quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Tudo que sempre quis saber sobre piercing no septo e tinha vergonha de perguntar

Lá no comecinho do ano eu e a Helen resolvemos furar o septo antes da minha viagem. No meu último mês em casa, eu resolvi que iria realizar várias coisas que tinha vontade, como forma de despedida da Sandy que existia antes do intercâmbio. Claro, que nem tudo dava pra fazer por causa de dinheiro, mas foi uma época muito deliciosa. Comi tudo que tive vontade, fui em lugares que amava, restaurantes novos e furei o septo. Quando propus isso pra Helen, sabia que ela iria topar – o que foi mara, pois agora nessa fase separadas pelo oceano, ganhamos um símbolo da nossa irmandade.

Um piercing tão discreto que é até difícil de aparecer na foto
Sempre que passo por algo novo na minha vida, gosto de ter algum tipo de mudança, mesmo que pequena. Por isso, tomar a decisão foi super natural. Eu nunca fui uma pessoa que gostava de piercing, tanto é que não havia tido nenhum até agora, mas o do septo sempre foi um que paquerei. Eu tinha receio de furar por causa de trabalho, por causa da minha rinite e que fosse algo over. Sem contar que sou bem bunda mole em relação a dor, vamos ser sincero. No meio dessa minha vontade, eu tive uma inspiração enorme pela Cupcake Jemma, uma youtuber confeiteira maravilhosa que eu acompanho, porque ela tem um super discreto. Fiquei imensamente encantada com aquela joia, que me fez querer aquilo imediatamente. Ela tinha me mostrado que dava sim pra ter um furo no septo, sendo delicado e estiloso ao mesmo tempo. 

Como escolheram as joias?

Arrazani com os piercing da irmandade.

Tendo decidido isso, eu e Helen partimos para o ato em si, com a ideia de ter a menor joia que fosse possível, porque estávamos encantadas com a ideia de um piercing minimalista e que combinasse mais com o nosso momento da vida. Já de cara, soubemos que não era recomendado colocar a que a gente queria, pois a joia inteira (uma que parece um anelzinho) poderia causar um inchaço e ficar preso. Logo, partimos para a peça mais comum mesmo, a que parece um ganchinho. Ainda na ideia de descrição, decidimos por um de 8 mm, o que é bem pequeno mesmo.  Essa decisão foi muito boa, pois se tivéssemos seguido a ideia original, provavelmente teria que ter tirado o piercing do septo, já que no meu emprego aqui eu não posso usar, enquanto que o que estou agora eu posso esconder.


Hora da verdade: dói? 


A Helen foi super corajosa e resolveu encarar primeiro, o que fez com que eu quase desistisse e voltasse pra casa frustrada, rs. Quando ela saiu da salinha com os olhos cheios de lágrimas dizendo que não doía fiquei desconfiada, mas segui em frente. Basicamente, o body piercing fez toda a limpeza da região, pediu pra que eu deitasse na maca e ficasse o mais imobilizada que eu conseguisse. Ele me avisou que seria um processo um pouco mais lento que os outros piercings, porque o furo precisava ficar o mais reto possível. Quem quer um piercing no septo torto, né amigos? Não vou falar que não dói, mas é algo suportável e que você só vai realmente sentir no exato momento de fazer o furo e colocar a jóia. Eu acho que dá pra comparar com a dor de espremer espinha dentro do nariz. 

Quais são os primeiros cuidados?


Depois que eu furei, fiquei chorando involuntariamente por muito tempo, mas não senti dor nenhuma. Apenas no segundo dia foi que a região ficou um pouco sensibilizada, o que só dá pra sentir nos processos de limpeza e tudo mais, depois quase não se sente mais nada. Os primeiros cuidados consiste apenas em limpar a região com cotonete e soro fisiológico e só, é super tranquilo mesmo. É interessante ficar atento e realmente não fica mexendo, pois é uma região que tem uma cicatrização completa mais lenta que as outras partes do corpo, podendo ser de quatro meses a um ano.

Tem algum contra?


Agora, uma coisa meio inconveniente que tivemos nos primeiros meses é que tem dias que o piercing fede! Isso mesmo. É péssimo, porque é um cheiro ruim dentro do nariz, basicamente. Porém, quando acontecia isso, a gente lavava com sabonete antibacteriano que resolve o problema. É algo super comum de acontecer e já faz muitos meses que não passo mais por isso, o que acabei associando que fosse algo do período de cicatrização mesmo.  

Dá pra esconder mesmo?


Como eu disse ali em cima, sempre que vou trabalhar aqui, tenho que esconder o meu querido piercing no septo. Tinha o maior medo de não dar certo, mas agora peguei a técnica e funciona super bem, só é preciso ter alguns cuidados. A verdade é que não são todos que dá pra guardar, vamos dizer assim. Se tivéssemos colocado a joia que é inteira, não teria dado certo. Como essa é uma região mais sensível, não dá pra ficar tirando e colocando toda hora, tipo um brinco, porque a tendência pra inflamar é meio grande. Por isso que sempre que vou mexer, lavo bem as mãos e o nariz, pra não ter nenhum problema depois.

A verdade é que agora o piercing faz tão parte de mim, que tem horas que esqueço completamente dele. Até mesmo nas crises de rinites! O que já me faz pensar em novas joias e visuais. Depois que cheguei aqui na Irlanda, ele se encaixou perfeitamente na paisagem, já que muita gente tem e de tamanhos completamente variados. Alguns chegam a ser tão grandes que fico pensando na dor, será que doeu mais? Enfim, espero ter conseguido matar a curiosidade de quem pensa em fazer também. Se eu consegui, você também vai ♥.

Arte incrível que saiu daqui

Sandy Quintans
@sandyquintans

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