terça-feira, 7 de novembro de 2017

Três dias em Edimburgo

Três dias em Edimburgo
No fim de outubro eu e o Vini fizemos nossa primeira viagem desde que chegamos aqui, dá pra acreditar que demorou tanto? Na verdade, eu nunca senti que havia sido algo que tinha demorado a acontecer, porque nós estávamos aproveitando muito em Dublin e na fase de turistas por aqui. Até que chegou o dia em que sentimos a necessidade de conhecer novos lugares, afinal, esse é um dos motivos pelo qual um intercâmbio na Irlanda é ideal para aqueles que gostam de viajar, né?

Eu devo confessar que essa viagem veio em perfeito timing, não só pela vontade de novas aventuras, mas também porque eu andava numa fase não tão boa. Estava bem cansada da rotina de estudos e trabalho (ainda que bem mais leve do que a que tinha no Brasil), resolvendo problemas de dinheiro e documentação pra renovar o nosso visto aqui, o acabou me deixando com uma gripe que persistiu duas semanas. E detalhe, tudo isso aconteceu junto com a chegada do nosso outono, que mudou bastante o clima, apesar de deixar a paisagem mais bonita. Não se preocupem, as coisas estão resolvidas agora e minha saúde melhorou muito depois da nossa viagem. Já que no fundo, tudo que eu precisava era de um descanso pra minha cabeça e pro meu corpo. 

Pra nossa primeira saída da Irlanda, optamos por um lugar que fosse próximo e que não exigisse tantos dias pra gente conhecer, pois não queríamos perder aula e trabalho. Também estávamos pensando em um lugar que não fosse completamente diferente de Dublin, pra servir como treinamento para as nossas próximas viagens. Já que somos completamente amadores nessa história de viagem.

Edinburgh Castle Watching over Its town

Edimburgo, na Escócia, foi o destino ideal porque além de termos encontrados passagens em promoções (apenas € 9,90 pela Ryanair), ainda era um lugar que eu sempre quis conhecer e que ainda era muito a nossa cara – até cheguei a cogitar um intercâmbio por lá, não vou negar. Honestamente, não poderia ter escolhido destino melhor. Depois de duas semanas que voltei pra Dublin, sigo completamente apaixonada pela cidade e gostaria muito de visitar novamente e aproveitar ainda mais. Eu me imaginei vivendo na Escócia, sinceramente (aonde é que eu assino pra isso acontecer, por favor?).

Nós viajamos um dia depois do furacão Ophelia ter passado por aqui, então estávamos vivendo um momento meio estranho, de não saber muito o que fazer. Pra nossa sorte, o dia amanheceu lindo, com um sol raro de encontrar por essas bandas. Por isso mesmo, quando aterrissamos na Escócia e descemos na Princess Street, uma das ruas principais de Edimburgo, o contraste da arquitetura gótica (nada suave), com as cores das construções e o sol de final de tarde, trouxe um clima pra cidade que me fez pensar que nunca tinha visto nada tão bonito. Parecia que a vida real estava sob efeito de algum filtro bem bonito de instagram. Resumindo, fui impactada já na primeira impressão.

History
 everywhere Embraced by history

A verdade é que Edimburgo tem um clima de nostalgia no ar, que me fez sentir como se estivesse sido transportada pra algo ali pelos anos 1980/1990 – ou o que essas décadas representam no meu imaginário – e isso não é apenas pelas construções e arquitetura marcantes. As pessoas eram muito mais descoladas e autênticas, com muita referência do movimento punk e grunge, e os estabelecimentos muito mais convidativos do que eu passei a estar acostumada aqui em Dublin. Ou pode ser que não tenha sido nada disso e foi só o jeito como eu enxerguei a cidade.

Talvez eu tenha sentido muito isso por causa de Trainspotting, que criou aquela ideia dos jovens escoceses e que traz a atmosfera do que é a Edimburgo muito forte. Inclusive, esse é um filme excelente (e a sequência que saiu esse ano também), não apenas por todas as referências do cinema cult e pela mudança nas narrativas ligadas a drogas, mas também por criar sensações que do que é estar lá. Também traz uma noção muito boa de como é o sotaque escocês e de como eu sofri com ele nesses dias de viagem, quase que voltando imediatamente pra estudar mais.  

Old Town and its beauty The Royal Mile Balmoral Hotel

Mas nem só de referências a Trainspotting vive Edimburgo. Lá também é a grandiosa terra que serviu de inspiração pra J.K Rowling escrever o universo Harry Potter. E sabe o que é mais incrível? Isso também está no ar. Tudo parece cenário do filme e diversas coisas nos faz lembrar Hogwarts e de cenas de magia dessa saga que vive em nossos corações. Inclusive, é possível visitar o café em que a J.K ia pra escrever o primeiro livro e um tour pela cidade com os cenários reais que serviram de inspiração pra saga. Infelizmente não tivemos a oportunidade de fazer, mas quem sabe essa não é a desculpa ideal pra voltar, né? 

