sábado, 29 de julho de 2017

Eu não consigo parar de falar sobre Baby Driver

Eu não consigo parar de falar sobre Baby Driver
Quando eu assisti Baby Driver por aqui (estreando como Em ritmo de fuga, no Brasil), eu queria muito sentar o quanto antes e falar sobre esse filme em todos os lugares possíveis, de tanta empolgação que eu tive saindo da sessão. Foi uma decepção perceber que ainda não estava passando no Brasil, ainda mais considerando que grande parte dos filmes tem chegado simultaneamente em todos os lugares. Por isso, resolvi esperar um pouco pra incluir esse post aqui no P!, o que foi bom pelo lado de que mesmo depois de semanas, continuei muito empolgada a respeito dele. 


O pessoal que costuma acompanhar canais de criticas de cinema deve ter percebido que 90% deles estão falando sobre a estreia de Baby Driver aí no Brasil, sendo que todo mundo está comentando muito bem sobre. É chato criar tantas expectativas em torno de algo, mas é que esse é um daqueles filmes que tem tudo pra entrar na lista de preferidos do ano, quem sabe até da vida. Com ressalvas ou sem, muitos dos críticos tem colocado o longa de Edgar Wright como uma aula de cinema e edição.


A verdade é que Baby Driver não é pra críticos - apesar de ser sido bem recebido por eles -, mas um filme pra todo mundo, passando por várias faixas etárias até gostos completamente distintos. O longa em si é considerado de ação, porém ele mistura um pouco de aventura, com romance e muita comédia. Ele não se leva a sério completamente, o que dá o tom certo pra loucura dessa sinopse. 

Baby é um jovem piloto de fugas que tem um talento incrível, mas que não possui muita coisa em comum com o mundo do crime. O segredo pro sucesso é que ele é tem uma deficiência auditiva, que faz com que escute o música o tempo inteiro, dando ritmo a tudo que faz - inclusive, dirigir impressionantemente bem. No meio desse mundo de assaltos, a gente vai conhecendo uma gama de personagens bem construídos, aqui e ali, que só vai enriquecendo o filme.


Justamente por Baby ser completamente ligado em música, o filme é editado dessa forma. Por isso, digo sem medo, que a trilha sonora é personagem imprescindível pro sucesso do longa. Em entrevistas para a divulgação, Edgar Wright, que além de diretor também é roteirista, explicou que só escrevia a cena quanto tinha a música perfeita em mãos pra ela. O que traz uma ideia não muito comum para o cinema de construir a trilha sonora (que você pode dar o play aí embaixo) antes mesmo do roteiro completo. Não é maravilhoso?



Outro acerto dessa loucura que é Baby Driver é o elenco - que foi o que me chamou atenção pra ir conferir esse filme, sem nem ao menos saber sobre a sinopse. Ansel Elgort, que fez um sucesso danado em A culpa é das estrelas, é quem interpreta Baby no filme. O que dá muito certo, porque Ansel é completamente carismático e tem tudo a ver com o personagem. Daí pra completar, temos Kevin Spacey, Jamie Foxx, Jon Hamm e Lily James (que resolveu sair dos filmes de épocas e arrasou) pra completar a cereja do bolo. Acho que não preciso dizer mais sobre isso. 

Como vocês devem ter notado, poderia passar horas falando sobre Baby Driver, mas não quero entregar nenhum spoiler, nem estragar a experiência de ninguém com tantas expectativas. Mas é inegável que o filme tem tudo pra entrar na lista de melhores do ano e pra agradar os mais variados públicos. É aposta certeira pra quem quer investir num ingresso de cinema esse final de semana.



Sandy Quintans
@sandyquintans

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Roupa de brechó não precisa ter cara de roupa de brechó

Roupa de brechó não precisa ter cara de roupa de brechó
Consumo consciente é um assunto recorrente aqui no P! há bastante tempo. Gostamos de falar sobre isso, porque, de fato, faz parte do nosso dia a dia.

