quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Joana leu: Cidades de Papel, de John Green

Joana leu: Cidades de Papel, de John Green
Cidades de Papel
John Green
editora Intrínseca
361 páginas
"Quentin nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spielgelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola enquanto ele é só mais um dos nerds de sua turma. Certa noite, Margo invade a casa de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o  a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude e Margo decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte. Quando descobre que o paradeiro dela é um mistério, Quentin encontra pistas deixadas pela garota e começa a segui-las, numa busca que lhe proporciona tanto se descobrir quanto conhecer a verdadeira Margo, bem diferente daquele que ele idealizou a vida toda."

Quentin é um nerd típico, que tem um grupo de amigos diminuto e que prefere passar seus dias jogando video game a participar da cerimônia de formatura do colégio. Seus pais são psicólogos e, como diz o ditado, em casa de ferreiro o espeto é de pau, ou seja, eles acreditam que sabem exatamente o que se passa na cabeça do filho, mas ele não pensa assim. Enquanto os outros jovens da sua idade já têm seus carros, Quentin compartilha com sua mãe o uso de uma minivan. E ele é apaixonado, desde pequeno, por sua vizinha Margo Roth Spielgelman. Eles eram muito amigos quando crianças, mas depois de encontrarem um homem morto no meio do parque que costumavam frequentar, ela nunca mais falou com ele, apesar de ainda estudarem na mesma escola.

Numa noite como outra qualquer, Q está em seu quarto e Margo aparece na janela, toda vestida de preto, com o rosto pintado na mesma cor, dizendo que precisa da ajuda dele para executar um plano. Ela quer que ele pegue o carro da mãe e saia com ela noite afora para se vingar de algumas pessoas que se diziam suas amigas, pregando algumas peças neles.

Durante essa noite, Quentin vê sua paixão por ela aumentar, mas não consegue se declarar nem tentar nada, com medo de ser repelido. Ele sente que estão voltando a ser próximos como antes, e se enche de esperanças para o dia seguinte, acreditando que, depois de passarem a noite toda rodando de um lado para outro de carro e se divertindo com as armações de Margo, a menina vai tratá-lo como amigo quando se encontrarem na escola e que voltarão a ser como na infância. Então, para surpresa de Quentin, ela não aparece no colégio.

Ele continua esperando pelo encontro com Margo, mas ela some durante vários dias, deixando seus pais muito nervosos. Como não era a primeira vez que a menina sumia de casa repentinamente, os amigos achavam que era apenas mais uma de suas viagens malucas e que logo ela voltaria cheia de histórias para contar, como sempre fazia. Os dias vão se passando e Margo não aparece nem dá notícias. Quentin começa a ficar preocupado e, numa conversa com os pais da amiga, ele descobre que ela costuma deixar algumas pistas estranhas quando desaparece, com dicas enigmáticas do lugar onde ela está.

A partir daí Quentin começa a procurar por possíveis pistas deixadas por Margo para tentar localizar seu paradeiro e trazê-la de volta para casa, para que a vida deles seja como antes. Ele vai juntando pequenas peças e desvendando enigmas que parecem ter sido pensados especialmente para ele, como se Margo esperasse que ele a encontrasse.

Quanto mais perto a formatura vai ficando, mais seus amigos direcionam sua atenção para a festa e vão deixando Q sozinho com o desaparecimento de Margo e suas pistas misteriosas, mas ele não desiste até que um dia ele consegue entender o que Margo quis dizer quando falou, na noite em que saíram juntos, sobre as pessoas serem apenas pessoas de papel, vivendo numa cidade de papel, e assim ele consegue direcionar seus esforços para buscar o esconderijo da amiga.

A expectativa por um livro de John Green é sempre boa, e até agora ele tem correspondido. Aqui em "Cidades de Papel" ele usa o desaparecimento da personagem Margo Roth Spielgelman  (o nome dela é quase sempre dito assim por Quentin, inteiro) para expor sua verdadeira personalidade, aquela que a garota em geral não mostra para as pessoas a seu redor, talvez por medo de não ser aceita, e vai fazendo isso aos poucos, conforme Q encontra as pistas deixadas por ela, que também vão servindo para o próprio Quentin se descobrir.

