quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Joana leu: Machu Picchu, de Tony Bellotto

Joana leu: Machu Picchu, de Tony Bellotto
"Machu Picchu"
Tony Bellotto
editora Cia das Letras
120 páginas
"O Rio de Janeiro vive o maior congestionamento de sua história. Em meio às filas intermináveis de carros, Zé Roberto e Chica, cada qual num canto da cidade, tentam voltar para casa, onde vão comemorar seus dezoito anos de casamento. É a oportunidade perfeita para ambos repassarem os últimos meses de suas vidas. Para Zé Roberto, isso significa pensar em W19, a garota que conheceu no Facebook e com quem vem praticando sexo virtual há algum tempo. Sem nunca tê-la encontrado pessoalmente, ele nutre uma saudável obsessão pela menina, com quem agora quer se encontrar. Chica não é muito afeita às redes sociais, de modo que seu caso com Helinho, colega de trabalho, se dá entre lençóis e não por uma câmera de computador. Mas ela está confortável: em casa, o marido que ama, a família e a vida que escolheu; no escritório, o amante divertido e bom de cama, que pode ou não estar apaixonado por ela. Junte a isso um filho maconheiro, uma ex-mulher psicótica, uma filha ausente e meio perdida e uma afilhada misteriosa. Essas são as peças de que Tony Bellotto precisa para armar uma comédia de costumes incomum e perfeita para os nossos tempos. Seguindo a trilha de seus últimos romances, Bellotto cria um divertido painel da nova família brasileira, desconjuntada e esquizofrênica como costumam ser as melhores famílias. Com seu tabuleiro montado, o autor transforma o jantar de aniversário de casamento num acerto de contas cômico e frenético, um grande teatro do absurdo, tão surpreendente quanto próximo de todos nós."

O romance entre Zé Roberto e Chica começou de forma inesperada e foi perfeito. O casamento também era bom: tinham um filho e acabaram ficando também com a primeira filha de Zé Roberto, uma gravidez acidental de sua ex-namorada modelo totalmente maluca. Essa mesma mulher, anos mais tarde, teve outra filha com um homem misterioso, que vivia no mar, que também foi morar com a família.

Chica é bióloga, tem um ótimo emprego e uma família feliz. Até que encontra Helinho, colega de trabalho, com quem se envolve e acaba tendo um caso. Ela às vezes se sente mal com isso, mas não pensa em terminar o casamento de tanto tempo para assumir seu amante. A situação está boa assim: ela e o marido têm um bom relacionamento, a vida sexual não é ruim, e ela ainda realiza suas fantasias com Helinho, por quem pensa estar apaixonada. Chica acredita que essa paixão melhora se estado de espírito.
Já Zé Roberto é aquele cara que curtia bastante a vida de solteiro e sonhava em ser fotógrafo, mas se casou e acabou abrindo mão do sonho para se tornar advogado, como queria seu pai. Essa decisão nem sempre lhe causava arrependimentos, e ele também estava feliz com o casamento e a família meio torta que construiu com a esposa. Então, num dia como outro qualquer ele recebe um email de W19, uma jovem linda e que parece se interessar por ele, além de, coincidentemente, possuir os mesmos gostos musicais que Zé. A partir daí, ele, que nunca foi muito afeito a tecnologias, cria uma conta no Skype para conversar com a menina, e começam a praticar sexo virtual: ela se exibe em frente a câmera enquanto ele se masturba escondido em seu escritório.

No dia em que o casal completaria 18 anos de casados, cada um volta para casa em seu próprio carro, a fim de chegar a tempo para o jantar de comemoração, mas pegam o pior congestionamento da história da cidade do Rio e ficam parados no meio do caminho. Essa é hora perfeita para começarem a rever seu casamento e repensar se o que estão fazendo é certo ou errado.
Ambos os personagens passam por seus  momentos de reflexão, tentando entender o por quê de seus atos, e procurando uma forma de justificar suas traições, sem que tenham que abandoná-las e sem que elas interfiram no bom andamento do casamento. Essas são as melhores partes do livro, em que o autor consegue criar um retrato das famílias atuais e fazer algumas críticas ao modelo social em que vivemos, onde, na maioria das vezes, cada um pensa apenas em si mesmo e em sua satisfação pessoal, mas tenta manter a imagem de que tem uma família perfeita, uma vida impecável e que nunca comete erros.
Para engrossar ainda mais o caldo da estória, temos os filhos, cada qual com sua peculiaridade: Claudinha, a mais velha, filha de Zé Roberto com a ex-modelo, está namorando um pagodeiro e anda meio distante da família; Rodrigo, único filho do casal, fuma maconha e acredita que ninguém sabe, até que seu pai o flagra no ato, mas, ao invés de brigar com o menino, se junta à ele e começam a fumar juntos; e a estranha Anita, filha da super modelo, que diz ter uma conexão quase espiritual com o pai misterioso, e vive entrando em contato com ele mentalmente, descrevendo com detalhes os lugares por onde ele está velejando.