Com o passar dos anos, fomos aprendendo a fazer compras de maneira mais inteligente e parando de desperdiçar tempo e dinheiro consumindo coisas que nunca nos serviria.

Dando uma geral no meu guardarroupa, percebi que tenho muitas peças que uso há anos. Muitas vezes, elas ficam lá esquecidas por um tempo, mas sempre acabo redescobrindo-as e criando novas possibilidades nos meus looks. 

Sou uma adepta das compras em brechós, tanto físicos, quanto virtuais. Compro muita coisa de segunda mão, desde roupas e acessórios até móveis e eletrodomésticos.

Como gosto de customizar e transformar essas peças, produzi e fotografei minha cunhada, Juliana, para mostrar que dá pra criar visuais muito interessantes, gastando pouco e usando o que já se tem no armário. Todos os looks são compostos com peças de segunda mão e que custaram menos de 20 reais. 


Lenço: R$5 | Óculos Pierre Cardin: R$3 | Brincos: R$2
Colete: acervo pessoal | Blusa: R$5 | Botas: acervo pessoal

Bracelete: R$12 | Colar: doação
Customizar e reformar é uma ótima alternativa para modernizar e aumentar a vida útil das roupas.  O casaco azul, de veludo, teve suas mangas cortadas e apliquei um detalhe dourado para tirar a cara de roupa de brechó. 
Lenços: doações | Brincos e colar: comprei num lote, com vários outros acessórios por R$15

Camisa: R$10 | Calça: R$8 | Óculos: R$12

Sapatos: R$14 | Cara de rica: não tem preço ( haha)
Comprar em brechó não significa que você vai sair por aí parecendo uma vovózinha ou com roupas com cara de usadas. Dá pra se vestir bem, economizar e ainda ajudar o meio ambiente.

Modelo: Juliana Carnielli
Fotos: Helen Quintans
Make e Styling: Helen Quintans

Helen Quintans
@helenquintans


quarta-feira, 26 de julho de 2017

O meu parque preferido em Dublin

O meu parque preferido em Dublin
Uma das melhores coisas de Dublin, aqui na Irlanda, são os parques espalhados por toda a cidade. Desde que cheguei - há quase seis meses agora - eu já tive o prazer de conhecer vários deles, o que com certeza se tornou o meu passatempo preferido. É claro que ainda há muito o que explorar e alguns parques ainda estão na lista de espera, mas nesse tempo que tô aqui já consegui escolher o meu preferido do intercâmbio: o Saint Anne's Park. 

The wild inside the Saint Anne`s Park

Esse foi um dos primeiros lugares que eu conheci por aqui, mas eu lembro que quando isso aconteceu eu não havia explorado o parque suficiente e não entendia muito qual era a graça. Apenas havia achado um lugar bonito. Algumas semanas depois, eu e o Vini nos mudamos para o bairro onde o St. Anne's está localizado e esse foi um dos lugares mais elogiados pelo pessoal que mora com a gente, o que acabou atiçando a nossa curiosidade pra conhecer melhor e devidamente, desta vez.

Mysteriuous ways We are always looking for balance

O Saint Anne's é um parque enorme, com diversos espaços diferentes. Tem lugar pra todo gosto, florestas, campos pra praticar esportes, trilhas, gramado pra dar aquela relaxada básica, jardins, um café charmoso e várias construções antigas que fazem parte da história do lugar. É o segundo maior parque de Dublin, só perdendo para o famoso Phoenix Park. Acho que exatamente por essa diversidade e também por ser um parque lindo, que o St. Anne's se tornou um dos lugares preferidos, sendo que sempre que tenho um tempo livre, não deixo de ir lá - mesmo nos dias frios. É por isso também que não é difícil encontrar fotos lá no meu instagram de dias que dei uma passadinha (inclusive, espalhei por esse post diversas fotos que o Vini tirou nesses meses que estamos aqui). 