Além de explorar um pouco da capital, também tivemos o prazer de realizar um tour gratuito até o interior da Escócia (você não entendeu errado, eu disse gratuito). O passeio dura um dia é uma experiência incrível, em que não tenho palavras pra expressar o quanto vale a pena. No começo, estávamos em dúvida entre conhecer o famoso Lago Ness ou embarcar nesse gratuito, mas optamos em economizar um dinheiro e fazer uma doação para a empresa que realiza o tour. Tenho certeza que qualquer um desses passeios que opte em fazer serão incríveis e espero que não tenha que escolher como eu. Foi nessa viagem que conhecemos as vacas escocesas, que são bem peludinhas e ruivas. Também passamos por monumentos, castelo e vilarejos, tudo isso com um guia bem humorado e que não se cansava de contar histórias sobre cada lugar e também sobre Sean Connery (um famoso escocês).
A rota do tour gratuito pela Escócia (clica no mapa pra saber por onde passamos)

Esse foi o único passeio que havíamos decidido fazer antes de chegarmos, porque tínhamos que agendar com certa antecedência. As outras coisas fomos descobrindo nos nossos dias por lá, o que trouxe muitas surpresas e experiências positivas. Por isso, preparei essa listinha pra recomendar os pontos altos dessa viagem que tá morando no meu coração (tudo devidamente linkado para quem quiser saber um pouco mais): 

A atmosfera completamente medieval da St Giles’ Cathedral que me deixou de queixo caído 
A imponência da Saint Mary Cathedral que me fez cair pra trás 
A visita ao Castelo de Edimburgo que dura quase um dia inteiro de tão completa 
O hambúrguer do BRGR, que tem o preço fixo de £4 pra qualquer lanche na semana e que dá um quentinho no coração 
A vista magnífica da cidade quando você sobe até o Dugald Stewart Monument
O tour gratuito que me possibilitou conhecer um monte de lugares maravilhosos e históricos 
O sorvete delicioso e barato do Ciao Roma 
O Scottish National Gallery com pinturas impressionantes e a entrada grátis
Comer fish and chips no Sir Walter's Cafe in the Gardens aproveitando a paisagem que Edinburgh nos oferece 

É claro que além dessas poucas experiências existem diversas possibilidades nessa cidade. Há dezenas de parques, Jardim Botânico, Zoológico, Galerias e museus variados espalhados por todo o lugar. Além das coisas que fazem parte da cidade e que são interessantes, como os becos e cemitérios, paisagens. O que me fez pensar que apenas três dias foi bem pouco pra tudo que Edimburgo tem a oferecer. Agora só resta torcer pra outra oportunidade de explorar a cidade um pouco mais.

Aye!
A famosa vaquinha escocesa e toda a simpatia.

Todas as fotos deste post foram tiradas por Vinícius Novaes, meu namorado e registrador oficial das nossas aventuras. 

Sandy Quintans
@sandyquintans

terça-feira, 24 de outubro de 2017

É hora de dar adeus ao certo e errado na moda

É hora de dar adeus ao certo e errado na moda
Eu tenho um ritual de todos os domingos quando chego do trabalho de assistir aos programas de TV que eu mais gosto do Brasil  (aliás, vamos deixar um agradecimento especial ao SBT e Band por manter tudo atualizado no canal deles, rs). Entre eles, sempre assisto o Esquadrão da Moda. Tenho assistido programas de transformação desde que me entendo por gente, mesmo que a ideia de alguém zombar do estilo de outra pessoas não me deixe confortável.  Mas uma coisa a gente tem que admitir, de uns tempos pra cá houve uma certa mudança de perfil no programa de algo que era meio baixaria pra algo muito mais próximo do que é a consultoria de estilo da vida real: uma ajudinha pra que você se sinta mais feliz com você mesmo, sem perder algo que faz parte da sua essência.

"Seja você, não eles" por ban.do
Tem horas que tenho a impressão de que apesar de existir essa mudança na produção do programa, quem assiste ainda está meio preso no mundo do certo e errado na moda. Por acompanhar tudo pelo Youtube, sempre passo um tempinho lendo os comentários - uma das minhas coisas preferidas na internet, tenho que admitir. Outro dia vi um pessoal criticando o cabelo da Vanessa Rozan, uma das minhas maquiadoras preferidas e referência de estilo, dizendo que tava parecendo um índio e que ela precisava dar um up no visual. É curioso que a acompanho há anos e ela se aventura muito em penteados e cortes variados, e sempre vi como algo que combina muito com ela e que é totalmente uma representação do que ela é. E a gente não pode nos esquecer que a moda está para nos servir e não o oposto. 

Outra coisa que faz parte dos meus passatempos favoritos é assistir tutoriais de maquiagem. Eu adoro! Pra mim, é prazeroso ver as pessoas se transformando, fazendo coisas legais e conversando com a câmera. Mas você sabe quantos tutoriais de maquiagem eu já fiz na minha vida? Eu te digo, zero. Eu nunca fiz um contorno, experimentei um iluminador, nem fiz algo na sobrancelha. Eu acho um saco essas tendências que colocam todo mundo numa caixa pra ter um rosto igual e padrão, quando maquiagem não só é algo pra nos fazer sentir bem, mas também pra ser divertido sabe? E nem é que eu acho feio, só que até então eu nunca vi como algo que seja eu, sabe?

Ulises, the Unicorn por Mocho Massé
Nesses tutoriais eu também me deparo muito com as meninas se justificando que preferem fazer algo de uma forma ao invés de outra, porque pessoas ficam comentando que elas se maquiam de forma errada. Ou se vestem de um jeito que elas consideram inapropriado. Ou tem um cabelo que não condiz com o padrão desejado de quem assiste. Foi no meio de tantas justificativas pra pessoas assumirem quem elas são esse texto nasceu. 

