Mais um disco sem ousadia do Capital Inicial, repleto por músicas pop previsíveis
Ok, a primeira faixa deste mais novo disco do Capital Inicial, o single "Depois da Meia-Noite", é um rock básico bem legalzinho, com aquele tipo de letra sobre amizade e paisagens urbanas típicas das bandas de Brasília. Mas, e aí? No rock a coisa funciona assim: a maioria das bandas gosta de abrir seus discos com uma música bem agitada, a fim de criar a falsa ilusão de que estamos diante de um trabalho autêntico. Outro clichê só encontrado no rock é terminar um disco com uma baladona. "Ressurreição", a segunda faixa, mantém uma atmosfera equilibrada e misteriosa. É realmente uma música muito interessante, mas nada memorável.
O Capital Inicial já foi uma das bandas mais bacanas da época de ouro do rock brasileiro (leia-se anos 80), mas desde que se meteram a fazer aquela droga de acústico em 1997, Dinho & CIA tem feito umas musiquinhas muito chulé. Às vezes eu vou no mercado aqui perto de casa e ouço na rádio uma baladas nojentas do Capital Inicial que nem o nome eu sei, mas que não deve em nada para Fresno e CPM 22, por exemplo. É até pior, levando em consideração o início punk dos brasilienses e clássicos de protesto como "Mickey Mouse em Moscou", "Psicopata", "Veraneio Vascaína" e "Fátima". Será que eles ficaram velhos demais, caretas demais, acomodados demais ou ricos demais?
Olha lá o que eu disse: duas músicas agitadinhas depois e já entra o primeiro côco mole do álbum, a baladinha com cheiro de novela da Globo "Eu Quero Ser Como Você". Saca só a letra: "É verdade o que dizem de você/ que você não é como eu/ que sempre sabe onde ir/ e que nunca se perdeu". Essa riminha de "eu" com "perdeu" mostra a primeira deficiência do Capital Inicial. "A Menina que Não Tem Nada" poderia se chamar "Música Urbana 3" que ninguém iria reclamar. Mais uma música sobre uma garota perdida na vida, tema recorrente na obra do Capital Inicial. Soa como uma tentativa frustrada de mostrar aos fãs das antigas que a ideologia musical não se perdeu. Tentativa essa que não me convence. "Não Se Porquê" é outra baladinha que não fede nem cheira, mas que é sem graça. Estamos só com 2 pontos positivos até agora.
"Melhor" é um poppy punk revoltado feito de coroas para adolescentes. As guitarras melodiosas remetem ao emocore que anda nos infernizando. "Eu tenho medo do mundo/ Eu tenho medo do que pode acontecer/ Eu tô cansado de tudo/ De tanto lutar e nunca vencer/ Pense no seu futuro/ Essa conversa sempre me dá sono/ Eu sou o rei da derrota/ E me sinto pequeno/ Aqui no meu trono". Caramba, que letra mais profunda. Me senti com 14 anos novamente. "Vamos Comemorar" mostra a linha que um disco do Capital Inicial segue: um rockinho e duas baladinhas, e assim sem maiores surpresas. Falta ousadia. Passado os minutos de sono que me deu com "Eu Sei Quem Sou", sou acordado pela pesada (o que eu disse?) de "Marte em Capricórnio", a melhor faixa desde a longínqua "Ressurreição". Uma ótima música, que chega a me animar de verdade. O Capital Inicial deveria parar de pensar no dinheiro (contrariando a letra de "Marte em Capricórnio") e fazer mais músicas como esta, pois eles são bons quando fazem rock.
Vamos se eu vou acertar. Chegamos na última faixa e eu espero por uma baladona clichê. E não é que acertei? Começa com violão, palmas... mais um pop chato pra cacete de auto-ajuda que só o Capital Inicial consegue cometer. Como canta Dinho nessa: "Se tem um começo, que tenha um fim". E o fim do disco chegou. Ufa! É, não foi desta vez camaradas.