O foco principal desse livro é o autoconhecimento, o entendimento que o personagem Quentin vai formando ao longo da narrativa, e as descobertas que ele faz de si mesmo. Ao mesmo tempo em que vai encontrando forças que ele nem sabia possuir, ele vence seus próprios medos apenas para tentar ver mais uma vez a garota que gosta. Ele sabe que vai precisar de muita coragem para encontrar Margo, que a certa altura ele já acredita estar morta, e isso o faz sofrer muito. Mas esse sofrimento dá combustível para que ele se esforce ainda mais na resolução dos mistérios deixados por ela.

Como nos outros livros de John, aqui os personagens são bem construídos e têm uma psique forte: Quentin e Margo mostram defeitos e qualidades típicos de pessoas da sua idade e com pensamentos próprios de adolescentes que passam por tantas mudanças. Os personagens secundários também têm participação importante na construção da narrativa, e esse é outro traço marcante nas obra do autor, que sempre cria pelo menos um amigo para o protagonista, lhe dando base para desenvolver bons diálogos e situações que refletem o cotidiano dos leitores. Não faltam momentos engraçados e situações cômicas entre os amigos enquanto tentam localizar Margo.

Eu sou fã de John Green e posso ser suspeita para falar, ainda assim, recomendo muito o livro, que, apesar de ter como pano de fundo um pequeno drama adolescente, mais uma vez ele consegue nos fazer refletir sobre como conduzimos nossa vida, sobre autoconhecimento e determinação para conquistar o que queremos. Com uma escrita bem simples, John consegue deixar quase poética a mensagem que quer passar: viva, siga seus instintos, realize seus sonhos e não perca tempo com aparências ou se preocupando com o que outras pessoas podem pensar de você. Assim como Quentin e Margo, podemos encontrar vários obstáculos na vida, mas mesmo cheia de dificuldades, ela é mais simples do que imaginamos.

Joana Masen
@joana_masen

sábado, 26 de outubro de 2013

As Melissas da Helen

As Melissas da Helen
Coleciono Melisssas há alguns anos e sempre preferi os modelos e as cores mais extravagantes. Já há algum tempo que eu e a Sandy planejamos mostrar minha coleção no blog. Primeiro pensamos em fazer vários looks, depois descartamos essa ideia porque não somos do tipo que gosta de ficar se montando pra mostrar aqui. Já tentamos, mas nunca conseguimos dar continuidade ( Temos tempo pra isso não, fia! ). Então veio a ideia do video, seguindo o estilo do  footbook da Melissa.  Nos divertimos gravando e espero que vocês gostem. Algumas Melissas ficaram de fora porque era muito sapato pra pouca música... ( sou metida haha! ).

Helen Quintans
@helenquintans

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Joana leu: Os Insones, de Tony Bellotto

Joana leu: Os Insones, de Tony Bellotto
"Os Insones"
Tony Bellotto
editora Cia das Letras
237 páginas
"Numa cidade onde a violência, além de dominar os morros e ditar as regras de comportamento, conquista os corações e mentes dos jovens, os insones se multiplicam. Neste livro, todos estão sujeitos a uma brutal ansiedade, a começar pelo pai apavorado com o sumiço da filha e torturado por dores na coluna, até o aparentemente sereno jovem decidido a mudar o mundo na marra, passando por traficantes encurralados, agentes infiltrados e policias vivendo sobre tensão constante."

Em mais um romance emocionante, Tony Bellotto confirma sua facilidade em escrever estórias sobre as coisas mais cotidianas e com elas prender o leitor até o ponto final. Aqui conhecemos um grupo de jovens, determinados a mudar o mundo, cada um à sua maneira, e alguns adultos consternados e entregues à mesmice de suas vidas. Samora é um garoto negro, mora no Leblon e quer fazer uma grande revolução, como se fosse um Robin Hood moderno, redistribuindo renda e cuidando daqueles que mais precisam; Sofia é branca, mora em Ipanema, saiu de casa e nunca mais foi vista, para desespero de seu pai, Renato, um publicitário frustrado, já no segundo casamento e com dores terríveis nas costas. Seu outro filho, Felipe, é um adolescente tentando encontrar sua própria identidade e que coleciona asmas escondido dos pais. Mara Maluca, meio mulata, meio índia, é a atual chefe do morro e não tem nenhum sangue-frio, sendo capaz de cometer as maiores atrocidades contra quem cruzar seu caminho.

