sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Um recado para quem não encontrou o amor próprio

Uma das minhas poucas coisas preferidas sobre o Facebook são os grupos, porque acho que é um espaço maravilhoso pra compartilharmos sentimentos e inseguranças com outras pessoas que passam por coisas parecidas ou que estão dispostas a ajudar. Sabe aquela coisa de encontrar um espaço de acolhimento? Eu passo muito tempo respondendo postagens e conversando com pessoas de todo o lugar, que nunca encontraria de outra forma. 
Infelizmente, sempre me deparo com postagens de meninas que não se amam e que não conseguem se encontrar. Acho que a nossa geração é a que mais sofre com o mal da perfeição, com toda a era das fotos Tumblr e o do feed perfeito do Instagram. Ao mesmo tempo que encontramos um espaço para sermos nós mesmos, a cobrança pela vida maravilhosa se tornou uma das armadilhas pra cairmos em inseguranças e achar a grama do vizinho mais bonita. É difícil acreditar, mas a vida de ninguém nesse planeta é perfeita. Todo mundo tem problemas, por mais incrível que isso possa parecer em alguns casos. 

Quando alguém me pergunta se eu gostaria de voltar à infância ou adolescência, eu sempre sou categórica em dizer não. Não que não tenha sido feliz nessas fases, mas nada vale mais pra mim do que ter encontrado o amor próprio e o autoconhecimento. E também não é que eu ache legal os problemas da vida adulta, é só que já estive lá e eu sei o quanto tudo mudou quando aprendi algumas coisas. 

Se amar não é algo simples e muito menos fácil, é uma longa jornada que pode levar uma vida inteira pra completar. Porém, é algo transformador que deixa de nos colocar em posições nocivas. Pra nós mulheres, isso é muito mais difícil, porque de alguma forma somos ensinadas a nos odiarmos, por não temos a vida de revista e a aparência esperada pela sociedade. É assim que tantas de nós entram em relacionamentos abusivos e seguem em amizades tóxicas, porque simplesmente aceitamos que não merecemos nada melhor do que aquilo, afinal em nossas mentes não somos nada. 

Vocês devem se lembrar que em As vantagens de ser invisível (ah não, esse filme de novo não) é dito que “nós aceitamos o amor que achamos que merecemos”. Eu aposto que você tem alguma amiga que é completamente incrível, mas que está sempre se relacionando com pessoas que a tratam como lixo e você não entende como. Bom, é possível que na jornada dela, ela tenha acreditado e sentido que esse seria o único amor que iria receber na vida. E sabe, ninguém merece isso. Nunca. 



Mas adivinha só, apenas uma parcela muito, muito pequena das pessoas se encaixam no padrão impossível do universo. Isso quer dizer que os outros 98% de nós temos que sofrer? De forma alguma. Todo mundo tem coisas boas e ruins dentro de si, acredite. Há algo em você que te faz diferente e te torna especial, mesmo que a sua vida seja a mais comum possível. Não há nada de errado disso, porque a verdade, é que são as pequenas coisas que fazem os nossos dias melhores. 

Não tenha medo de questionar, porque essa é a maneira mais simples pra  gente encontrar as respostas. Quais são as coisas que te fazem feliz realmente? Se você não sabe a resposta, talvez seja o momento de eliminar. Isso vale pra hábitos, pessoas, coisas. Sabe aquele clichê de ser a melhor versão de si mesmo? É um clichê porque é verdade. Tenha certeza que quando você souber a resposta de algo, não vai mais ligar pra opiniões alheias, principalmente aquelas que te colocam pra baixo, sabe?

Se descobrir e amar a si próprio, como eu disse, não é simples. Por isso, se não souber por onde começar, peça ajuda, comece a refletir sobre quem você é e não tenha medo de dar pequenos passos. A revolução não se constrói de um dia pro outro, mas de processos. Não tenha medo. 

Sandy Quintans
@sandyquintans

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