terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Sobre mudanças de estilo e roupas que não nos representam

Desde que surgiram os blogs de moda, eu sempre acompanhei um punhado de blogueiras, normalmente internacionais. Vocês estão cansados de saber disso, né? Há anos trago minhas inspirações pro P! mostrando algumas das minhas preferidas. Mas de um tempo pra cá, muita coisa mudou nesses blogs que sempre acompanhei. Muitas deixaram de lado o trabalho no blogosfera, porque além de ser estressante é quase impossível sobreviver disto se você não fizer milhares de propagandas - infelizmente. E muitas, muitas outras estão passando por mudanças de estilo.


É estranho pensar que tantas pessoas começaram a pensar em transformação juntas, mas foi algo que aconteceu comigo no ano passado. No início de 2015, eu e Helen gravamos nosso primeiro vídeo (e até então, único) em falamos sobre desapego e nossa lojinha do Enjoei. É verdade, ela nunca entrou no ar, mas por uma única razão: a quantidade de roupas que estávamos nos desfazendo era tão absurda, que dentro do nosso tempo, acabou virando uma coisa impossível. A Helen pegou aquela pilha do tamanho do Everest e entregou pra doação. O que acabou sendo a melhor opção, sem dúvida.

Apesar de todo aquele desapego, eu ainda não havia desapegado pra valer. Eu sou aquele tipo de pessoa que usa uma peça de roupa por muitos e muitos anos, até gastar e o único destino possível ser o lixo. Eu, literalmente, tenho coisas de quando tinha apenas 13 anos. E então o ano foi passando. De repente, algumas roupas que me fizeram feliz por anos, não me serviam mais - não apenas em tamanho, mas no que me representava. Eu comecei a entender todas aquelas divagações sobre mudanças de estilo que minhas blogueiras preferidas começaram a falar nos últimos meses.

Erin, do Calivintage, em 2012, 2013, 2014 e 2015 

Isso pode ter sido coisa da idade. Não é que tenha ficado o velha - o que sempre fui de alma -, mas é que já não tenho aqueles 19 anos de quando começamos o P!. Cheguei aos 25 anos, que apesar de ter ficado no meio do caminho, já me identifico muito mais com os 30 anos e quase nada com os 20. Mas não era só isso, tinha mais. Existia um excesso de coisas, falta de espaço e poucas oportunidades pra colocar em prática todas aquelas ideias de looks.

As peças não ficaram velhas ou feias, elas apenas não pareciam mais pertencer a mim. Ainda que fossem coisas que continuassem fazendo os meus olhos brilharem. Foi então que me desfiz de metade do meu guarda-roupa e coloquei pra doação sem dó - o mesmo sentimento que sempre me perseguia a cada limpeza anual. Alguns meses depois e não senti falta de nenhuma peça. Eu realmente precisava daquela limpeza.

Rebecca, do A Clothes Horse, nos anos de 2012, 2013, 2014 e 2015 

Agora eu penso que poderia ter doado mais algumas peças, pois meu armário continuou cheio. Mas isso pode ser uma meta pra 2016. Minha nova missão é encontrar o que vai me fazer feliz daqui pra frente (e ainda bem que existe o Pinterest, né?). Eu já sei que continuo amando o vintage e muita coisa do que eu gostava, só que talvez com cores e padrões mais básicos. E é bem provável que eu tenha entrado em uma fase menos é mais. 

Nós não podemos nos esquecer que as roupas são uma forma de comunicação e de imprimir nossa personalidade. E é por isso que esta discussão é tão importante. Afinal, não queremos passar a ideia errada sobre quem somos, não é mesmo?

Sandy Quintans
@sandyquintans

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