Todos os personagens têm em comum uma certa urgência, querem viver agora, querem realizar seus sonhos e seus ideais hoje. Desde o pai, Renato, que se descobre um homem vazio e sem ambições enquanto tenta encontrar a filha desaparecida, até a moradora do morro Chayenne, aspirante a atriz e que tem como característica marcante suas unhas pintadas de vermelho e preto. Todo mundo está tentando dar algum sentido real a sua vida.

O mais legal nesse livro é o ritmo que Tony imprimiu à história, usando sempre parágrafos breves, cheios de significados, e que vão carregando o leitor para uma trama alucinante. Ao terminar um desses fragmentos, o leitor é praticamente compelido a passar para o seguinte, sem pausas para respirar ou tomar uma água, totalmente envolvido pela inteligência dos personagens e suas atitudes extremas, como quando Samora invade a casa de câmbio do pai de um ex-colega de colégio, rouba uma fortuna e sai jogando parte do dinheiro na rua, sob o pretexto de distribuir renda para quem realmente precisa.

Diante do ideal revolucionário de Samora, a patricinha Sofia não se contém e segue junto a fim de concretizar seus planos revolucionários: ela foge de casa e vai viver com ele, no morro. Enquanto isso, sua família e a polícia do Rio de Janeiro estão loucos atrás dela, tentando resgatar o casal com vida. Mas eles estão sob a proteção da traficante Mara Maluca, que, para aceitar Samora em seu grupo, o fez passar por um terrível ritual de inicialização, atirando na cabeça de um homem acusado de estupro. É assim que as coisas são resolvidas ali, a ferro e fogo.

Não há como parar de ler esse livro antes do final. Como ele é contado em partes, cada parágrafo fala um pouco da história de um personagem, e eles vão sendo intercalados, o leitor não consegue sair de dentro da estória, e quer passar para o próximo e depois o próximo e depois o próximo, tentando dar um desfecho para a saga de seu personagem favorito (ou não).

Trechos como o que Renato recebe a massagista no quarto do hotel e estende a mão para cumprimentá-la   e ela não retribui o gesto dão um toque de humor leve e que quebra um pouco toda a tensão do enredo, deixando o clima mais agradável.

Sou fã do autor, e portanto, suspeita para fazer elogios muito intensos, mas posso dizer que esse foi o melhor livro dele que já li. É bem diferente da série "Bellini", e só me fez gostar ainda mais do seu estilo, misturando romance com a trama policial e trazendo tudo isso para a nossa realidade. As entrelinhas desse livro são cheias de significado, e fazem algumas críticas à nossa sociedade tão violenta.

Para finalizar, ouvi alguém dizer uma vez em alguma entrevista que toda obra traz pelo menos um traço do seu autor, e passei a pensar sempre nisso quando escrevia alguma coisa, tentando ver algum indicio de pessoalidade nos meus escritos. Nesse romance, Tony presenteou o personagem Renato com uma hérnia de disco que lhe causa dores insuportáveis, e não seria totalmente errado afirmar que ele o fez inspirado por suas próprias dores que, como ele mesmo definiu uma vez, são efeitos colaterais de todos esses anos carregando uma guitarra nas costas. 

Leitura indispensável para quem quer prestigiar os autores brasileiros, para os fãs de Tony e para quem curte um bom romance/policial.

Joana Masen
@joana_masen

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Toda alma é uma música que toca.

Toda alma é uma música que toca.
Minha cabeça anda cheia de ideias e a cada dia tenho sentido mais prazer em fotografar. O Pedro tem 9 anos e adora música. Faz aula de canto e estudamos acordeon na mesma escola. Ele é super inteligente e foi um excelente modelo. Ficou quietinho enquanto eu o arrumava, segurava a pose na hora da foto e nem reclamou da gravata borboleta...rs...rs... Nos divertimos muito andando pelas ruas do bairro com minha câmera e seus instrumentos a tira colo. O resultado foi essa overdose de fofura. Espero que gostem.

