra depois ler o livro. No final do ano passado eu estava encantada com "Eu, você e a garota que vai morrer" e foi por isso que fiquei tão ansiosa com o livro. Mas, tenho que confessar que não me animou tanto quando a versão pro cinema. 


A história é sobre Greg, um garoto que simplesmente não gosta de se envolver com as coisas. Ele diz não ter amigos porque prefere ser aceito por todas as pessoas. Apesar de ninguém saber, ele tem uma grande amizade com o Earl - que pode ser o meu personagem preferido. Desde criança, eles são grandes amigos com uma paixão em comum: o cinema, mas não aquele comercial, estamos falando de uma coisa bem alternativa. E por causa deste interesse, eles fazem diversos filmes caseiros, que é mais um grande segredo do Greg. Um dia belo dia, a mãe dele aparece dizendo que uma colega da escola está com leucemia e que ele tem que fazer algo para ajudá-la a passar por este momento difícil. Como nós sabemos, ele não é a pessoa mais indicada pra isso, mas ele acaba indo e se tornando amigo de Rachel.


Agora esqueça todas as histórias sobre adolescentes com câncer que já conhecemos. A ideia aqui é ir contra tudo isso. Ninguém vai encontrar o grande amor da vida, não teremos grandes momentos de reflexão, já que a história toda é contada buscando um lado mais realista da doença. E daí que temos dois caminhos diferentes, um pro livro e um para o filme.


Enquanto no filme é muito divertido ele não entender muito bem a doença e não ir pro lado clichê da coisa, no livro fica sendo um pouco insensível. Parece que o autor quer tanto não ser romântico, que acaba exagerando. Na verdade, em muitas partes não achei ele desajeitado pra lidar com a situação, e sim, um babaca. Mas o livro não tem apenas partes ruins, também tem espaço pra muitas histórias engraçadas e acabei gostando ainda mais do Earl e Rachel. Isso, sem contar que os diálogos são escritos em forma de script, o que nos faz visualizar expressões e este tipo de coisa.


Já na versão cinematográfica, a história ficou mais equilibrada. A falta de tato do Greg acaba sendo um ponto positivo pra ele. E como o livro é pensado meio que em linguagem de cinema, deu muito certo a adaptação. Outra coisa legal, é que os desfechos são diferentes e mesmo assim eu gostei das duas versões, nem conseguiria escolher a minha preferida.


É verdade que em muitas partes eu não aceitei muito bem as atitudes do Greg, mas eu meio que me identifico com ele. Eu sou uma pessoa que não sabe lidar com situações difíceis, o que não quer dizer que não me importe. E apesar de ser uma história que tenta demais não ser sentimental, inevitavelmente nos faz pensar mais uma vez sobre morte, amizade e o nosso lugar no mundo.




Sandy Quintans
@sandyquintans

Cinematura é uma coluna que eu criei pra comentar adaptações de livros para o cinema, uma das minhas obsessões diversões. Para ver mais edições, clique aqui

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