domingo, 23 de abril de 2017

Os meus 6 livros preferidos da vida

Desde que cheguei aqui na Irlanda em janeiro, confesso que não tenho conseguido ler muito. A única coisa que li nesse período, foi a autobiografia da Rita Lee, que é uma coisa maravilhosa do universo. Mesmo assim, gostaria de não ter perdido o ritmo de leitura e inclusive, trouxe algumas coisas pendentes na minha mala, além do meu Kindle. Acho que por tudo ser muito novo, minha mente não tem conseguido focar num texto por muito tempo, é como se quisesse viver tudo o que está acontecendo comigo de uma vez, sabe? Então, resolvi reunir em uma lista os meus livros preferidos da vida, pra encontrar um incentivo nas histórias que mais gosto. 


1. Não me abandone jamais, de Kazuo Ishiguro – Vocês vão perceber que grande parte do conteúdo dessa lista já virou um Cinematura em algum período aqui no blog e com o meu livro preferido da vida não foi diferente. Eu havia ficado fascinada com o filme e desde que assisti e não parava de procurar o livro. Foi aí que a Helen me deu de presente no meu aniversário e eu estava certa em querer lê-lo a qualquer custo. A história é sobre a amizade de Kathy, Tommy e Ruth, que à principio são apenas crianças criadas em um orfanato na Inglaterra, na década de 1960, até a gente perceber que, na verdade, são clones criados para a doação de órgãos. Eu tenho um fascínio com ficções que são criadas para falar de humanidade (como o indicado ao Oscar desse ano, A Chegada) e essa foi a primeira história assim que tive um contato. É maravilhoso. 


2. Só Garotos, da Patti Smith – Eu falo tanto desse livro, mas nunca escrevi sobre aqui no blog. Fui ler por mera curiosidade, pois via várias pessoas falando sobre. Quando terminei estava encantada com uma história de amor à arte tão linda como a dela. O livro é uma autobriografia que fala sobre a amizade entre a Patti e Robert Mapplethorpe, em uma época de inocência em Nova York. É tão inspirador a forma como ela enxerga a arte, que agora fico achando ela uma das pessoas mais incríveis do planeta. Recentemente, ela também publicou o Linha M, que é também um biografia, em que Patti Smith fala mais sobre envelhecimento, morte, em uma fase completamente diferente do outro livro. É tão bom quanto. 


3. Precisamos Falar Sobre Kevin, de Lionel Shriver – Epa, mais um Cinematura aqui, rs. É engraçado, que eu comecei a ler essa história porque tinha adorado o filme e me deparei com algo completamente diferente da versão cinematográfica. Eu achava que estava lendo sobre uma história desses crimes tipo o de Columbine, mas na verdade era sobre maternidade e as dificuldades de ser mulher nesse planeta maravilhoso chamado terra. Outro ponto forte, é que Lionel é uma escritora maravilhosa, que não apenas te narra algo, mas que destrincha uma história de todos os pontos possíveis. Virei fã mesmo. 


4. Livre, de Cheryl Strayed – Esse também já foi um Cinematura, mas eu não li o livro por causa do filme. Eu fui acompanhar porque tenho esse fascínio por jornadas de auto descoberta e achava uma loucura uma pessoa que decidia largar a vida pra realizar a Pacific Crest Trail (PCT), uma trilha tão longa que começa na fronteira Estados Unidos/México e vai ter a divisa com o Canadá! (dá uma olhadinha num mapa, ). Eu acho que esperava algo meio "Na Natureza Selvagem", mas a verdade é que estávamos em frente algo muito mais profundo do que o desejo de largar a sociedade. A autobiografia da história de Cheryl Strayed nos contava sobre uma mulher que viu tudo desmoronar e que precisa em encontrar o seu caminho pra vida. Pode parecer clichê, mas esse é um livro transformador. 


5. Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie – Confesso que senti uma preguiça de ler esse quando me deparei com o preço do livro, mas meu sexto sentido me dizia que era melhor insistir nisso. Chimamanda é nigeriana e é uma das escritoras mais brilhantes que existem em na nossa geração. No caso de Americanah trata-se de um romance sobre Ifemelu  e Obinze, que se conhecem ainda adolescentes e enfrentam tempos complicados em uma Nigéria em pleno governo militar. Além disso, é uma história incrível sobre feminismo negro, que mostrou certas coisas que até então não havia entendido ou notado, que me fez olhar as coisas de um jeito completamente novo. Mas não é só feminismo, é algo sobre um povo muito similar ao brasileiro, que em vários momentos senti uma identificação incrível os nigerianos. Eu diria que é um livro obrigatório pra vida. 


6. Extremamente Alto & Incrivemente Perto, de Jonathan Safran Foer – Um dia estava fuçando na banca de liquidação da Fnac, como sempre faço, em busca da maior barganha e me deparei com esse livro por apenas R$ 1,90. Comprei e ganhei a oportunidade de conhecer uma das histórias mais lindas que eu já li, que também teve adaptação pro cinema e virou Cinematura aqui no blog. O livro conta sobre a história de Oskar, um menino de 11 anos que perde seu pai  na tragédia de 11 de setembro, no World Trade Center. Oskar é uma criança extremamente criativa e que tem dificuldades de relacionamento, por isso que seu pai sempre o estava incentivando a conviver com outras pessoas e desvendar mistérios. Quando ele morre, o menino encontra uma chave e decide saber o que ela abre, destrinchando Nova York enquanto lida com a morte de seu melhor amigo. Jonathan é um escritor muito criativo, que não tem medo de usar recursos literários a seu favor e é isso que torna o livro tão especial. 


Bônus – As vantagens de ser invisível, de Stephen Chbosky – Apesar de não ter muitos livros do tipo aqui na lista, eu gosto muito de YA (Young Adult) e pra mim esse é o melhor de todos. É um livro bem curto e à princípio escrito de forma tão simples, que nos faz duvidar do quando ele é poderoso e pode nos contar tanto. Eu gosto de pensar que essa é a história que gostaria de ter lido durante a minha adolescência, porque de certa forma me ajudou a entender tanta coisa desse período. Mas também é um livro pesado (mais que o filme), meio como 13 Reasons Why. Eu não acho que precise explicar mais coisas sobre ele, mas se você quiser saber mais sobre a história de Charlie, tem um Cinematura inteirinho sobre, aqui


Agora que você conhece meus livros preferidos, que tal me indicar os seus?

Sandy Quintans
@sandyquintans

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