E pra elevar o nível de fofura desse post, dá um play e curta o Pedro cantando Gilberto Gil.
Helen Quintans
@helenquintans

Playlist do P! - Bossa Nova (e centenário)

Playlist do P! - Bossa Nova (e centenário)
No dia 19 de outubro foi o centenário do grande poeta, Vinicius de Moraes. O Google que não podia perder a homenagem preparou esse doodle maravilhoso no dia. O que nos inspirou a criar uma playlist de Bossa Nova, já que não dá pra pensar em Vinicius de Moraes sem se lembrar da Garota de Ipanema. Com vocês, o melhor que o Rio de Janeiro tem a oferecer ♥
1. Chega de saudade – Tom Jobim
2. Samba de uma nota só – João Gilberto
3. Samba da Benção – Vinícius de Moraes
4. Garota de Ipanema – Vinicius de Moraes e Tom Jobim
5. O barquinho - Maysa
6. Ela é carioca – Caetano Veloso
7. Wave – Tom Jobim
8. Samba de verão – Toquinho
9. A Felicidade - Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Toquinho
10. Pela luz dos olhos seus - Tom Jobim, Miúcha e Vinicius de Moraes

Sandy e Helen Quintans
@prontousei

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Pequena Amabile e suas lindas bonecas.

Pequena Amabile e suas lindas bonecas.
Sábado à tarde, minha amiga Roseli Madalozzo veio me visitar e trouxe algumas das suas bonecas. Eram tantas lindezas que não resisti, tive que fotografar. Fomos na já famosa pracinha aqui do meu bairro e o resultado é uma overdose de fofura.
O trabalho da Roseli é super delicado. Para fazer minha Maria Antonieta, ela fez uma pesquisa e caprichou no traje. Os detalhes chamam bastante a atenção. Todas as bonecas são muito bem acabadas e o carinho com que ela trabalha é refletido em cada peça, que parece ter vida e personalidade. Impossível não se apaixonar.
 






Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho da Roseli ou comprar uma boneca linda dessas, basta entrar na página da Pequena Amabile.

Helen Quintans
@helenquintans

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Playlist do P! - Primavera

Playlist do P! - Primavera
Há algumas semanas, a Primavera bateu na nossa porta e sentimos que estava faltando uma playlist florida pra comemorar essa estação bonita e de transição. Reunindo todo o nosso poder florido, resgatamos diversas músicas e transformamos a playlist dessa semana em um jardim. Gente, e num é que ficou um amor? 
1. Maluca - Cássia Eller
2. We Are Flowers - Mallu Magalhães
3. Flores em você – Ira
4. Flowers in Your Hair – The Lumineers
5. Flores – Titãs (e Marisa Monte)
6. Flowers - Lisa Hannigan
7. Espatódea - Nando Reis
8. Flowers Never Bend With the Rainfall – Simon & Garfunkel
9. Rosa – Pixinguinha
10. Flores - Zélia Duncan
Sandy e Helen Quintans
@prontousei

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Fragilidade.

Fragilidade.
De uns tempos pra cá meu interesse pela fotografia aumentou muito. Eu sempre gostei de fotografar, mas agora tenho estudado mais e estou até decidida a fazer uma faculdade de fotografia. Vivo cheias de ideias e nunca encontro ninguém disposto a concretizá-las, então cheguei à conclusão de que ninguém melhor que eu pra fazer isso.
A Renata é uma linda que sempre me salva nas fotos. Dessa vez combinamos de aproveitar o domingo para fazer uma sessão descompromissada, apenas para eu treinar o que andei estudando durante a semana. Fotografamos numa pracinha aqui no meu bairro e confesso que fiquei satisfeita com o resultado. É claro que tem um erro aqui, outro ali, mas no geral as imagens ficaram do jeito que eu imaginei.
Resolvi chamar o ensaio de Fragilidade, porque ao mesmo tempo que remete a algo delicado, enfatiza esse momento do meu aprendizado.
 
É isso. Um dia chego lá! haha!

