quinta-feira, 20 de junho de 2013

Joana leu: O teorema Katherine, de John Green

O teorema Katherine
John Green
editora Intrínseca
304 páginas
"Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o rabecão Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam. Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem enter Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera."

Então vamos falar sobre mais um ótimo livro escrito pelo maluco  John Green. Para quem perdeu, semana passada resenhei aqui o fofo "A culpa é das estrelas".

Colin é um menino super inteligente, porém, carente na mesma medida. Por ser sempre considerado acima da média, ele se cobra muito e acha que deve fazer alguma coisa muito importante que faça dele uma pessoa marcante na história mundial, assim, sua vida faria sentido.

Ele é um nerd típico, no início me lembrou um pouco Sheldon Cooper, do seriado "The big bang theory", mas aos poucos essa impressão foi se desfazendo, já que Colin é mais carismático que Sheldon, e bem menos irritante. Acho até que ele é bem mais humano que Dr. Cooper.

Depois de ter 19 namoradas chamadas Katherine, ele acredita que seu momento 'eureka' será criar um teorema que permita saber o final de um relacionamento mesmo antes de começar. Colin acha que isso, não só explicaria por quê foi dispensado pelas ex-namoradas, mas também iria prever o resultados de um futuro namoro.

Seguindo a sugestão de seu único e inseparável amigo, Hassan, ele sai numa viagem sem rumo, a fim de esquecer a decepção da última Katherine e tentar se recuperar de mais um fora. Enquanto Colin vai anagramatizando tudo o que pode (ele é viciado em fazer anagramas) e usando seus infindáveis conhecimentos para explicar a Hassan as coisas menos interessantes que se possa imaginar, eles encontram uma placa que indica o túmulo de um famoso arquiduque, e decidem visitá-lo. A partir dai, tudo começa a mudar.

Eles chegam a uma cidadezinha chamada Guntshot e conhecem Lindsey, uma jovem muito bonita, que toma conta da mercearia e faz as visitas guiadas ao túmulo do arquiduque. Imediatamente, os três ficam amigos e a mãe de Lindsey, dona da única fábrica da cidade e responsável pela sobrevivência da maioria dos moradores do lugar, contrato os dois garotos para visitar os mais antigos trabalhadores da fábrica e entrevistá-los, a fim de registrar a história da cidade para as futuras gerações.

Durante o tempo em que são obrigados a conviver para fazer essa pesquisa, eles vão conhecendo uns aos outros e se conhecendo pessoalmente; Hassan, que nunca tinha namorado ninguém, acaba se envolvendo com uma amiga de Lindsey e, mostrando que realmente é muito amigo de Colin, acaba lhe dizendo umas verdades quanto ao seu modo de agir e de pensar apenas em seus problemas; Lindsey percebe que, apesar de sua vontade de passar a vida toda ali na pequena cidade onde nasceu, ela não faz nada pelo lugar nem pelas pessoas, se dedicando apenas a satisfazer seus próprios desejos, como por exemplo, namorar o menino mais desejado do colégio, astro do time de futebol americano e que, mais tarde, se mostra um grande idiota. Já o prodígio Colin descobre que, na sua ânsia de ser aceito pelas pessoas, principalmente pelas namoradas, ele acabou bloqueando algumas lembranças que o fariam mudar totalmente de opinião sobre seus antigos relacionamentos. Além disso, após a briga que teve com Hassan, Colin passa a respeitar os sentimentos daqueles que estão à sua volta, e deixa de se importar somente com seus problemas.

Colin tenta de todas as formas terminar o teorema, mas a certa altura ele descobre que tinha deixado passar um pequeno detalhe que era crucial para construir os gráficos de seus relacionamentos passados. Com a ajuda de Lindsey e Hassan, ele vai aos poucos percebendo que existe vida além de seus namoros e que ele não precisa ser super inteligente durante 100% do tempo; ele pode se divertir e cometer alguns erros como qualquer menino da sua idade.

Em certo ponto da estória, fica claro para onde caminha a amizade de Colin e Lindsey, mas John Green deixa a coisa tão romântica, de um jeito tão singelo, que, mesmo você desconfiando do que vai acontecer, você não se importa e quer continuar lendo para saber como eles chegarão até lá.

Os personagens criados por John Green aqui são muito 'gracinhas', e durante toda a narrativa dá para perceber o estilo do autor bem presente: a narrativa rápida, cheia de pormenores, curiosidades muito bem explicadas e a criação de algumas expressões únicas, como o 'fugging' que os personagens usam a todo momento, deixam claro quem foi o responsável por juntar essas peças e construir uma bela estória, com romance, aventura, um pouco de drama e até alguns momentos engraçados.

Leitura super recomendada, divertida, prazerosa, e que ainda ensina! É verdade, o livro é cheio de cálculos e fórmulas (que para mim são grego, rs), e informações interessantes sobre assuntos que Jô Soares classificaria como aleatórios.

Joana Masen
@joana_masen

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