Sunset at Saint Anne's Park Sweet times

Pesquisando um pouco da história de lá, descobri que ele foi doado e estabelecido como parque pelos Guinness - sim, os mesmos da cerveja. Antes disso, era da propriedade da família, o que explica tantas construções espalhadas pelo parque em estilo romano, que fazia parte da vida deles. Há também um local chamado de Red Stables, que foi reformado e hoje funciona como espaço para o café, exposições de artes e local para as feiras que acontecem por lá aos finais de semana. Também havia uma mansão principal que pegou fogo em 1943 na noite de Natal durante a segunda Guerra Mundial, visto que o parque era usado pelas forças armadas nesse período. O que faz com que a gente só fique imaginando o quanto seria incrível ter essa construção nos dias de hoje. Além disso, também serviu de espaço para população local plantar alimentos naquela região, incentivado pelo governo.

Pintura de como era a mansão no Saint Anne's, já que agora só nos resta imaginar (Fonte: http://www.clontarf.ie)
Hoje em dia, o Saint Anne's é um dos centros de lazer da comunidade local, por isso há diversos eventos por lá, principalmente agora no verão. Uma das maiores atrações nessa época é o jardim de rosas com espécies do mundo inteiro. Mas a verdade, é que lá é um espaço incrível em qualquer época do ano. Lembro que quando ainda estava frio, sempre dava uma passada lá pra caminhar e escutar música, nada que um bom chocolate quente não resolvesse pra aproveitar melhor a tarde.

Sandy Quintans
@sandyquintans

domingo, 23 de julho de 2017

6 canais do youtube que vão te ajudar a consumir menos

6 canais do youtube que vão te ajudar a consumir menos
Esses dias estava pensando que estamos vivendo um período que muita gente está disposta a falar sobre consumo consciente e mudanças de comportamento. Ainda bem! No Youtube, isso não é diferente. Por isso, resolvi montar um lista com alguns influenciadores que costumam compartilhar informações importantes sobre, pra você que assim como eu está tentando mudar os hábitos de compras.


É claro que cada um acaba descobrindo no processo de consumir menos, suas próprias formas de adaptação e acaba entendendo o que funciona pra você e o que não funciona pra você. Por isso, é legal procurar fontes variadas de informações, seja em canais ou em documentários (que aliás, tem uma listinha ótima pra você aqui) e textos na internet.

Marieli Mallmann


Descobri o canal da Marieli há uns dois meses e desde então tenho acompanhado sempre, porque dá um quentinho no coração. Ela fala muito sobre minimalismo e dá várias dicas de consumo no canal dela, além de sempre trazer vídeos inspiradores sobre mudança de comportamento e buscar aquilo que nós faz feliz. 



Afros e Afins


O canal da Nataly Nery é uma das principais fontes pra quem quer saber mais sobre racismo e ativismo negro. E só por isso, o canal dela já seria maravilhoso. Mas o que pouca gente nota, é que os vídeos dela também são sobre consumo, brechós e consumo consciente. Toda maravilhosa.


Stephanie Noelle


A Stephanie tem um canal cheio de assunto maravilhosos e está sempre comentando sobre novas formas de consumo. Os que eu mais gosto são aqueles que ela traz marcas nacionais e sustentáveis, mas que não perdem o lado fashion e que a gente adora. Ela tá sempre cheia de dicas boas de compras.


Thais Farage


A Thais é uma das minhas maiores inspirações de looks, cabelo e maquiagem (e acho que isso dá pra notar, né?). Mas a melhor sobre o canal dela, é que ela é consultora de moda, por isso traz muitas dicas de compras e composições de looks. Só coisa útil mesmo.


Caio Braz


Eu tinha falado sobre o canal do Caio lá na minha lista de youtubers preferidos. O que não tinha comentado lá, é que ele traz muito vídeo sobre moda e consumo que são incríveis. Ele, além de estilista, é muito ligado em tendências e comportamento, por isso sempre tem muita dica interessante. Imperdível.