Sabe qual é o jeito certo de se vestir e de se maquiar? É o seu jeito. A forma que te representa, que te faz sentir que você é uma mulherona, que transmite quem você é e a imagem que  quer que as pessoas te vejam. Referências, consultorias de estilos, dicas de como se vestir melhor é apenas uma forma de lapidar o que há dentro de cada um de nós. A gente precisa parar de criticar as pessoas pela maneira que elas se vestem, como elas preferem deixar o cabelo ou a maquiagem. Porque não existe jeito errado. 

Selfie time por Mocho Massé

É engraçado que mesmo sem a gente perceber essa sempre foi o tema por trás do nosso blog, desde o  nome, até muitos textos que compartilhamos nos últimos anos (dá uma olhada nesse aqui, aqui e aqui também). A ideia de usar algo que faça com que você se sinta maravilhosa, sem se importar com o que as pessoas fossem dizer. Eu sei, é muito fácil falar isso, quando a realidade é bem diferente. Estamos falando de uma indústria que excluí uma porcentagem absurda de pessoas, por ser completamente direcionada pra quem tem dinheiro, pra quem é magro e dentro dos padrões aceitáveis. Ainda sim, é muito possível usar algo que nos oprime pra nos deixar mais poderosas, mais a gente mesmo e bem menos aquilo que estão dizendo ser o certo. Transmitir quem somos é termos um lugar pra ser nosso no mundo.

Por causa de tudo isso, gostaria de ver menos gente comentando nos vídeos do programa criticando que o cabelo da participante tal não ficou legal, a maquiagem não combinou com certa coisa e algo do tipo. Porque somos únicos e geralmente as transformações são meio que pensadas pra realidade de quem está ali. Adianta colocar em alguém um cabelo que exige manutenção em salão de beleza quando não for algo que a pessoa goste ou tenha condições de bancar? Ou uma maquiagem super elaborada, com direito a todos os passos das youtubers, pra quem mal tem tempo de se olhar no espelho de manhã? O mesmo serve pra influenciadores, para suas amizades, para as pessoas que trabalham com você. Vamos parar de nos aprisionar e colocar outras pessoas na mesma posição com  regras que não fazem sentido pra maioria de nós. Eu acredito muito que ser quem nós somos é um ato de resistência, e por isso, não deveríamos ter medo de resistir. 

Sandy Quintans
@sandyquintans

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Tudo que sempre quis saber sobre piercing no septo e tinha vergonha de perguntar

Tudo que sempre quis saber sobre piercing no septo e tinha vergonha de perguntar
Lá no comecinho do ano eu e a Helen resolvemos furar o septo antes da minha viagem. No meu último mês em casa, eu resolvi que iria realizar várias coisas que tinha vontade, como forma de despedida da Sandy que existia antes do intercâmbio. Claro, que nem tudo dava pra fazer por causa de dinheiro, mas foi uma época muito deliciosa. Comi tudo que tive vontade, fui em lugares que amava, restaurantes novos e furei o septo. Quando propus isso pra Helen, sabia que ela iria topar – o que foi mara, pois agora nessa fase separadas pelo oceano, ganhamos um símbolo da nossa irmandade.

Um piercing tão discreto que é até difícil de aparecer na foto
Sempre que passo por algo novo na minha vida, gosto de ter algum tipo de mudança, mesmo que pequena. Por isso, tomar a decisão foi super natural. Eu nunca fui uma pessoa que gostava de piercing, tanto é que não havia tido nenhum até agora, mas o do septo sempre foi um que paquerei. Eu tinha receio de furar por causa de trabalho, por causa da minha rinite e que fosse algo over. Sem contar que sou bem bunda mole em relação a dor, vamos ser sincero. No meio dessa minha vontade, eu tive uma inspiração enorme pela Cupcake Jemma, uma youtuber confeiteira maravilhosa que eu acompanho, porque ela tem um super discreto. Fiquei imensamente encantada com aquela joia, que me fez querer aquilo imediatamente. Ela tinha me mostrado que dava sim pra ter um furo no septo, sendo delicado e estiloso ao mesmo tempo. 

Como escolheram as joias?

Arrazani com os piercing da irmandade.

Tendo decidido isso, eu e Helen partimos para o ato em si, com a ideia de ter a menor joia que fosse possível, porque estávamos encantadas com a ideia de um piercing minimalista e que combinasse mais com o nosso momento da vida. Já de cara, soubemos que não era recomendado colocar a que a gente queria, pois a joia inteira (uma que parece um anelzinho) poderia causar um inchaço e ficar preso. Logo, partimos para a peça mais comum mesmo, a que parece um ganchinho. Ainda na ideia de descrição, decidimos por um de 8 mm, o que é bem pequeno mesmo.  Essa decisão foi muito boa, pois se tivéssemos seguido a ideia original, provavelmente teria que ter tirado o piercing do septo, já que no meu emprego aqui eu não posso usar, enquanto que o que estou agora eu posso esconder.


Hora da verdade: dói? 