Modelo: Renata Cirigliano
Fotos: Helen Quintans
Styling e Make up: Helen Quintans

Helen Quintans
@helenquintans



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Joana leu: 99 sonetos sacanas e 1 canção de amor, de Henrique Pimenta

Joana leu: 99 sonetos sacanas e 1 canção de amor, de Henrique Pimenta
99 poemas sacanas e 1 canção de amor
Henrique Pimenta
editora Life
110 páginas
"São textos de um amor bem real, vivido, encarnado e desfrutado, dos quais o platonismo anda longe... São textos com uma fortíssima carga erótica que enfileiram com a rica e sempre presente tradição erótica e satírica da poesia de língua... portuguesa. (David Rodrigue, professor universitário, haicaísta português e autor dos livros 'Gaza' e 'Respirar')." 

Quando terminei de ler "Cinquenta tons de cinza", estava naquela onde de romance erótico, e encontrei esse livro na internet. Achei que ele seria na mesma linha do outro, mas não, esse aqui é bem mais... ousado.

O autor criou uma centena de sonetos, todos com temática sexual, e, como o próprio título do livro diz, bem sacanas. Ok, achei interessante a ideia, mas quando comecei a ler acabei não caindo de amores por ele. 

Eu gosto de poesia, adoro sonetos, principalmente os bem escritos, mas sempre penso neles como algo muito romântico, carregado de sentimentalismo, quase como uma declaração de amor. E os escritos por Henrique Pimenta não são bem assim.

Não que eu tenha ficado ruborizada ao lê-los, nem tenha me chocado com seu conteúdo altamente erótico, é que gosto de soneto clássico, sou até um pouco chata com isso, e não acho que esse tipo de construção seja a mais apropriada para falar de sexo tão explicitamente.

O autor conseguiu um bom resultado, mas, infelizmente, não fez a minha cabeça. Achei que os sonetos expuseram demais um momento que deve ser de intimidade. E tudo isso, para mim, ficou além daquilo que eu entendo como poesia.

Um exemplo desse meu ponto de vista fica claro na página 41, soneto "Sessão de Descarrego", que pensei em transcrever aqui, mas não tive coragem.

Um ponto que achei bem interessante no livro foi a homenagem que o autor fez a dois tipos de mulheres que são, muitas vezes, preteridas pela maioria: as magrinhas e as gordinhas. "Varapau" (pág. 12) e "Dos quilinhos a mais" (pág. 97)lembram que qualquer que seja seu porte físico, toda mulher sabe satisfazer um homem.

Outro soneto bacana é o "Levante o dedo!" (pág. 32), dirigido àqueles homens que estão sempre fazendo pose de machões e se preocupam demais com seus próprios músculos e têm vergonha de admitir que, as vezes, também falham na hora H:

"Levante o dedo médio se você
nunca brochou, se diz que é show, propaga
virtudes varonis e faz auê,
o mulherio num fogaréu sem água.

Levante e vá adiante, em abecê
cabeça, que o que queima não se apaga,
repete pelo bis, no fuzuê,
a próxima é a vovó sem nem anágua.

Avante em sua lida cabeluda!,
e malha mais o ferro, com saúde!,
e dá-lhe mais no fogo, que diabo!

Entanto ao despertar, ai, ai, caluda!,
dos sonhos de fodão, tenha atitude
e enfie o dedo médio no seu rabo!"

Claro que dentre tantos poemas não poderia faltar um mais meigo, mais delicado. É o caso de "Anjo" (pág. 27), tão terno que ficaria quase infantil, se o leitor não entendesse sua conotação sacana:

"É como um ajno que caiu do ninho...
Fez dodoi, mas eu cuido. Coitadinha.
Sem manta, Sem vergonha. Caladinha.
Sorridente, e tão carente. Denguinho.

Abraço, que se esquente. Calorzinho. 
Apalpo para ver. Ai, que carinha!
Papai lhe põe no colo, passarinha.
Com a língua nas feridas, lhe acarinho..."

Chega! Não vou entregar tudo aqui! Quem quiser, que leia livro, rs.

O momento de humor lascivo fica por conta de "Pet shop girl""...a corda com cuidado no pescoço, as vezes de coleira para pet, a guia em meu poder..."

