O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini, foi um dos primeiros livros que li em minha adolescência que não se tratava de nenhuma aventura adolescente ou que não fosse uma saga fantástica. Acho que exatamente por isso que eu acabei me entregando muito pra história e quando terminei estava arrasada. É um livro de primeira vez, também foi um dos poucos livros que li e chorei de soluçar. Tudo aquilo era demais pra mim. Lembro que de tanto eu comentar com meus amigos na época, eles acabaram me dando o filme de presente. E assim é que começa o Cinematura de hoje.
Aposto que grande parte das pessoas já leram ou assistiram ao filme, mas ainda assim vale a pena comentar. A história se passa no Afeganistão e começa em um período em que o Talibã não dominava o país. É justamente no início dos conflitos com o grupo político no país que o livro trata. Portanto, o livro nos dá uma ideia bem clara do que foi o Afeganistão antes dos conflitos e do que ele é hoje.
O bonito da história é que essas coisas são passadas pela visão de Amir, um garoto rico e que tem acesso a coisas que seu amigo Hassan, filho do criado de sua casa, nunca poderia ter. Isso acontece porque Hassan é um hazara, um povo que sofre descriminação étnica no país, o que pode ser comparado com os dalits na índia.
Apesar de Amir ser covarde e não assumir a amizade dos dois, justamente por ser tratar de hazara, eles têm uma infância muito boa juntos e sempre participam dos campeonatos de pipas, como todos os meninos afegãos. Acontece que no meio disso tudo, acontece algo que muda pra sempre a vida dos meninos (que eu não vou contar, porque quem conhece as obras sabe do que estou falando) e acaba separando a vida deles, colocando-os pra seguir caminhos opostos. É aí que as grandes emoções começam a acontecer.
Khaled Hosseini é um escritor fantástico, que consegue criar uma atmosfera que te empurra pra dentro da história. Ele realmente sabe usar as palavras a favor de uma obra. Enquanto o filme não me trouxe muitas emoções, e desta vez vou ter que confessar que não gostei muito, apesar de adorar os filmes do diretor Marc Foster. O que mais me incomodou no filme foi o fato de que Hassan não ter lábios leporinos. Aquilo me incomodou além da conta, justamente por ter importância na história do livro. Sério, não consegui conviver com esse detalhe.
Muitos anos depois, O Caçador de Pipas ainda é um dos livros mais bonitos que já li. Dá até pra dizer que continua fazendo parte das minhas obras preferidas, desde a minha adolescência, apesar de se tratar de best-seller.
Sandy Quintans
@sandyquintans
Sandy, eu li o livro já faz um tempo, bem antes de ter o blog, e me lembro de ficar muito emocionada durante vários dias. A estória é muito profunda, mexe com a gente, e, talvez por isso, eu ainda não tenha assistido ao filme: eu quero manter em mente as imagens que teci enquanto lia, não quero ver concretizadas na visão de outras pessoas aquelas sensações que tive durante a leitura. Confuso? Até pra mim ficou um pouco, rsrs, mas resumindo, acho melhor não reviver tudo aquilo com o filme.
ResponderExcluirBjos!