A Helen foi super corajosa e resolveu encarar primeiro, o que fez com que eu quase desistisse e voltasse pra casa frustrada, rs. Quando ela saiu da salinha com os olhos cheios de lágrimas dizendo que não doía fiquei desconfiada, mas segui em frente. Basicamente, o body piercing fez toda a limpeza da região, pediu pra que eu deitasse na maca e ficasse o mais imobilizada que eu conseguisse. Ele me avisou que seria um processo um pouco mais lento que os outros piercings, porque o furo precisava ficar o mais reto possível. Quem quer um piercing no septo torto, né amigos? Não vou falar que não dói, mas é algo suportável e que você só vai realmente sentir no exato momento de fazer o furo e colocar a jóia. Eu acho que dá pra comparar com a dor de espremer espinha dentro do nariz. 

Quais são os primeiros cuidados?


Depois que eu furei, fiquei chorando involuntariamente por muito tempo, mas não senti dor nenhuma. Apenas no segundo dia foi que a região ficou um pouco sensibilizada, o que só dá pra sentir nos processos de limpeza e tudo mais, depois quase não se sente mais nada. Os primeiros cuidados consiste apenas em limpar a região com cotonete e soro fisiológico e só, é super tranquilo mesmo. É interessante ficar atento e realmente não fica mexendo, pois é uma região que tem uma cicatrização completa mais lenta que as outras partes do corpo, podendo ser de quatro meses a um ano.

Tem algum contra?


Agora, uma coisa meio inconveniente que tivemos nos primeiros meses é que tem dias que o piercing fede! Isso mesmo. É péssimo, porque é um cheiro ruim dentro do nariz, basicamente. Porém, quando acontecia isso, a gente lavava com sabonete antibacteriano que resolve o problema. É algo super comum de acontecer e já faz muitos meses que não passo mais por isso, o que acabei associando que fosse algo do período de cicatrização mesmo.  

Dá pra esconder mesmo?


Como eu disse ali em cima, sempre que vou trabalhar aqui, tenho que esconder o meu querido piercing no septo. Tinha o maior medo de não dar certo, mas agora peguei a técnica e funciona super bem, só é preciso ter alguns cuidados. A verdade é que não são todos que dá pra guardar, vamos dizer assim. Se tivéssemos colocado a joia que é inteira, não teria dado certo. Como essa é uma região mais sensível, não dá pra ficar tirando e colocando toda hora, tipo um brinco, porque a tendência pra inflamar é meio grande. Por isso que sempre que vou mexer, lavo bem as mãos e o nariz, pra não ter nenhum problema depois.

A verdade é que agora o piercing faz tão parte de mim, que tem horas que esqueço completamente dele. Até mesmo nas crises de rinites! O que já me faz pensar em novas joias e visuais. Depois que cheguei aqui na Irlanda, ele se encaixou perfeitamente na paisagem, já que muita gente tem e de tamanhos completamente variados. Alguns chegam a ser tão grandes que fico pensando na dor, será que doeu mais? Enfim, espero ter conseguido matar a curiosidade de quem pensa em fazer também. Se eu consegui, você também vai ♥.

Arte incrível que saiu daqui

Sandy Quintans
@sandyquintans

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O verão irlandês (ou como a vida pode ser ideal em Dublin)

O verão irlandês (ou como a vida pode ser ideal em Dublin)
Existe uma piadinha entre os irlandeses que diz que sabemos quando é verão na Irlanda quando a chuva começa a ficar quente. De certa forma, essa brincadeira deles tem um fundo de verdade, já que em aspectos de temperatura, dá pra comparar o inverno do sudeste brasileiro com os meses mais quentes de Dublin. E isso não é um exagero. Mas assim como na época do Saint Patrick's Day, há uma exaltação no ar que acaba nos contagiando por completo, e quando você vê, tá ali aproveitando aqueles dias mais quentinhos como se estivéssemos num sol de 40 graus.

Ganhei uma marquinha de sol desse vestido, depois que passei o dia sem esse cardigã: orgulho ♥

Quando cheguei em Dublin, lá no final de janeiro, peguei uma amostra do inverno, com vento, com frio, com chuva e com dias curtos. Acho que demorou uns quatro meses pra eu começar a viver sem as camadas de roupas e poder usar uma camiseta com uma certa tranquilidade. Assim que os dias começaram a ficar minimamente mais longos, nossa rotina mudou completamente e de alguma forma éramos inspirados pela luz do sol a aproveitar o dia. Eu havia imaginado por muito tempo como seria ter sol das 5h às 23 horas, mas quando aconteceu foi tão gradual e natural que só conseguia amar aquele pequeno milagre.

Se você perguntar aos irlandeses, eles te dirão com toda a certeza que não têm verão. Mas a verdade é que esses meses é a vida mais ideal que podemos ter por aqui. Pessoas indo e vindo o tempo todo, compartilhando experiências, usando pouca roupa, horas nos parques, nas praias, e tendo refeições do lado de fora dos restaurantes. Faz calor, mas não muito, chove, mas nem tanto. E sempre tem dezenas de eventos e coisas acontecendo ao mesmo tempo, como se a cidade estivesse pulsando vida e energia para as pessoas. Mas sabemos que é contrário. É o espírito e exaltação de cada um contagiando tudo ao redor.

Sol,calor e flores nas terras irlandesas.

E de alguma forma, quando a gente menos percebe, está lá no fundo do guarda-roupa procurando aquele shorts que você lembrou de colocar na mala, os poucos vestidos que pendurou no cabide - cética de que algum dia fosse usar. Procurando pela cidade os melhores sorvetes, quando você achou que só viveria de sopa e chocolate quente.