O clímax da narrativa se dá quando o casal consegue chegar em casa para o esperado jantar de aniversário, e nada dá certo: a visita inesperada da mãe de Anita acaba com os planos dos protagonistas, e ela diz estar ajudando Zé Roberto e Chica a colocarem tudo em pratos limpos para reestruturar o casamento, apelando para métodos pouco ortodoxos.

Entre drama e comédia, o autor consegue encaixar todas as peças, levando os personagens a encarar seus medos, seus defeitos e a tentar encontrar soluções para seus problemas, ainda que tenham que pagar um alto preço por isso. O final é divertido e só na última página o leitor descobre o que a cidade de Machu Picchu tem a ver com o enredo do livro (além de estar estampada na capa).

Mais um ótimo romance escrito por Tony Belloto, com linguagem simples, leitura rápida e parágrafos que intercalam os pensamentos dos personagens, dando ritmo a estória e prendendo a atenção do leitor, que mais uma vez não consegue para antes de chegar ao final. O livro é curtinho e sua mensagem é direta: estamos nos sentindo sozinhos em meio a uma multidão e precisamos voltar a viver em sociedade.

Joana Masen
@joana_masen

Playlist do P! - Anos 90

Playlist do P! - Anos 90
Ah! Anos 90. Aquela época da vida que nós achávamos que éramos o auge da modernidade. Que todo mundo se achava livre e que o mundo começou a ficar todo conectado. Que a gente curtia a fossa procurando as músicas nas rádios e ainda gravava  fitas que saiam com a voz do locutor no meio da música e ó: achávamos que estávamos abafando. Aquela década que tudo bem usar faixinhas de cabelo ridículas nos shows com o nome dos artistas. Aquela década que quem tinha walkman era rico.  Saudades anos 90. 

  1. No Doubt - Don't Speak
  2. Radiohead - High & Dry
  3. The Cranberries - Linger
  4. U2 - One
  5. Alejandro Sanz - Corazón Partío
  6. 4 Non Blondes - What's Up
  7. Extreme - More Than Words
  8. Bryan Adams - (Everything I Do) I Do It For You
  9. Michael Jackson - Black or White
  10. Spice Girls - Wannabe
E pra finalizar, vem dar play que ainda tem um bônus track ♥


Sandy e Helen Quintans
@prontousei

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Joana leu: A mulher só, de Harold Robbins

Joana leu: A mulher só, de Harold Robbins
"A mulher só"
Harold Robbins
editora Círculo do Livro
459 páginas
"JeriLee Randall tem o grande sonho de vir a ser uma escritora famosa. Está, no entanto, convencida que para consegui-lo terá de deixar o marido e a sua família. decidida a lutar para alcançar os seus objetivos, dá início a uma vida dividida entre o jet-set de Hollywood e New York. Porém, nesta sua nova vida, o sexo, as bebidas e as drogas estão sempre presentes e fazem-na sentir-se cada vez mais sozinha. Com o tempo, acaba pro perceber  que a fama pode facilmente esfumar-se e os amigos podem desaparecer precisamente quando ela mais precisa."

Li esse livro quando eu tinha uns 11 ou 12 anos, não sei dizer como ele chegou até mim, mas me apaixonei pela estória, apesar da pouca idade. Depois disso, reli várias vezes, até que um dia ele sumiu da minha vida, da mesma forma como apareceu, mas eu nunca me esqueci dos detalhes da narrativa. Então, no ano passado resolvi procurá-lo e comprei um exemplar bem surrado e amarelado, exatamente como era o meu, inclusive com a mesma capa. O legal dessa releitura foi analisar a estória com um olhar mais experiente e perceber que, apesar de ter se passado tanto tempo, ela ainda me era familiar, pois, inconscientemente, eu sempre me lembrei de frases, personagens e situações do livro.