Chata de Galocha


A Lu tem vídeos maravilhosos sobre tudo, mas os que mais vão te ajudar na hora de consumir melhor são os Chatômetros que ela faz. Se trata de uma série de vídeos em que ela testa produtos de maquiagens e analisa se vale a pena ou não comprar aquele produto. O que ajuda muita gente a não cair  na armadilha das tendências. Toda semana tem um review novo.

Sandy Quintans
@sandyquintans

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Consumo – Parece que não, mas dá pra economizar com o Pinterest

Consumo – Parece que não, mas dá pra economizar com o Pinterest
Eu e Helen estamos no Pinterest desde os primórdios desta linda ferramenta de inspiração (aliás, segue a gente lá, aqui e aqui). Pra quem já passava muito tempo no Tumblr e no WeHeartIt, logo se tornou algo muito útil pras nossas vidas e tem tudo a ver com os nossos interesses. Por ser um universo cheio de coisas lindas, muitas vezes acabamos construindo boards que nunca vão se concretizar, vamos ser sinceros.


Justamente por o Pinterest ser esse mundo infinito de possibilidades, muitas e muitas vezes essas ferramentas de inspiração acabam se tornando uma cilada muito grande nas nossas vidas. Em que a gente fica procurando a vida perfeita se realizar pra poder colocar os nossos planos em prática. Mesmo que a maioria desses desejos não estejam nem perto de existir. Isso vale também pro Tumblr e pro Instagram, ou seja lá onde você procura inspiração, não é mesmo?
Macacão, uma coisa que eu adoro e uso e tô sempre procurando inspirações pra looks.
Mas a verdade é, que se soubermos usar o Pinterest a nosso favor, ela pode se tornar muito útil na hora de consumir. Uma coisa que me ajudou nos decorrer dos anos, principalmente nos meus boards relacionados a moda e a DIY, é pinar coisas que são parecidas ou iguais as coisas que eu já tenho. Se a ideia aqui é buscar inspiração, por que não buscar naquilo que existe ao invés de sempre pensarmos em compras?

Sabe quando você olha pra um peça que tá parada  no seu guarda-roupa e não sabe muito bem o que fazer com ela? Ou quando você já a usou tantas vezes que acabou perdendo o brilho? Então, nessas horas o Pinterest pode ser um aliado incrível, pra gente testar novas ideias e dar uma cara nova pra aquela roupa que já não é mais a mesma faz tempo.
Apaixonada pela minha bomber jacket, saí procurando jeitos diferentes de usa-la ainda mais sem enjoar.

Outra coisa super maravilhosa que o Pinterest lançou há um tempo, e que ajuda muito, é o botãozinho "Experimentar" nos pins. Isso pode servir de metas pra sua vida, ver quantas coisas que você salvou como inspiração e realmente usou. Também é uma forma de entender o que funciona e o que não está funcionando pra tornar os seus boards cada vez mais realistas com o que você é e tem.

Isso também vale pra inspirações pra decoração e cabelo. Por que pinar coisas pra sua casa que são incrivelmente irrealistas? Ou manter no seu board de cabelos, tipos completamente diferentes do seu ou das suas habilidades pra fazer penteados? Pensa no seu dia-a-dia, na sua rotina, nos seus planos e veja se aquela é realmente a melhor ideia pra deixar salvo ali ou se vai ser só volume nas suas pastas.
Tô usando muita meia alta MESMO e esses pins me mostraram várias possibilidades de usar com meu Adidas Supersar.

Pro Pinterest se tornar uma ferramenta de inspiração de verdade nesses anos, essa foi a maior lição que aprendi. Colocar as coisas que acho incríveis em caixinhas de possibilidades, com peças que não só me representam, mas também cabem dentro da minha realidade financeira. É possível sim fazer bonito com pouco dinheiro ou com um pouquinho de paciência.