Agora que chegamos até a metade de agosto, dá pra dizer que o verão aqui na Irlanda começou a dar um adeus definitivo. O que começa a já dar uma saudade dos últimos três meses, mesmo naqueles momentos que não sentíamos tanta certeza de que estação do ano estávamos vivendo. Já começamos a nos sentir saudosos das caminhadas e passeios durante a noite ensolarada e das amizades de verão, de gente que passou por aqui só pra essa época especial. E apesar de iniciar uma despedida, não me sinto triste. Me sinto ansiosa pra saber o que as próximas estações nos reservam. Tomar um delicioso chocolate quente, poder ler e ver um bom filme, e começar a preparar as camadas de roupas para os dias frios.

Passeios noturnos de pernas de fora: temos por aqui.
Sandy Quintans
@sandyquintans

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

DIY - Quadrinhos botânicos

DIY - Quadrinhos botânicos
Um dos desafios dos intercambistas é transformar a casa temporária em lar. Pelo menos, aqui em Dublin, grande parte dos lugares pra estudantes já vem com tudo mobiliado, só chegar com as suas coisas e se instalar. Por sorte, eu e o Vini encontramos uma casa grande, com um quarto espaçoso e um banheiro só pra gente. Pode parecer simples, mas depois de visitar mais de dez lugares pra encontrar uma vaga pra chamar de nossa aqui, percebemos que ganhamos na loteria. Mas foi só aos poucos que conseguimos dar uma carinha pro nosso quarto, principalmente porque procuramos gastar o mínimo possível.


Sempre, uma das melhores maneiras de se conseguir isso é com quadrinhos. Por isso, busquei no Pinterest diversas ideias que fossem simples e baratas pra eu trocar da parede dois quadros da Marylin Monroe - que era herança do antigo morador do nosso quarto. Eu juro, aquelas fotos me deprimiam quando encarava demais, pois não fazia o menor sentido no nosso quarto, rs. Foi assim que encontrei a ideia de fazer quadros usando flores e folhas secas, o que tem tudo a ver com a gente e ainda era um jeito de trazer a Irlanda pra nossa decoração. 

Então, em nossas caminhadas pelos parques, sempre pegava ramos de flores e deixava guardado dentro de um livro pra elas secarem. Eu sei que em lojas de artesanato é possível encontrar vários tipos de materiais como esse, caso você queira uma coisa mais rápida. No meu caso, deixei as flores por mais ou menos três semanas e elas ainda continuavam super perfumadas quando abri o livro. 


Depois que consegui um resultado com as folhas, fui até a IKEA (uma espécie de ETNA e TOK STOCK, com preços em baratinhos) e encontrei duas molduras legais, que ia servir certinho para o meu propósito. Aí, comprei algumas folhas de papel cartolina, que só encontrei em formato A4 pra fazer um fundo para o meu quadro e dar um pouco de cor.


Como meus papéis são menores do a moldura, optei em usar duas folhas e emendá-las e colocar uma inteira ao meio, que além de disfarçar a emenda, ainda deu a ideia de paspatur. Mas também, dá pra fazer sem fundo nenhum, usando dois vidros, que também dá um efeito lindo. Depois de decidir qual estilo você quer seguir, é só posicionar as flores na parte da frente do quadro (igual a foto abaixo) e fechar.


Prontinho! Agora você tem um quadro cheio de personalidade, que dá um resultado lindo pra qualquer caído, como o meu andava. O legal é que também dá pra usar só folhas ou deixar uma só em grande no centro do quadro. Enfim, as composições são infinitas. 

Sandy Quintans
@sandyquintans

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Uma tarde no castelo de Rathfarnham

Uma tarde no castelo de Rathfarnham
A primeira quarta-feira de cada mês é conhecida como o dia em que a entrada dos museus é gratuita na Irlanda. Essa foi uma medida implementada pelo governo pra atrair mais visitantes há alguns anos, o que acabou virando algo bem popular entre os intercambistas brasileiros com pouco dinheiro no bolso, como eu. A triste verdade é que hoje em dia pouquíssimas atrações são realmente free nesse dia por aqui em Dublin, enquanto que em outras cidades isso continua firme e forte. Porém, ainda há uma bem legal que faz parte do projeto, que foi o que me levou a aproveitar o dia gratuito pra conhecer: o castelo de Rathfarnham. 


O castelo fica há cinco quilômetros do centro de Dublin e foi construído no século 16, no período elisabetano. Se você reparar bem, é uma construção incrivelmente moderna para a época, por isso mesmo, é um lugar que olhando de fora nem tem tanta cara de castelo, né? Mesmo assim, ainda fico desacreditada de entrar e observar lugares tão antigos. Vindo de um país com uma histórico tão recente, é curioso comparar o quanto já existia enquanto o Brasil ainda era um embrião. Acho que essa é a maior graça de conhecer lugares como esse. 


Diferente do castelo de Malahide, o Rathfarnham pertenceu a várias famílias diferentes, por isso ele não tem tanto da construção original e passou por várias reformas nesse tempo todo. A mais importante, que é a que dá a cara dos cômodos que temos agora, ocorreu no século 18, completamente inspirado no estilo francês. Mesmo assim, ainda é possível ver a sala de jantar, que foi mantida em sua forma original. 