A protagonista é JeriLee Randall, que desde garotinha sonhava em ser escritora. Ela perdeu o pai muito cedo, e a mãe se casou com um banqueiro, que passou a ser a figura paterna para JeriLee e seu irmão. Ela tinha uma relação ótima com padrasto, ao contrário da mãe, com quem não conseguia manter um diálogo aberto. Essa falta de entendimento com a mãe lhe trazia grandes frustrações, principalmente na adolescência, quando ela não se sentia à vontade para compartilhar seus sentimentos, desejos e dúvidas com a mulher que deveria estar ao seu lado nesses momentos.

Ainda adolescente, JeriLee conhece um homem que se interessa por uma estória escrita por ela. Ele também é escritor e lhe dá alguns conselhos sobre a profissão. Então os dois ficam muito amigos e ela passa a se encontrar com ele regularmente para debaterem literatura.

Enquanto isso, ela vai descobrindo a sexualidade e o poder que tem sobre alguns garotos da cidade. Ela é extremamente sensual, mas, por mais que queira, não consegue se acertar com nenhum dos meninos, e, algumas vezes, acaba se envolvendo em confusões por causa disso, já que eles se aproveitam da confiança que ela deposita neles para tentar transar com ela.

JeriLee trabalha no clube da cidade durante as férias escolares e, numa noite tranquila, um dos garotos que estavam sempre por lá, se oferece para levá-la para casa. Ela aceita a carona mas acaba sendo levada para a casa dele, onde estão mais alguns meninos e meninas, já bêbados, fazendo uma festinha na piscina. Os meninos querem sexo, mas ela se recusa a fazer o que eles querem, e, por isso, acaba sendo violentada: eles batem nela, a queimam com um cigarro, rasgam suas roupas e tentam estuprá-la. A coisa só não fica pior por que um amigo de JeriLee que a viu saindo do clube com o rapaz, chega e a salva.

A partir daí, a vida dela e da família fica muito difícil pois, morando numa cidade muito pequena e cheia de pudores, ela fica mal falada e os familiares são apontados nas ruas. Ela vai ficando cada vez mais deprimida, afastada de tudo e com vergonha de encarar as pessoas, se culpando pelo que tinha acontecido. Então, como que para se salvar e fugir de tudo isso, ela se casa com o amigo escritor, que é bem mais velho que ela, e se muda para New York, acreditando que isso também será o primeiro passo para sua carreira de escritora deslanchar.

Sua vida fica realmente muito conturbada na nova cidade: ela continua escrevendo, e apenas uma de suas peças fez sucesso, mas só por ela ser esposa de um escritor famoso. JeriLee também tentou trabalhar como atriz, mas não conseguiu muito êxito. Quando ela se separa do marido, tudo começa a desmoronar.

JeriLee tenta sobreviver sem a ajuda financeira do ex-marido, mas não vende nenhuma estória e não consegue mais trabalho como atriz. Vai se envolvendo cada vez mais com os homens errados, que só a fazem sofrer, e nunca se sente realmente feliz. Ela começa a abusar de bebida e de remédios, além de, em alguns momentos, o autor fazer uma leve insinuação sobre o uso de drogas.

Os homens com quem ela se relaciona nunca a compreendem, então ela acaba se envolvendo com uma mulher; elas ficam juntas por algum tempo e JeriLee pensa que vai melhorar sua situação, já que a namorada é pessoa influente no meio artístico, mas a relação acaba se desgastando e elas também se separam.

Tudo vai dando errado e, num certo momento do livro, ela muda de nome e passa a ser Jane Randolph, uma dançarina erótica que trabalha nas piores boates de New York para tentar se manter. Os vícios, a essa altura, estão cada vez piores, e ela chega ao fundo do poço, perdendo a casa, o emprego e a dignidade. Esse alter-ego criado por ela acaba dominando sua vida e ela já nem se lembra de quem era e de como agia quando ainda era JeriLee.

JeriLee sempre buscou a felicidade a qualquer preço; queria ser uma escritora reconhecida e uma mulher amada e satisfeita, mas nunca conseguiu alcançar seus objetivos, vivendo durante muito tempo numa tristeza profunda e totalmente sozinha. Mesmo quando ela tinha alguém, ela se sentia só, desamparada e perdida, e nunca foi plenamente feliz. Até que, no pior momento de sua vida, um homem misterioso a ajudou e a tirou das ruas. Depois disso... bem, depois disso não posso revelar o que acontece, ou estaria estaria contando o final da estória.