NOTA: Ruim
(Classificação: Ruim, Regular, Bom, Ótimo e Clássico)
O Capital Inicial já foi uma das bandas mais bacanas da época de ouro do rock brasileiro (leia-se anos 80), mas desde que se meteram a fazer aquela droga de acústico em 1997, Dinho & CIA tem feito umas musiquinhas muito chulé. Às vezes eu vou no mercado aqui perto de casa e ouço na rádio uma baladas nojentas do Capital Inicial que nem o nome eu sei, mas que não deve em nada para Fresno e CPM 22, por exemplo. É até pior, levando em consideração o início punk dos brasilienses e clássicos de protesto como "Mickey Mouse em Moscou", "Psicopata", "Veraneio Vascaína" e "Fátima". Será que eles ficaram velhos demais, caretas demais, acomodados demais ou ricos demais?
Olha lá o que eu disse: duas músicas agitadinhas depois e já entra o primeiro côco mole do álbum, a baladinha com cheiro de novela da Globo "Eu Quero Ser Como Você". Saca só a letra: "É verdade o que dizem de você/ que você não é como eu/ que sempre sabe onde ir/ e que nunca se perdeu". Essa riminha de "eu" com "perdeu" mostra a primeira deficiência do Capital Inicial. "A Menina que Não Tem Nada" poderia se chamar "Música Urbana 3" que ninguém iria reclamar. Mais uma música sobre uma garota perdida na vida, tema recorrente na obra do Capital Inicial. Soa como uma tentativa frustrada de mostrar aos fãs das antigas que a ideologia musical não se perdeu. Tentativa essa que não me convence. "Não Se Porquê" é outra baladinha que não fede nem cheira, mas que é sem graça. Estamos só com 2 pontos positivos até agora.
"Melhor" é um poppy punk revoltado feito de coroas para adolescentes. As guitarras melodiosas remetem ao emocore que anda nos infernizando. "Eu tenho medo do mundo/ Eu tenho medo do que pode acontecer/ Eu tô cansado de tudo/ De tanto lutar e nunca vencer/ Pense no seu futuro/ Essa conversa sempre me dá sono/ Eu sou o rei da derrota/ E me sinto pequeno/ Aqui no meu trono". Caramba, que letra mais profunda. Me senti com 14 anos novamente. "Vamos Comemorar" mostra a linha que um disco do Capital Inicial segue: um rockinho e duas baladinhas, e assim sem maiores surpresas. Falta ousadia. Passado os minutos de sono que me deu com "Eu Sei Quem Sou", sou acordado pela pesada (o que eu disse?) de "Marte em Capricórnio", a melhor faixa desde a longínqua "Ressurreição". Uma ótima música, que chega a me animar de verdade. O Capital Inicial deveria parar de pensar no dinheiro (contrariando a letra de "Marte em Capricórnio") e fazer mais músicas como esta, pois eles são bons quando fazem rock.
Vamos se eu vou acertar. Chegamos na última faixa e eu espero por uma baladona clichê. E não é que acertei? Começa com violão, palmas... mais um pop chato pra cacete de auto-ajuda que só o Capital Inicial consegue cometer. Como canta Dinho nessa: "Se tem um começo, que tenha um fim". E o fim do disco chegou. Ufa! É, não foi desta vez camaradas.
NOTA: Ruim
(Classificação: Ruim, Regular, Bom, Ótimo e Clássico)
Ouça à mela-cueca "Eu Quero Ser Como Você"
Por Adolfo Ifanger
adolfo-ifanger@hotmail.com
CARA, SOU DOS ANOS 80, CONCORDO EM TUDO O QUE VOCE FALOU, RELAMENTE O CAPITAL DO ACÚSTIVO PARA CÁ DEIXOU MUITO A DESEJAR.
ResponderExcluirO PROBLEMA MESMO EU ACHO, É O DINHO TER VIRADO COMPOSITOR PRINCIPAL, VIROU NISSO ÁI,
CAPITAL ANOS 80, AS COMPOSIÇÕES ERAM DIVERSIFICADAS E OUSADAS, AGORA COMO VOCÊ FALOU PREVÍSIVEL.
APENAS UMA EXCEÇÃO, DO ACÚSTICO PARA CÁ O ÚNICO ALBÚM BOM DELES QUE EU ACHO, FOI O DO ABORTO ELÉTRICO.
PARABÉNS PELO BLOG E SUCESSO.