terça-feira, 17 de março de 2015

Cinematura - A Culpa é das Estrelas

Eu fiquei muito tempo pensando se eu queria falar sobre 'A Culpa é Das Estrelas', pois a impressão que eu tinha era que todas as pessoas já tinham lido e assistido a história. Na verdade, eu ainda penso isso. Mas esses dias eu peguei o DVD aqui em casa pra rever o filme e me deu uma vontade de comentar essa minha experiência. Tô com a ideia de que cada um enxerga a obra de um jeito e, claro, eu também tenho a minha visão da coisa.

Já comentei em outro Cinematura que eu tenho o pé atrás com coisas que todo mundo tá falando, que é uma grande sensação. Não é porque eu seja fresca, ou metida a hipster (ok, talvez eu seja), mas é que crio expectativa sobre a coisa. Pode ser que eu não ligue mais, mas eu lembro de ter adorado ler a Saga Crepúsculo, mesmo com várias ressalvas. Também me apaixonei por Dan Brown, e continuo amando incondicionalmente a saga de Harry Potter, todas obras que cresceram no meio do falatório. 

O exemplar veio emprestado de grandes amigos meus, a Virgínia e o João (considero que seja uma cópia dos dois), que vinham me dizendo que eu ia amar aquele livro. Isso era um pouquinho antes do grande estouro, quando começava a se tornar conhecido. Depois de algumas semanas eu devorei a história de Hazel e Gus em duas sentadas (que teria sido de uma só vez se eu não tivesse  compromissos do tipo trabalho e faculdade, pode ter certeza). Quando terminei John Green tinha ganhado uma nova fã, sem dúvida.

Eu já tinha lido e assistido histórias sobre adolescentes com câncer e grandes amores. Sério, pra mim era só mais uma história de doença, clichê como todas as outras. A questão é que conforme eu fui acompanhando a jornada de Hazel, eu gostava dela, cada hora mais. Eu gostava de como ela encarava a questão da morte, sem se martirizar e sem aquele cenário de jovem forte que vence o câncer, mas sim alguém realista diante do problema. É verdade também que olhar um problema como o dela desta forma, é um pouco pesado demais. Como não sofrer junto quando ela nos conta as preocupações com seus  pais?

E daí aparece o Gus, Augustus Waters na verdade, que é otimista além da conta, mas que mostra pra Hazel que as coisas não precisam ser tão difíceis assim. Que é tudo bem acreditar, tudo bem correr atrás do que se sonha e que vale a pena ser feliz, mesmo que o resto da vida não seja assim tão longo. E depois tem aquela reviravolta, vocês sabem qual é. Essa mudança de cenário me fez amar o livro de John Green, por ser algo inesperado, e aceita-lo como um nerd genial que sabe o que escreve. 

Sem dúvida, eu tive uma experiência estranha no cinema, com todos aqueles adolescentes chorando e suspirando, é esquisito quando você já é adulto. É também a John Green que atribuo o sucesso do filme, que participou diretamente de todo o projeto. É completamente fiel ao livro, que sim, deixa algumas coisas de fora, mas todas as grandes cenas estão lá. A escolha do elenco, que muita gente duvidou quando foi anunciada, também foi outro acerto em cheio. A Hazel de Shailene Woodley é exatamente como nós a imaginamos (ou como a grande parte das pessoas imaginam) e o Gus de Ansel Elgort tem o charme na medida certa. 

A Culpa é das Estrelas é aquela história que é clichê até certo ponto, mas que tem seu espaço pra surpreender e pra reviravoltas (aliás, é uma história que imprescindível que tenha sido sem spoilers). Que tem uma pitada de inspiração e que tem aquela trama pra gente se perder, devorar. Sem contar, que trouxe John Green pra minha vida. 

Sandy Quintans
@sandyquintans

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