O livro é bom, tem forte apelo sexual - se considerarmos a época em que foi escrito - e mostra um pouco como as mulheres foram, durante muito tempo, desvalorizadas profissionalmente e vistas apenas como esposas, mães ou prostitutas. 

O autor Harold Robbins tem muitos best-sellers nos Estados Unidos, e, nesse livro, fez uma crítica forte à sociedade da época, que levava mais em conta a aparência e a fama do que as qualidades de cada pessoa, principalmente, das mulheres. O romance pode ser perturbador em alguns momentos, mas é bem realista, e muito bem escrito. Para quem gosta desse tipo de literatura, recomendo. Para quem não gosta ou ainda não leu nada desse gênero, aconselho que comece a ler a série "Júlia", aquela que é vendida em bancas de jornal, para ir se acostumando com o estilo romance/tragédia.

Joana Masen
@joana_masen

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Playlist do P! - Feriado, Preguiça e Estrada

Playlist do P! - Feriado, Preguiça e Estrada
Depois de meses sem aproveitar feriados prolongados, já que a maioria caiu nos finais de semana, finalmente estamos apreciando uma folga prolongada. Ainda que hoje (dia da Consciência Negra) não seja feriado em todo o Brasil, está valendo a playlist pra todo mundo. Pra você que está trabalhando, pra você que está na estrada, pra você que, assim como nós, quer uma quarta-feira mais feliz. Vem dar play e se jogar nessa: 



  1. Vampire Weekend - Holiday
  2. Bruno Mars - The Lazy Song
  3. Ryan Adams - New York, New York
  4. Jason Mraz - I'm Yours 
  5. Corinne Bailey Rae - Put Your Records On 
  6.  Mallu Magalhães - Tchubaruba  
  7. Little Joy - Brand New Start 
  8. Jack Johnson - I Got You 
  9. The Head and the Heart - Sounds Like Hallelujah
  10. Tiê - Pra Alegrar Meu Dia 
Sandy e Helen Quintans
@prontousei

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O Casamento Indiano por Vogue

O Casamento Indiano por Vogue
Mais um dia de nossas vidas que a Vogue nos enche de amor. Dessa vez, foi a Vogue Índia que ganhou nossos corações. Na edição de novembro eles publicaram um editorial inspirado nos casamentos indianos e o resultado é esse aí: luxo, gente bonita e tradição.  O editorial Rites of Passage foi fotografado por Signe Vilstrup e produzido por Priyanka Kapadia e Lorna McGee. 



E aqui, o making of: 


Sandy Quintans
@sandyquintans

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Joana leu: Easy, de Tammara Webber

Joana leu: Easy, de Tammara Webber
"Easy"
Tammara Webber
editora Verus
308 páginas
"Quando Jacqueline segue o namorado de longa data para a faculdade que ele escolheu, a última coisa que ela espera é levar um fora no segundo ano. Depois de duas semanas em estado de choque, ela acorda para sua nova realidade: ela está solteira, frequentando uma universidade que nunca quis, ignorada por seu antigo círculo de amigos e, pela primeira vez na vida, quase repetindo em uma matéria. Ao sair de uma festa sozinha, Jacqueline é atacada por um colega de seu ex. Salva por um cara lindo e misterioso que parece estar no lugar certo na hora certa, ela só quer esquecer aquela noite - mas Lucas, o cara que a ajudou, agora parece estar em todos os lugares. A atração entre eles é intensa. No entanto, os segredos que Lucas esconde ameaçam separá-los. Mas eles vão ter de descobrir que somente juntos podem lutar contra a dor e a culpa, enfrentar a verdade - e encontrar o poder inesperado do amor."

A estória criada aqui por Tammara Webber é muito sublime, apesar de ter como tema base um assunto muito delicado, a violência sexual contra a mulher. O cenário é uma universidade americana e os personagens principais são jovens que ainda estão formando sua própria identidade: Jacqueline só está ali por causa de Kennedy, seu namorado, que acaba a abandonando um ano depois, e Lucas, lindo e misterioso. Sozinha e quase sem amigos, ela vai a uma festa de fraternidade e sua amiga está acompanhada, então Jacqueline resolve voltar para seu dormitório. Já no estacionamento, ela é abordada  por Buck, um colega de Kennedy, que a ataca, jogando-a com violência dentro do carro para estuprá-la. Nesse momento surge um rapaz que tira o agressor de cima de Jacqueline e lhe dá uma surra. Após tentar acalmar um pouco a garota, ele a acompanha até seu dormitório.