Tem também um soneto bem singular, que fala sobre um momento delicado na vida de todos nós, a velhice, e dos desejos que ainda estão à flor da pele. Ficou fofo, quase destoando de toda a sacanagem anterior: "O velho japonês, por encomenda, (o velho japonês é solitário), recebe sua compra, aniversário, presente para si, para que renda o resto de seus dias..." (A caixa, página 83).

Mas o meu preferido entre os 99 sonetos foi "Avesso Perfeito", na página 91, que ficou bem discreto, quase romântico, e que exige do leitor um pouco de interpretação para encontrar sua sacanagem: 

"Os fios se desenredam como um TOC
dos olhos ao olhar, e, por mantê-lo,
as tramas desafiam o novelo
com nós e com maranhas, por Masoch..."

Vocês podem estar a achando a resenha meio controversa, mas na verdade, eu não detestei o livro, pelo contrário, achei que ele tem na maior parte do tempo uma linguagem muito pesada, mas possui seus bons momentos. O livro é bom, com seus versos fesceninos feitos para agradar a quem procura esse tipo de literatura, e com a sonoridade lasciva das rimas mais explícitas.

Joana Masen
@joana_masen

As Coisas Preferidas

As Coisas Preferidas
É possível saber muito de alguém através dos seus objetos de estimação. Embora a gente não conheça pessoalmente muitas das pessoas que nos acompanham no blog, sentimos como se todos fossem amigos. Nunca foi nossa intenção que o Pronto, usei! fosse um site frio, sem conexão com quem lê. Tentamos sempre trazer assuntos que realmente nos interessam e que reflitam nossos gostos e opiniões. Quando eu e a Sandy resolvemos criá-lo foi justamente para juntar todas as coisas que amamos num lugar só. Por isso, nesse post, resolvemos compartilhar com vocês um pouquinho do nosso mundo.

Coisas da Helen
1 e 2. A primeira vez que assisti Toy Story foi em VHS na casa da minha irmã mais velha. Me apaixonei por todos os personagens e esse amor me acompanha até hoje. No último filme da série, saí do cinema com os olhos vermelhos de tanto chorar. O Buzz e o Woody  são os bonecos mais especiais da minha coleção.

3. Desde o lançamento eu queria uma Fujifilm Instax. Demorou um pouquinho, mas esse ano peguei a minha e tenho me divertido muito fotografando com ela.

4. Minha série preferida é Sex and the City. Tenho todas as temporadas e os filmes. Quando morava em Itu, eu e uma amiga muito especial ficávamos até de madrugada assistindo um episódio atrás do outro, torcendo para o amor de Carrie e  Mr.Big dar certo.

5. Quem me conhece há muito tempo, e até quem acaba de me conhecer, sempre acaba me associando a Beatles. Não sei dizer qual meu álbum preferido, mas o Sgt. Peppers Lonely  Hearts Club Band é o que tem a capa que mais gosto.

6. Adoro videogame. Já tive quase todos os consoles e sempre adorei os portáteis. Além do PSP, tenho o Nintendo DSi XL. Meu jogo preferido não é nenhum do Mario, adoro jogar Plants vs. Zombies e Tetris nele.

7. Sou de uma família que adora ler e que tem muitos livros. A série O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, faz parte de um estilo de leitura que eu adoro, o nonsense. Lembro que quando li pela primeira vez não conseguia largar e as pessoas sempre me olhavam torto quando eu ria alto de alguma situação da história. O Marvin é um dos meus personagens favoritos e 42 é a resposta para a Pergunta Fundamental, a resposta pra vida, o universo e tudo mais.

8. Nos últimos anos passei momentos bem difíceis por conta de uma depressão e de um rompimento que me fez sofrer bastante. Meu aniversário desse ano foi especial porque marcou uma nova fase. Consegui reunir antigos e novos amigos num piquenique super lindo onde todo mundo usou coroas de flores. Foi mágico.

9. Dia 21 de novembro de 2010 foi o dia mais incrível da minha vida. Eu e a Sandy fomos ver o show do Paul, no Morumbi e nos emocionamos do começo ao fim. A sensação de ouvi-lo cantando músicas dos Beatles que nós amamos é indescritível. Choramos quando compramos o ingresso, choramos durante o show, choramos depois do show. Foi demais! E se bobear choro agora lembrando daquele dia.

