Por um toque de ouro
Carolina Munhóz
editora Fantástica Rocco
272 páginas
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"Depois do bem-sucedido 'O reino das vozes que não se calam', a escritora Carolina Munhóz apresenta o primeiro livro da Trindade Leprechaun, sua prmeira trilogia, inspirada nas lendas irlandesas e ambientado na Dublin contemporânea. Uma jovem ligada ao mundo fashion descobre ser a herdeira de uma rara linhagem de seres mágicos cnsiderados guardiões de potes de ouro, e com essa descoberta também vem o desafio de tentar manter seu dom, se protegendo de pessoas mal intencionadas, que desejam apenas roubar o seu poder."
Emily O'Connell é uma menina que tem tudo o que quer: a família é muito rica, ela tem liberdade total para fazer o que quiser sem dar satisfações para ninguém, e seus pais são extremamente liberais e aceitam trabquilamente todas as suas atitudes. Ela vive em baladas, bebe, fica com quem quiser e aproveita tudo o que o dinheiro pode lhe dar. Emily também ajuda os pais desenhando algumas peças para a grife de sapatos e bolsas da família, que é sucesso mundial. Além de tudo isso, ela é muito boa no poquer, e ganha milhões na mesa de jogo facilmente. Sua sorte parece não ter fim.
O que ninguém imagina, nem mesmo a própria Emily, é que todas essas coisas têm origem num poder especial que ela possui, herdado de seu pai: o toque de ouro. Tudo em que eles se envolvem dá certo, eles quase nunca ficam doentes e a fortuna da família só aumenta a cada dia. E Emily curte a vida sem se preocupar com nada, até que numa noite algo dá errado.
De repente, ela se vê num lugar escuro, beijando um cara que ela não sabe quem é, e tenta sair dali, mas ele a segura e tenta estuprá-la. Sem saber como ou porquê, Emily afasta o agressor com um grito, e o lança contra a parede, de onde ele fica olhando para ela, apavorado. A partir dessa noite, a vida dela começa a ficar estranha.
Emily conhece numa festa um rapaz muito bonito, por quem ela logo se interessa. Aaron vai aos poucos se aproximando dela, e eles acabam se envolvendo. Mas além de ser lindo, inteligente, meigo e perfeito, Aaron também sabe de coisas sobre Emily que ela nunca pensou que existissem, e começa a desvendar alguns mistérios sobre o dom que a garota possui.
A ruiva é descendente de leprechauns, criaturas místicas que, segundo a lenda, são guardiões de potes de ouro. Na verdade, ela tem o toque de ouro, ou seja, tudo o que ela faz atrai apenas coisas boas, e seu poder repele tudo de ruim que possa acontecer. Sua energia, ou seja, seu pote de ouro, fica concentrado num lugar especial, que nem ela sabe qual é. Claro que Emily não aceita tudo isso facilmente, mas, depois de refletir sobre como tudo acontece com ela, acaba acreditando.
Aaron conhece um pouco sobre o universo dos leprechauns - ele também é um - e se oferece para ajudá-la a dominar seus poderes e Emily confia cada vez mais nele. Ela aprende a explorar seu dom, e, quando uma fatalidade exige que ela seja responsável e assuma o controle de sua vida, ela o faz sem pestanejar, dando seu toque de ouro às coisas.
Mas como nem tudo são flores para quem tem tanto poder, Emily descobre que há uma pessoa tentando roubar os poderes de Aaron e, por tabela, os seus também. Enquanto ele investiga onde está essa ameaça, ela continua cuidando de seu patrimônio, mas logo as coisas começam a complicar. Infelizmente, Emily descobre da pior maneira possível que quanto mais poder ela possui, mais ela atrai a inveja e a ganância daqueles que querem roubar seu toque. E o ataque pode vir de onde ela menos espera.
No início da leitura achei que a estória me agradaria mais que o anterior da autora que eu li, 'A fada', e que a premissa era bastante interessante. Gostei da construção dos personagens e da ideia de a estória se passar na Irlanda, país que tenho muita vontade de conhecer. Mas é exatamente por isso que me decepecionei um pouco: a autora inseriu na narrativa diversas descrições de lugares, pessoas e fatos históricos daquele país, em detalhes mínimos, que deixou o livro com um certo ar de guia turístico.
Claro que o autor conhecer bem o lugar do qual está falando é um ponto positivo para enriquecer a narrativa, mas achei que aqui ela errou a mão. Fica muito claro que ela foi passando por cada ponto turístico de Dublin e gravando os detalhes para usar na estória. Achei exagero em alguns momentos, e ela não precisava forçar tanto a barra.
Por outro lado, achei que a escrita da Carolina está mais madura, e isso me agradou bastante. Foi muito bom acompanhar seu crescimento e ver que ela realmente tem talento. O livro é bom sim. Vale a pena a leitura? Com certeza! Só acredito que eu não seja parte do público para o qual ele se destina. A escrita da autora evoluiu muito, isso é evidente, sua estória aqui é mais madura, menos bobinha e os leitores só têm a ganhar com isso.
Joana Masen
@joana_masen
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