terça-feira, 24 de março de 2015

Cinematura - Garota Exemplar

Em outubro do ano passado eu estava já muito cansada por causa do meu TCC (que valeu o esforço, inclusive), estávamos em plena época de eleições e discussões políticas, então estava com pouca paciência pra ver filmes. O que é uma coisa rara, diga-se de passagem. Mas eis que surge um tweet no meu feed que dizia algo como “alguém viu o novo do David Fincher?” e lembro de ter pensado que aquilo era estranho, já que tudo que aparecia ali eram coisas relacionadas a um debate.  
Eu adoro o David Fincher, é inevitável, mas o título “Garota Exemplar” não representava absolutamente nada pra mim. Cheguei ao cinema meio cética, meio sem saber o que esperar e sai de lá completamente envolvida com a história do desaparecimento de Amy. É daqueles filmes que te faz prender a respiração, traçar mil possibilidades, tecer todos aqueles fios.Então desde que assisti,  sempre quis fazer um Cinematura pra falar de “Garota Exemplar”, ainda mais depois de ler o livro. E mesmo agora que estou de fato escrevendo, não sei como fazê-lo sem spoiler.
Amy é uma nova iorquina, rica, bem sucedida que é a inspiração de uma série de livros muito famosa nos Estados Unidos chamada Amy Exemplar (tá aí a explicação pro tradução de "Gone Girl"). Um belo dia, Amy conhece Nick Dunne, mais tarde se torna seu marido e os dois acabam se mudando para o Missouri, depois de uma vida nova iorquina maravilhosa. E então, no quinto aniversário de casamento deles, Amy simplesmente desaparece, não sabemos se foi sequestrada, assassinada ou qualquer coisa tipo. E não vou contar mais que isso, porque acredito que é muito importante que as coisas sejam descobertas no desenrolar da história, já que foi isso que tornou a experiência muito interessante pra mim. 
O que mais gosto em ler livros que deram origens a filmes (que normalmente já assisti antes de ler) é como a mesma história pode ser coisas completamente diferentes. Os filmes geralmente deixam passar muitos detalhes, enquanto no livro temos a possibilidade de ter um Raio-X daquela situação. E este é o caso da obra de Gillian Flynn (algo parecido com o que acontece em ‘Precisamos Falar Sobre Kevin’). Enquanto no filme temos um suspense bastante fiel a obra original e bem conduzido, na obra literária temos algo a mais, um mistério que tem como objetivo dissecar um casamento, levar uma lupa e ampliar relações humanas. 
Depois que terminei o livro, eu fiquei pensando no quanto teria amado ter toda aquela experiência, sem saber os fatos que envolviam a história. Qual teria sido o tamanho da minha curiosidade? Impossível dizer. Mas pra finalizar, gostaria de dizer que eu teria indicado "Garota Exemplar" para o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. 

Sandy Quintans
@sandyquintans

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