Sandy Quintans
@sandyquintans

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Consumo – As compras do meu intercâmbio

Consumo – As compras do meu intercâmbio
É claro que a necessidade e a mudança de vida impactaram muito na minha forma de comprar, mas a verdade é que antes de embarcar pra Irlanda já estava pensando em consumo de forma diferente. Grande parte dos meus gastos financeiros desde os primeiros salários da minha vida sempre foi em roupas e em comida e já fazia um bom tempo que meus olhos pararam de brilhar em várias lojas que costumava gostar. A maioria das coleções já não me representava mais. 
Eu e minha capinha de chuva sendo muito plenas em Dublin.
Quando cheguei aqui só com uma mala, inevitavelmente eu tive que comprar algumas coisas, como um casaco que fosse mais apropriado pra pegar chuva, vento e me manter aquecida. Mas tudo que comprei até hoje, nesses meus cinco meses de intercâmbio, sempre foram peças que realmente gostei e que fossem fazer sentido dentro do meu, agora, pequeno guarda-roupa. 

O maior objetivo de vida – mesmo com as coisas sendo mais baratas aqui – se tornou: barganhar.  Então, basicamente quando eu vejo uma plaquinha de “Sale”, já entro e realmente penso se aquelas peças estão com um super desconto e nas possibilidades daquilo com as roupas que eu já tenho. Consigo montar pelo menos cinco looks com isso? É útil? E assim vai. 

Aquele cardigã velho de guerra pra qualquer ocasião e temperatura: basta construir camadas
Considero que comprei uma boa quantia de roupas por bem pouco dinheiro. Não vou negar que o fato das coisas serem mais baratas aqui me ajuda muito na hora de economizar e infelizmente, ainda continuo consumindo mais em lojas de departamento, que sabemos que trabalham com preços irrisórios. Mas, a questão é que ainda é algo muito elitizado consumir de produções justas e de marcas menores, mesmo que hoje seja possível ter acesso a muitos bazares e brechós online (o que já ajuda muito a mudar esse cenário de compras). 

Basicamente, desde que cheguei aqui comprei um casaco marrom (pra chuva, vento e dias mais frios), uma bomber jacket rosa maravilhosa, um cardigã marrom super quentinho e versátil, uma capa de chuva pra dias mais quentes (não vamos esquecer que aqui chove em 70% dos dias, de acordo comigo mesma) e várias toucas e cachecóis pra dar uma variada nos looks. Também comprei um macacão, dois pares de jeans e um Adidas Superstar por uma barganha (porque sou dessas que ama economizar). 

Um casaco para os dias frios e chuvoso: frio não passo não.
O que eu percebi com essa experiência de economia (não por opção, mas por necessidade) é que grande parte das vezes que a gente compra uma peça nova é por falta de inspiração. Geralmente, temos tudo o que precisamos dentro do nosso armário, mas quando surge algum evento ou algo diferente pra fazer, nosso primeiro pensamento acaba se resumindo a compras. Então, da próxima vez que entrar numa loja pra comprar algo, não se esqueça de se perguntar se realmente precisa daquilo.

Todas as fotos: Vinícius Novaes.

Sandy Quintans
@sandyquintans

terça-feira, 11 de julho de 2017

Playlist do P! - Músicas de fone de ouvido

Playlist do P! - Músicas de fone de ouvido
Foi ouvindo o novo álbum do Fleet Foxes que tive uma espécie de revelação sobre essa playlist. A primeira vez que escutei tinha colocado pra tocar bem alto enquanto limpava a casa e achei as músicas meio sem graça, sei lá. Outro dia tentei ouvir de novo, com meu fone de ouvido, enquanto estava lendo - o que fez com que a minha percepção se transformasse totalmente. Comecei a achar o álbum sublime, mágico. Percebi que estava ouvindo de maneira errada, porque algumas músicas são feitas pra ficarem guardadinhas pra gente escutar sozinho.

