Esses dias
percebi que fazia um bom tempo que não escrevia e me deu uma saudade danada.
Foi conversando com a Helen que decidimos começar um novo mini-projeto aqui no
blog pra falar um pouco sobre consumo e como estamos agindo diferente em
relação a isso. Eu com a mudança de país e a Helen com o ritmo de redecorar uma
nova casa (clica aqui e aqui, caso você não saiba do que estamos falando). Resolvi
começar esse projeto falando daquilo que mais modificou meu guarda-roupa: a minha mala pra Irlanda.
Eu sempre
soube que fazer as malas seria um momento bem complicado do meu intercâmbio. De
alguma forma eu queria levar apenas uma mala de 32 quilos, porque sabia que
iria voltar com muito mais do que tinha ido. E isso era algo que me
tirava o sono – e olha que durmo muito mesmo! O problema é que tenho muito
apego com as minhas coisas, principalmente com roupas e estava
vivendo um momento que iria me tirar completamente da minha zona de conforto.
A parte chata é não poderia lotar a mala com tudo que eu mais amasse. Eu estava prestes a chegar em um país que estava no auge do inverno, enquanto que meu guarda-roupas no Brasil era formado por vestidos, saias e camisetas. Nunca foi uma opção chegar aqui e comprar dezenas de roupas pra me manter aquecida, a grana sempre foi curta desde o início da jornada. O plano então virou o seguinte: começar tirando pra doação o que não dava mais.
Eu separei tantas coisas que minha família ficou com dó por estar me desfazendo de coisas que são a minha cara e que amo tanto. É só que eu não imaginava como seria voltar pra casa depois de quase um ano, de ter vivido toda uma transformação e encarar aquele passado. Aquelas roupas não cabiam na minha volta pra casa. E assim, elas foram. Depois que eu organizei o espaço com as roupas que iriam ficar e as que iriam comigo pra Irlanda ficou tudo tão: lindo. E é assim que a gente entende que está tomando uma direção pra resolver um conflito.
A próxima
etapa foi encher a mala com roupas que fossem eficazes pra me ajudar no frio:
casacos, cardigãs, calças e acessórios. Daí, o espaço que sobrasse seria pra
levar roupas de verão: vestidos, saias, camisetas, shorts. Mas mesmo assim, eu
só quis trazer coisas que dessem certo com meia calça, caso eu quisesse usar
quando estivesse frio. Foi pensando assim que comecei a mudar completamente o
modo de encarar as minhas roupas. Elas deixaram de ser bonitas para se tornarem
úteis, o que também acabou mudando meu jeito de consumir (spoiler: que é o
assunto do meu próximo post).
Na prática, eu juro que não percebo que estou vivendo com menos roupas do que no Brasil, por mais incrível que isso possa parecer. Eu só fui notar, quando há umas semanas resolvi dar uma organizada nas minhas roupas. Quando terminei de dobrar todas as coisas que tenho e colocar em pilhas como sempre faço, percebi que era o menor montinho de peças que já tive na vida. E isso depois de só 20 minutos naquele processo. Coloquei as coisas de volta no lugar, pensando: isso tá funcionando.
Essa semana completo cinco meses de Irlanda, o que já me deu uma noção se meu plano funcionou ou não. De maneira bem geral, consegui fazer um bom trabalho. Eu sinto falta MESMO de algumas roupas que deixei no Brasil, principalmente dos meus calçados. E outras, vejo que não precisava ter trazido. Mas o número de erros foi tão pequeno, que só consigo me sentir realizada com essa nova fase de viver com menos.
Ninguém disse que seria fácil colocar tudo numa mala só, né? |
A parte chata é não poderia lotar a mala com tudo que eu mais amasse. Eu estava prestes a chegar em um país que estava no auge do inverno, enquanto que meu guarda-roupas no Brasil era formado por vestidos, saias e camisetas. Nunca foi uma opção chegar aqui e comprar dezenas de roupas pra me manter aquecida, a grana sempre foi curta desde o início da jornada. O plano então virou o seguinte: começar tirando pra doação o que não dava mais.
Eu separei tantas coisas que minha família ficou com dó por estar me desfazendo de coisas que são a minha cara e que amo tanto. É só que eu não imaginava como seria voltar pra casa depois de quase um ano, de ter vivido toda uma transformação e encarar aquele passado. Aquelas roupas não cabiam na minha volta pra casa. E assim, elas foram. Depois que eu organizei o espaço com as roupas que iriam ficar e as que iriam comigo pra Irlanda ficou tudo tão: lindo. E é assim que a gente entende que está tomando uma direção pra resolver um conflito.
Suzie Bishop, de Moonrise Kingdom, com os itens essenciais dela. |
Na prática, eu juro que não percebo que estou vivendo com menos roupas do que no Brasil, por mais incrível que isso possa parecer. Eu só fui notar, quando há umas semanas resolvi dar uma organizada nas minhas roupas. Quando terminei de dobrar todas as coisas que tenho e colocar em pilhas como sempre faço, percebi que era o menor montinho de peças que já tive na vida. E isso depois de só 20 minutos naquele processo. Coloquei as coisas de volta no lugar, pensando: isso tá funcionando.
Essa semana completo cinco meses de Irlanda, o que já me deu uma noção se meu plano funcionou ou não. De maneira bem geral, consegui fazer um bom trabalho. Eu sinto falta MESMO de algumas roupas que deixei no Brasil, principalmente dos meus calçados. E outras, vejo que não precisava ter trazido. Mas o número de erros foi tão pequeno, que só consigo me sentir realizada com essa nova fase de viver com menos.
Sandy Quintans
@sandyquintans
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