A partir daí, Jacqueline vai ficando cada vez mais reclusa e, envergonhada, não conta a ninguém o que aconteceu. Depois de perder vários dias de aula, e já quase reprovando numa matéria, ela retorna à sua rotina e, para sua surpresa, encontra seu salvador na sala de aula. Eles passam a se esbarrar diversas vezes, em lugares diferentes, e a cada encontro ela volta a lembrar da agressão que sofreu.

Apesar de ainda muito abalada, Jacqueline precisa correr atrás das matérias e tentar se recuperar, e um de seus professores lhe indica um tutor, Landon, que passa a ajudá-la com o conteúdo, mas sempre por e-mail, já que seus horários não batem e eles nunca se encontram.

Enquanto Jacqueline vai aos poucos se recuperando, acredita que está nutrindo algum tipo de sentimento pelo tutor, que é sempre muito atencioso e gentil em suas mensagens. Mas por outro lado ela também começa a conhecer melhor Lucas, com seus mistérios e seu dom para o desenho, e vai aos poucos se interessando por ele também.

Em meio a esses dois rapazes tão diferentes e carinhosos com Jacqueline, ela ainda tem que fugir de Buck, que fez outras investidas tentando a força conseguir alguma coisa com ela. Seu coração vai ficando dividido entra Lucas e Landon e ela cada vez mais confusa e amedrontada.

Não há como comentar mais nada sobre esse triângulo amoroso estranho que vai se formando sem dar spoilers da estória, mas é importante dizer que Jacqueline, apesar da confusão, consegue aos poucos se encontrar e descobrir quem mexe com seu coração, e investe nessa paixão. 

Para se defender de Buck, Jacqueline passa a fazer aulas de defesa pessoal, onde Lucas é o instrutor, e ele vai a ajudando nesse processo de aprendizado e descoberta de uma força que ela nunca tinha imaginado ter. Ao mesmo tempo em que a menina trabalha seus medos, também vai desvendando alguns mistérios da vida de Lucas, acontecimentos passados que marcaram sua vida e fizeram dele essa pessoa que ele é agora, mas que também o tornam arredio, distante, até um pouco inseguro com um possível relacionamento entre eles. Claro que o medo e a dor de um ajuda a curar as feridas do outro, e assim eles vão se entendendo e deixando seus fantasmas para trás.

Sobre Lucas é importante dizer que, mesmo cheio de medos e de memórias de acontecimentos terríveis, ele é um grande defensor das mulheres, e é o primeiro a convencer Jacqueline a denunciar Buck, ainda que ela tenha receio de fazê-lo por acreditar que vai prejudicá-lo imensamente. Lucas não abre mão da denuncia e ainda ajuda Jack fora das aulas de defesa pessoal, para que ela se fortaleça e saiba se defender de qualquer um que tente se aproveitar dela eventualmente. Toda essa preocupação e determinação é uma forma dele tentar se redimir de um erro que acredita ter cometido no passado, e que o agonia diariamente. A convivência com Jacqueline também o ajuda a se  libertar dessa culpa.

O livro vai muito além de um simples romance adolescente, e passa uma mensagem importante, a de que a mulher não é um objeto sexual e que qualquer tipo de abuso ou violência deve ser tratado como crime, acontece onde acontecer, vindo de quem for, pessoa importante, conhecida, família ou amigo. E a autora também mostra as consequências que um estupro pode trazer à vida das pessoas envolvidas, tanto quando ela se abre e denuncia o agressor como quando não o faz.

Joana Masen
@joana_masen

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Jessica Chastain por Annie Leibovitz

Jessica Chastain por Annie Leibovitz
Hoje de manhã eu me deparei com mais esse trabalho fantástico da Annie Leibovitz. O engraçado foi que quando eu comentei com a Helen que estava preparando esse post, ela me disse que também queria fazer. E, sinceramente, acho que não tem como não ser fã dela. Ela é umas fotógrafas mais fantásticas que existe, e sempre faz trabalhos incríveis, que considero obras de arte. Por falar em obras de arte, é justamente sobre isso que se trata esse editorial. Ela fotografou a linda Jessica Chastain (que arrasou no A Hora Mais Escura), em versões de obras famosas. O resultado foi publicado na Vogue Americana, na edição de dezembro. Annie, você tem um lugar no meu coração (e no da Helen também), só digo isso. 
Le Retour de la Mer, obra de Félix Vallotton
Retrato de Frances Folsom Cleveland, obra de Anders Zorn.
 Ria Munk, obra de Gustav Klimt
La Mousmé, obra de Vincent van Gogh