A sala de jantar de quem morou nesse castelo, ainda com muita coisa da formação original do período elisabetano
Grande parte das belezas desses lugares antigos estão no teto, então não deixe de olhar pra cima.
 Sem dúvida, o cômodo mais impressionante é o que era o salão onde ocorriam os bailes, que serviu de capela no período em que o prédio foi utilizado pelos franciscanos. Além disso, é possível conhecer hall, um salão que era utilizado como galeria de arte, algumas salas de estudo, chá e coisas que essas pessoas gostavam de fazer antigamente e que nem fazemos ideia do que seja. Apesar da variedade, quase não há móveis, o que deixa a imaginação rolar. 

Imagina as festanças que rolavam nesse salão enorme.

Como fomos no dia gratuito não tivemos visita guiada, o que tornou o passeio bem mais informal. Na entrada, ouvimos algumas histórias sobre o local na recepção e um flyer com informações essenciais sobre o castelo. Já dentro de cada cômodo há uma placa contando a história, a utilização daquele espaço, algumas curiosidades e até algumas fotos mostrando como era mobiliado e tudo mais, o que fez com que não sentisse falta de guias. Pelo contrário, achei que assim pudemos passar mais tempo e observar melhor toda a história que estava ali ao nosso redor. 


Já ao redor do castelo tem um café e um parque, com playground e algumas trilhas pra fazer caminhada. Com certeza um lugar bem gostoso pra passar a tarde quando surge um tempinho livre, sabe? Ainda mais que mesmo em dia grátis, não é super lotado como outros passeios pela cidade. Além disso, o bairro ao redor é uma graça e vale a caminhada se você quiser encarar até o centro de Dublin (tipo eu).

(Fotos: Vinícius Novaes)
Rathfarnham Castle
Qual o preço? € 5,00
Dá pra ir de transporte público? Sim, de ônibus, com as linhas 16 e 15B saindo do centro
Quando fica aberto? Todos os dias, das 9h30 às 17h30 
Qual o melhor horário? O dia inteiro

Sandy Quintans
@sandyquintans

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Um recado para quem não encontrou o amor próprio

Um recado para quem não encontrou o amor próprio
Uma das minhas poucas coisas preferidas sobre o Facebook são os grupos, porque acho que é um espaço maravilhoso pra compartilharmos sentimentos e inseguranças com outras pessoas que passam por coisas parecidas ou que estão dispostas a ajudar. Sabe aquela coisa de encontrar um espaço de acolhimento? Eu passo muito tempo respondendo postagens e conversando com pessoas de todo o lugar, que nunca encontraria de outra forma. 
Infelizmente, sempre me deparo com postagens de meninas que não se amam e que não conseguem se encontrar. Acho que a nossa geração é a que mais sofre com o mal da perfeição, com toda a era das fotos Tumblr e o do feed perfeito do Instagram. Ao mesmo tempo que encontramos um espaço para sermos nós mesmos, a cobrança pela vida maravilhosa se tornou uma das armadilhas pra cairmos em inseguranças e achar a grama do vizinho mais bonita. É difícil acreditar, mas a vida de ninguém nesse planeta é perfeita. Todo mundo tem problemas, por mais incrível que isso possa parecer em alguns casos. 

Quando alguém me pergunta se eu gostaria de voltar à infância ou adolescência, eu sempre sou categórica em dizer não. Não que não tenha sido feliz nessas fases, mas nada vale mais pra mim do que ter encontrado o amor próprio e o autoconhecimento. E também não é que eu ache legal os problemas da vida adulta, é só que já estive lá e eu sei o quanto tudo mudou quando aprendi algumas coisas. 

Se amar não é algo simples e muito menos fácil, é uma longa jornada que pode levar uma vida inteira pra completar. Porém, é algo transformador que deixa de nos colocar em posições nocivas. Pra nós mulheres, isso é muito mais difícil, porque de alguma forma somos ensinadas a nos odiarmos, por não temos a vida de revista e a aparência esperada pela sociedade. É assim que tantas de nós entram em relacionamentos abusivos e seguem em amizades tóxicas, porque simplesmente aceitamos que não merecemos nada melhor do que aquilo, afinal em nossas mentes não somos nada. 

Vocês devem se lembrar que em As vantagens de ser invisível (ah não, esse filme de novo não) é dito que “nós aceitamos o amor que achamos que merecemos”. Eu aposto que você tem alguma amiga que é completamente incrível, mas que está sempre se relacionando com pessoas que a tratam como lixo e você não entende como. Bom, é possível que na jornada dela, ela tenha acreditado e sentido que esse seria o único amor que iria receber na vida. E sabe, ninguém merece isso. Nunca. 



Mas adivinha só, apenas uma parcela muito, muito pequena das pessoas se encaixam no padrão impossível do universo. Isso quer dizer que os outros 98% de nós temos que sofrer? De forma alguma. Todo mundo tem coisas boas e ruins dentro de si, acredite. Há algo em você que te faz diferente e te torna especial, mesmo que a sua vida seja a mais comum possível. Não há nada de errado disso, porque a verdade, é que são as pequenas coisas que fazem os nossos dias melhores. 

