segunda-feira, 11 de maio de 2015

Cinematura - Alta fidelidade

Eu sei que deve ter alguém se perguntando o que afinal aconteceu como Cinematura, mas já aviso que com ele está tudo bem e que não abandonei a minha coluna favorita aqui no blog. Apenas decidi fazê-la de forma mais esporádica, pra ter mais tempo pra ler novos livros, ver mais filmes e ter mais ideias. Não se esqueça de que você vai poder ver as edições antigas sempre que estiver com saudade. Já pra hoje eu resolvi trazer um grande clássico da cultura pop, o livro de Nick Hornby, Alta Fidelidade.
Acho que já cheguei a comentar que tenho um pouco de dificuldade de me apegar aos protagonistas masculinos, porque geralmente são personagens mais rasos. Claro que há exceções, como em As Vantagens de Ser Invisível e Extremamente Alto & Incrivelmente  Perto, mas ambos os personagens possuíam uma carga emocional muito grande. E apesar de Alta Fidelidade ser o paraíso da cultura pop, também senti dificuldade de gostar do Rob. Achava que na maior parte das vezes ele era muito babaca, mas esse talvez seja um triunfo de Nick Hornby.

Rob é dono de uma loja de discos em uma parte pouco frequentada de Londres, que acha que não tem muita sorte no amor. Por isso, ele relembra das ex-namoradas e gosta de falar de todas as vezes que seu coração foi partido. Até que para pra analisar sua vida amorosa, após o término com sua última namorada de quem ele gosta muito. Só que conforme ele vai observando o passado, começa a perceber que na verdade ele não era tão vitima assim quanto achou da primeira vez.  
No filme eu não tive dificuldades pra gostar de Rob, porque John Cusack é o cara com quem namoraria se estivesse nos anos 80. E gostei de perceber que a adaptação pro cinema é bastante fiel ao original, mesmo que seja ambientada na Inglaterra. O formato do livro também ajudou muito pro cinema, de ter ele contando e conversando com quem está acompanhando a história, assim como no original.
Apesar de achar que Rob era babaca por uma parcela do tempo, depois comecei a perceber que justamente por ele ter esta adoração pela cultura pop, ele se torna uma vítima dela. A verdade é que ele passa grande parte da vida esperando que aquela garota que ouviu em alguma música e que aquele momento de revelação de sua vida profissional acontecesse. Mas nunca acontece, porque é a vida real, sabe. E acho que essa é a grande lição da obra, de discutir a ilusão da cultura pop, de que a gente não cansa de se iludir. Afinal de contas, não somos todos vítimas do sonho da vida perfeita?
E já que estamos falando de uma obra incrivelmente musical, sugiro apertar o play também:

Sandy Quintans
@sandyquintans

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