A culpa é das estrelas
John Green
editora Intrínseca
288 páginas
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"Dois acolescentes se conhecem e se apaixonam em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu parte da perna para o esteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas. Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, esse livro é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar."
Hazel Grace tem apenas 16 anos e é impedida de levar uma vida normal de adolescente por causa do câncer no pulmão, que não deixa que ela faça muita coisa sem sentir falta de ar e cansaço, então, ela pouco vai à faculdade ou sai com os amigos. Sua mãe praticamente a obriga a frequentar o grupo de apoio, para que lá ela possa socializar com outras pessoas que passam pelo mesmo drama que Hazel e troquem experiências, além impedir que a garota entre em depressão. É numa dessas reuniões que ela conhece Augustus, lindo de morrer, e que teve a perna amputada do joelho para baixo em decorrência de um câncer chamado osteosarcoma. Isso o impede de jogar basquete normalmente como ele fazia antes, já que, agora, ele usa uma prótese na perna. Logo de cara os dois já se dão bem, e Gus convida Hazel para assistir em sua casa o filme "V de vingança", pois acha que ela é muito parecida com a atriz Natalie Portman, e ela discorda. Depois de verem o filme, Hazel vê alguns livros de Gus e eles acabam compartilhando seu gosto pela literatura. É ai que ela fala sobre seu livro preferido, "Uma aflição imperial", que ela já releu centenas de vezes, apesar de não se conformar pela estória não ter um final. Ela empresta o livro a Gus, que também fica tentando achar uma explicação para o desfecho que não explica nada. A partir dai, eles passam a buscar um nexo para aquele livro sem final, e assim sua amizade se fortalece.
Depois de muitos questionamentos, eles conseguem um contato com a secretária do autor do livro, e com a ajuda de algumas pessoas, viajam até a Holanda, onde ele mora atualmente, para tentar conversar diretamente com ele e esclarecer suas dúvidas cruciais. Sim, cruciais, já que Hazel usa sua interpretação do livro como apoio nos momentos mais difícies da sua doença. Gus, apaixonado por ela, também quer a qualquer custo descobrir por que o autor deixou o livro inacabado. O encontro entre eles é frustrante, pois o escritor não revela nada e ainda os trata extremamente mal, tentendo convencê-los de que a vida não faz sentido e que eles não devem mais se iludir sobre a existência de um significado oculto naquele 'não final'.
Apesar disso, a viagem deles é mágica, mesmo Hazel tentando manter a relação dos dois apenas como amizade, já que ela sabe que vai morrer a qualquer momento e não quer fazê-lo sofrer. Mas, não há como resistir ao charme de Gus, e ela cede. O amor dos dois floresce plenamente na Holanda, em meio à primavera e aos confetes que caem das árvores, como a coroar a entrega dos dois. è muito romântico!
Em paralelo com esse romance adolescente, o autor mostra um lado mais real de Hazel, que, apesar da pouca idade, tem uma visão muito adulta do mundo e plena consciência de que sua vida é limitada por causa da doença. Por isso, em alguns momentos ela se rebela, grita com os pais, trata tudo com uma frieza impressionante, mostrando que, mesmo parecendo adulta, ela não tem a maturidade suficiente para encarar a dura realidade em que vive e que acaba se extendendo a sua família. Do outro lado está Gus, que sempre tenta ver o lado bom da vida, não se tornando escravo da doença nem do tratamento, desafiando seus limites e usando metáforas para deixar situações mais leves ou mais irônicas.
Não posso deixar de comentar sobre o melhor amigo de Gus, Isaac, um garoto que ama vídeo game e que perdeu um olho pro câncer. Ele é muito apaixonado pela namorada, mas, após descobrir que está prester a ficar sem o outro olho, pois a doença se alastrou, a menina simplesmente some, deixando o pobre Isaac numa tristeza sem fim, cumulada com a depressão por estar prestes a ficar cego.
A contracapa do livro traz uma citação do "The New York Times" sobre a estória que diz: 'Um misto de melancolia, doçura, filosofia e diversão. Green nos mostra um amor verdadeiro... muito mais romântico que qualquer pôr do sol à beira da praia'. E é isso mesmo: o livro é sobre amor, um amor incondicional, não apenas amor entre homem e mulher, mas amor entre pessoas. O amor entre Augustus e Hazel é romântico, lindo e fofo, daqueles que todo mundo deveria ter pela menos uma vez na vida. Dá vontade de juntar os dois para que eles fiquem assim para sempre. Além do câncer e das dores e das dificuldades que tudo isso acarreta em seu dia a dia, eles conseguem viver o sentimento que têm um pelo outro, do jeito que sabem e até onde podem, mas sem deixar de se divertir.
Depois de ler esse livro, passamos a refletir sobre várias coisas em nossas vidas, principalmente aquelas bem pequenas, que parecem não ter importância. E por causa dele, alguns gestos e algumas frases passa a ter um sentido diferente, como por exemplo o "OK" que eles usam sempre. Não posso dizer mais nada sobre isso, mas quem ler o livro vai entender do que estou falando.
A estória é muito fofa, e não dá pra parar de ler. O enredo é carregado de sentimento, do início ao fim, e me levou às lágrimas em alguns momentos. É impossível não se comover com a história de Gus e Hazel, tão bem escrita por John Green. Se ele queria emocionar os leitores, conseguiu. Espero que ele também tenha conseguido passar aos leitores a mensagem maior dessa estória: que o amor está acima de todas as coisas.
Joana Masen
@joana_masen
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