Não tenha medo de questionar, porque essa é a maneira mais simples pra  gente encontrar as respostas. Quais são as coisas que te fazem feliz realmente? Se você não sabe a resposta, talvez seja o momento de eliminar. Isso vale pra hábitos, pessoas, coisas. Sabe aquele clichê de ser a melhor versão de si mesmo? É um clichê porque é verdade. Tenha certeza que quando você souber a resposta de algo, não vai mais ligar pra opiniões alheias, principalmente aquelas que te colocam pra baixo, sabe?

Se descobrir e amar a si próprio, como eu disse, não é simples. Por isso, se não souber por onde começar, peça ajuda, comece a refletir sobre quem você é e não tenha medo de dar pequenos passos. A revolução não se constrói de um dia pro outro, mas de processos. Não tenha medo. 

Sandy Quintans
@sandyquintans

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Playlist do P! - Old but gold

Playlist do P! - Old but gold
Algumas músicas nunca envelhecem e até são como vinhos, só melhoram com o tempo. Mesmo depois de um tempão em que foram criadas, continuam cheia de significados, não importando quantas vezes foram tocadas ou quão clichê podem ser. Foi pensando nessas maravilhas criadas pelo homem, que eu e a Helen resolvemos reunir algumas das canções - que já podemos declarar vintage- que adoramos ouvir sempre, não importa o momento das nossas vidas. Devo confessar, foi um desafio, porque existem tantas coisas maravilhosas por aí, que ficou complicado selecionar só algumas. Então, dá o play:




Sandy Quintans
@sandyquintans

sábado, 29 de julho de 2017

Eu não consigo parar de falar sobre Baby Driver

Eu não consigo parar de falar sobre Baby Driver
Quando eu assisti Baby Driver por aqui (estreando como Em ritmo de fuga, no Brasil), eu queria muito sentar o quanto antes e falar sobre esse filme em todos os lugares possíveis, de tanta empolgação que eu tive saindo da sessão. Foi uma decepção perceber que ainda não estava passando no Brasil, ainda mais considerando que grande parte dos filmes tem chegado simultaneamente em todos os lugares. Por isso, resolvi esperar um pouco pra incluir esse post aqui no P!, o que foi bom pelo lado de que mesmo depois de semanas, continuei muito empolgada a respeito dele. 


O pessoal que costuma acompanhar canais de criticas de cinema deve ter percebido que 90% deles estão falando sobre a estreia de Baby Driver aí no Brasil, sendo que todo mundo está comentando muito bem sobre. É chato criar tantas expectativas em torno de algo, mas é que esse é um daqueles filmes que tem tudo pra entrar na lista de preferidos do ano, quem sabe até da vida. Com ressalvas ou sem, muitos dos críticos tem colocado o longa de Edgar Wright como uma aula de cinema e edição.


A verdade é que Baby Driver não é pra críticos - apesar de ser sido bem recebido por eles -, mas um filme pra todo mundo, passando por várias faixas etárias até gostos completamente distintos. O longa em si é considerado de ação, porém ele mistura um pouco de aventura, com romance e muita comédia. Ele não se leva a sério completamente, o que dá o tom certo pra loucura dessa sinopse. 

Baby é um jovem piloto de fugas que tem um talento incrível, mas que não possui muita coisa em comum com o mundo do crime. O segredo pro sucesso é que ele é tem uma deficiência auditiva, que faz com que escute o música o tempo inteiro, dando ritmo a tudo que faz - inclusive, dirigir impressionantemente bem. No meio desse mundo de assaltos, a gente vai conhecendo uma gama de personagens bem construídos, aqui e ali, que só vai enriquecendo o filme.


Justamente por Baby ser completamente ligado em música, o filme é editado dessa forma. Por isso, digo sem medo, que a trilha sonora é personagem imprescindível pro sucesso do longa. Em entrevistas para a divulgação, Edgar Wright, que além de diretor também é roteirista, explicou que só escrevia a cena quanto tinha a música perfeita em mãos pra ela. O que traz uma ideia não muito comum para o cinema de construir a trilha sonora (que você pode dar o play aí embaixo) antes mesmo do roteiro completo. Não é maravilhoso?



Outro acerto dessa loucura que é Baby Driver é o elenco - que foi o que me chamou atenção pra ir conferir esse filme, sem nem ao menos saber sobre a sinopse. Ansel Elgort, que fez um sucesso danado em A culpa é das estrelas, é quem interpreta Baby no filme. O que dá muito certo, porque Ansel é completamente carismático e tem tudo a ver com o personagem. Daí pra completar, temos Kevin Spacey, Jamie Foxx, Jon Hamm e Lily James (que resolveu sair dos filmes de épocas e arrasou) pra completar a cereja do bolo. Acho que não preciso dizer mais sobre isso. 

Como vocês devem ter notado, poderia passar horas falando sobre Baby Driver, mas não quero entregar nenhum spoiler, nem estragar a experiência de ninguém com tantas expectativas. Mas é inegável que o filme tem tudo pra entrar na lista de melhores do ano e pra agradar os mais variados públicos. É aposta certeira pra quem quer investir num ingresso de cinema esse final de semana.



Sandy Quintans
@sandyquintans

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Roupa de brechó não precisa ter cara de roupa de brechó

Roupa de brechó não precisa ter cara de roupa de brechó
Consumo consciente é um assunto recorrente aqui no P! há bastante tempo. Gostamos de falar sobre isso, porque, de fato, faz parte do nosso dia a dia.