Coisas da Sandy

1. Elizabehtown é um dos meus filmes preferidos do universo. É um filme que representa algumas primeiras vezes da minha vida, porque foi a primeira (de muitas) trilhas sonoras que eu quis ter, o primeiro CD que comprei pela internet (lá pelos meus 15 anos). Esse é um álbum que sempre me deixa feliz, que nunca cansei de escutar. 

2. Essa camiseta representa dezenas de coisas magníficas. Primeiro, é dos Beatles, a nossa banda preferida pra sempre. Segundo que foi a camiseta que compramos para ir ao show do Paul, em 2010. Terceiro que foi com ela que eu vi um Beatle, na minha frente. Esse, sem dúvida, foi um dos melhores dias da minha vida.

3. Como a Helen já comentou, nós nascemos em uma família cheia de leitores. Desde pequeno, todo mundo lê. Já li diversos livros, e sinceramente? Tenho dificuldade de escolher um preferida. Mas a Menina que Roubava Livros é, sem dúvida, uma das melhores histórias que tive o prazer de colocar os olhos e que nunca vou me cansar de ler.

4. 500 Dias Com Ela é um daqueles filmes que já assisti dezenas de vezes, que conheço todas as falas e canto todas as músicas. É uma história que me mostra novos ângulos a cada vez que eu assisto, mesmo depois de tanto tempo e que nunca recuso o convite pra assistir mais uma vez.

5. Esse é o Bob que ganhei da minha amiga Virgínia. Eu o coloco junto com meus livros, sentadinho na prateleira, embora seja um Bob de banho. Nós duas sempre dizemos que eu sou Bob e ela o Patrick. É um dos meus presentes preferidos de todos os tempos.

6. Esse oxford preto é meu sapato preferido e ele tinha que ser meu. Quando eu o encontrei na Zara, com aquele preto de lona brilhante sorrindo pra mim, eu me apaixonei, mas o preço estava salgado demais para o meu bolso. Meses depois, em um liquidação ele estava sendo vendido por uma pechincha, só que era dois números maior que o meu. Quando já estava desistindo dessa aquisição, resolvi experimentar. E pasmem, ele coube como se tivesse sido feito sob medida.

7. Quando meu Kobo chegou aqui em casa pelo correio e mostrei pra minha mãe e minha irmã, as duas disseram: "essa é a coisa mais legal que você comprou". Apesar de não ser apegada a tecnologia, de fato, acho que elas têm razão. Estou amando meu Kobo.

8. O meu caderninho de jornalista não é nenhum moleskine, mas somos inseparáveis. Nele, eu anoto tudo e é sempre ele que me salva em entrevistas, pra não esquecer nenhuma ideia pro P! e o nome de ninguém. Obrigada, bloquinho jornalista. 

Helen e Sandy Quintans
@prontousei

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Playlist do P! - Desenhos animados

Playlist do P! - Desenhos animados
Passamos quase o dia inteiro pensando em qual seria o tema da nossa playlist, até nos lembrarmos  de que o dia das crianças é no próximo sábado (como esquecer com o Facebook cheio de crianças, né?). Apaixonadas por desenhos animados, achamos apropriado escolher algumas músicas de animações que adoramos. O resultado é uma playlist muito divertida (e que faltou muita coisa legal), pra animar a semana e pra nos lembrar que desenho animado não é só coisa de criança, né?
1. Mogli - Necessário, somente o necessário
2. A Bela Adormecida - Você é o príncipe azul
3. Branca de Neve - Sonhando assim
4. O Rei Leão  - O que eu quero mais é ser rei
5. A Pequena Sereia  - Aqui No Mar
6. A Bela e a Fera – Sentimentos
7. Irmão urso - Lá vou eu
8. O Caminho para El Dorado - Na trilha que deixamos
9. Pocahontas  - Cores do vento
10. Toy Story - Amigo estou aqui
E por fim, duas faixas  bônus de um desenho que nós duas adoramos e com canções que não enjoamos de cantar (com as quais irritamos os amigos). ♥
Sandy e Helen Quintans
@prontousei
Copyright © 2017 Pronto, usei!