Foi assim, que surgiu a ideia de reunir numa playlist músicas pra ouvir sozinho, naquele momento que é só seu e que merece fones de ouvido. Pra ler, pra pegar ônibus, pra pensar na vida. Não deixa de dar play aqui, ó:


Sandy Quintans
@sandyquintans

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Consumo - Coloquei meu guarda-roupa em uma mala

Consumo - Coloquei meu guarda-roupa em uma mala
Esses dias percebi que fazia um bom tempo que não escrevia e me deu uma saudade danada. Foi conversando com a Helen que decidimos começar um novo mini-projeto aqui no blog pra falar um pouco sobre consumo e como estamos agindo diferente em relação a isso. Eu com a mudança de país e a Helen com o ritmo de redecorar uma nova casa (clica aqui e aqui, caso você não saiba do que estamos falando). Resolvi começar esse projeto falando daquilo que mais modificou meu guarda-roupa: a minha mala pra Irlanda. 
Ninguém disse que seria fácil colocar tudo numa mala só, né?
Eu sempre soube que fazer as malas seria um momento bem complicado do meu intercâmbio. De alguma forma eu queria levar apenas uma mala de 32 quilos, porque sabia que iria voltar com muito mais do que tinha ido. E isso era algo que me tirava o sono – e olha que durmo muito mesmo! O problema é que tenho muito apego com as minhas coisas, principalmente com roupas e estava vivendo um momento que iria me tirar completamente da minha zona de conforto. 

A parte chata é não poderia lotar a mala com tudo que eu mais amasse. Eu estava prestes a chegar em um país que estava no auge do inverno, enquanto que meu guarda-roupas no Brasil era formado por vestidos, saias e camisetas. Nunca foi uma opção chegar aqui e comprar dezenas de roupas pra me manter aquecida, a grana sempre foi curta desde o início da jornada.  O plano então virou o seguinte: começar tirando pra doação o que não dava mais. 

Eu separei tantas coisas que minha família ficou com dó por estar me desfazendo de coisas que são a minha cara e que amo tanto. É só que eu não imaginava como seria voltar pra casa depois de quase um ano, de ter vivido toda uma transformação e encarar aquele passado. Aquelas roupas não cabiam na minha volta pra casa. E assim, elas foram. Depois que eu organizei o espaço com as roupas que iriam ficar e as que iriam comigo pra Irlanda ficou tudo tão: lindo. E é assim que a gente entende que está tomando uma direção pra resolver um conflito. 

Suzie Bishop, de Moonrise Kingdom, com os itens essenciais dela.
A próxima etapa foi encher a mala com roupas que fossem eficazes pra me ajudar no frio: casacos, cardigãs, calças e acessórios. Daí, o espaço que sobrasse seria pra levar roupas de verão: vestidos, saias, camisetas, shorts. Mas mesmo assim, eu só quis trazer coisas que dessem certo com meia calça, caso eu quisesse usar quando estivesse frio. Foi pensando assim que comecei a mudar completamente o modo de encarar as minhas roupas. Elas deixaram de ser bonitas para se tornarem úteis, o que também acabou mudando meu jeito de consumir (spoiler: que é o assunto do meu próximo post). 

Na prática, eu juro que não percebo que estou vivendo com menos roupas do que no Brasil, por mais incrível que isso possa parecer. Eu só fui notar, quando há umas semanas resolvi dar uma organizada nas minhas roupas. Quando terminei de dobrar todas as coisas que tenho e colocar em pilhas como sempre faço, percebi que era o menor montinho de peças que já tive na vida. E isso depois de só 20 minutos naquele processo. Coloquei as coisas de volta no lugar, pensando: isso tá funcionando. 

Essa semana completo cinco meses de Irlanda, o que já me deu uma noção se meu plano funcionou ou não. De maneira bem geral, consegui fazer um bom trabalho. Eu sinto falta MESMO de algumas roupas que deixei no Brasil, principalmente dos meus calçados. E outras, vejo que não precisava ter trazido. Mas o número de erros foi tão pequeno, que só consigo me sentir realizada com essa nova fase de viver com menos. 

Sandy Quintans
@sandyquintans
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