Com o passar dos anos, fomos aprendendo a fazer compras de maneira mais inteligente e parando de desperdiçar tempo e dinheiro consumindo coisas que nunca nos serviria.

Dando uma geral no meu guardarroupa, percebi que tenho muitas peças que uso há anos. Muitas vezes, elas ficam lá esquecidas por um tempo, mas sempre acabo redescobrindo-as e criando novas possibilidades nos meus looks. 

Sou uma adepta das compras em brechós, tanto físicos, quanto virtuais. Compro muita coisa de segunda mão, desde roupas e acessórios até móveis e eletrodomésticos.

Como gosto de customizar e transformar essas peças, produzi e fotografei minha cunhada, Juliana, para mostrar que dá pra criar visuais muito interessantes, gastando pouco e usando o que já se tem no armário. Todos os looks são compostos com peças de segunda mão e que custaram menos de 20 reais. 


Lenço: R$5 | Óculos Pierre Cardin: R$3 | Brincos: R$2
Colete: acervo pessoal | Blusa: R$5 | Botas: acervo pessoal

Bracelete: R$12 | Colar: doação
Customizar e reformar é uma ótima alternativa para modernizar e aumentar a vida útil das roupas.  O casaco azul, de veludo, teve suas mangas cortadas e apliquei um detalhe dourado para tirar a cara de roupa de brechó. 
Lenços: doações | Brincos e colar: comprei num lote, com vários outros acessórios por R$15

Camisa: R$10 | Calça: R$8 | Óculos: R$12

Sapatos: R$14 | Cara de rica: não tem preço ( haha)
Comprar em brechó não significa que você vai sair por aí parecendo uma vovózinha ou com roupas com cara de usadas. Dá pra se vestir bem, economizar e ainda ajudar o meio ambiente.

Modelo: Juliana Carnielli
Fotos: Helen Quintans
Make e Styling: Helen Quintans

Helen Quintans
@helenquintans


quarta-feira, 26 de julho de 2017

O meu parque preferido em Dublin

O meu parque preferido em Dublin
Uma das melhores coisas de Dublin, aqui na Irlanda, são os parques espalhados por toda a cidade. Desde que cheguei - há quase seis meses agora - eu já tive o prazer de conhecer vários deles, o que com certeza se tornou o meu passatempo preferido. É claro que ainda há muito o que explorar e alguns parques ainda estão na lista de espera, mas nesse tempo que tô aqui já consegui escolher o meu preferido do intercâmbio: o Saint Anne's Park. 

The wild inside the Saint Anne`s Park

Esse foi um dos primeiros lugares que eu conheci por aqui, mas eu lembro que quando isso aconteceu eu não havia explorado o parque suficiente e não entendia muito qual era a graça. Apenas havia achado um lugar bonito. Algumas semanas depois, eu e o Vini nos mudamos para o bairro onde o St. Anne's está localizado e esse foi um dos lugares mais elogiados pelo pessoal que mora com a gente, o que acabou atiçando a nossa curiosidade pra conhecer melhor e devidamente, desta vez.

Mysteriuous ways We are always looking for balance

O Saint Anne's é um parque enorme, com diversos espaços diferentes. Tem lugar pra todo gosto, florestas, campos pra praticar esportes, trilhas, gramado pra dar aquela relaxada básica, jardins, um café charmoso e várias construções antigas que fazem parte da história do lugar. É o segundo maior parque de Dublin, só perdendo para o famoso Phoenix Park. Acho que exatamente por essa diversidade e também por ser um parque lindo, que o St. Anne's se tornou um dos lugares preferidos, sendo que sempre que tenho um tempo livre, não deixo de ir lá - mesmo nos dias frios. É por isso também que não é difícil encontrar fotos lá no meu instagram de dias que dei uma passadinha (inclusive, espalhei por esse post diversas fotos que o Vini tirou nesses meses que estamos aqui). 

Sunset at Saint Anne's Park Sweet times

Pesquisando um pouco da história de lá, descobri que ele foi doado e estabelecido como parque pelos Guinness - sim, os mesmos da cerveja. Antes disso, era da propriedade da família, o que explica tantas construções espalhadas pelo parque em estilo romano, que fazia parte da vida deles. Há também um local chamado de Red Stables, que foi reformado e hoje funciona como espaço para o café, exposições de artes e local para as feiras que acontecem por lá aos finais de semana. Também havia uma mansão principal que pegou fogo em 1943 na noite de Natal durante a segunda Guerra Mundial, visto que o parque era usado pelas forças armadas nesse período. O que faz com que a gente só fique imaginando o quanto seria incrível ter essa construção nos dias de hoje. Além disso, também serviu de espaço para população local plantar alimentos naquela região, incentivado pelo governo.

Pintura de como era a mansão no Saint Anne's, já que agora só nos resta imaginar (Fonte: http://www.clontarf.ie)
Hoje em dia, o Saint Anne's é um dos centros de lazer da comunidade local, por isso há diversos eventos por lá, principalmente agora no verão. Uma das maiores atrações nessa época é o jardim de rosas com espécies do mundo inteiro. Mas a verdade, é que lá é um espaço incrível em qualquer época do ano. Lembro que quando ainda estava frio, sempre dava uma passada lá pra caminhar e escutar música, nada que um bom chocolate quente não resolvesse pra aproveitar melhor a tarde.

Sandy Quintans
@sandyquintans
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