Inspirado nas imagens de Julia Margaret Cameron

La Robe du Soir, obra de René Magritte


Flaming June, obra de Frederic Leighton

O mais legal foi que esse editorial me lembrou de um trabalho que a Helen fez para a faculdade (como sempre, a faculdade nos rendendo bons posts ♥). Ela tinha que recriar uma fotografia antiga, que nesse caso, foi uma do fotógrafo Edward Steichen . Ela me usou como modelo e o resultado ficou incrível, embora tenha sido complicado de fazer. O que acharam da minha performance?
Retrato de Gloria Swanson por Edward Steichen

Ainda em tempo: pra quem quiser conhecer mais sobre o trabalho da Annie e se apaixonar por ela junto com a gente, recomendo o documentário Annie Leibovitz: a vida através da lentes. Isso enquanto nós não preparamos um post decente sobre ela (;


Sandy Quintans
@sandyquintans

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Practical Magic.

Practical Magic.
A Beatriz e seu irmão são os únicos ruivos da família e eu e a Sandy morremos de inveja disso... haha! A parte boa é que tenho uma modelo linda e cheia de sardas pra embelezar minhas fotos. 
Domingo ela veio e fizemos as fotos na pracinha-salvadora-da-pátria, aqui do meu bairro. A ideia inicial era fotografá-la bem campestre, de cabelos soltos e roupas delicadas, mas aí, enquanto brincava com os tutus de um figurino de ballet que estamos fazendo, tive a ideia de usá-lo como uma gola.  Então uma coisa levou a outra e acabou que o ensaio ficou com uma atmosfera mais sombria. O resultado me deixou bem feliz.
Vendo essas fotos só posso dizer uma coisa: sarda é vida! ♥

Modelo: Beatriz Quintans
Make,Cabelo, Styling, Fotos ( e o que mais precisar haha! ) : Helen Quintans

Helen Quintans

@helenquintans

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Joana leu: O espadachim de carvão, de Affonso Solano

Joana leu: O espadachim de carvão, de Affonso Solano
"O espadachim de carvão"
Affonso Solano
editora Fantasy - Casa da palavra
256 páginas
"Filho de um dos quatro deuses de Kurgala, Adapak vive com o pai em sua ilha sagrada, afastada e adorada pelas diferentes espécies do mundo. Lá, o jovem de pele absolutamente negra e olhos brancos cresceu com todo o conhecimento divino a seu dispor, mas consciente de que nunca poderia deixar sua morada. Ao completar dezenove anos, no entanto, isso muda. Uma situação inesperada o obriga a fugir e lutar por sua própria vida, se expondo aos olhos do mundo pela primeira vez. Todos os seus conhecimentos teóricos e sua excelente técnica de combate têm que ser explorados durante essa fuga e na busca pela identidade daqueles que desejam acabar com os deuses de Kurgala."

O autor Affonso Solano cria em seu livro de estreia um universo fantástico totalmente novo, com algumas peculiaridades interessantes, como por exemplo, a medida de tempo em ciclos, e não em anos, como estamos habituados. Esse mundo novo exige que o leitor se adapte a ele enquanto desenvolve a leitura, ou que ele já seja um adepto da literatura fantástica, o que não é o meu caso, pois ainda estou iniciando nesse gênero literário. Mesmo assim, achei o livro muito bom. No início minha leitura ficou um pouco lenta, exatamente por estar em processo de adaptação e conhecimento do cenário onde a estória se passa, e depois de superada essa barreira pessoal, a leitura fluiu normalmente e se tornou muito interessante.

Adapak foi criado durante anos numa caverna, sem contato com o mundo exterior, tendo apenas seu pai como companhia. Ele tem a pele totalmente negra, diferentemente das demais criaturas de Kurgala, e isso causa estranheza em algumas pessoas quando ele deixa a caverna, mas há uma razão para que ele seja assim, que é explicada no desfecho da estória. Ele também é um exímio lutador, treinado a vida toda para agir de acordo com um tipo de arte regida pelos Círculos, que vão direcionando o espadachim em suas decisões, e fazendo com que ele use suas habilidades de lutador apenas para se defender, e não para atacar.

Apesar de ser muito inteligente e conhecer quase todos os assuntos através de seus livros, que ele leu a exaustão antes de sair de sua caverna, Adapak é muito inocente, não sabe como agir com relação a outras pessoas e não entende algumas ironias ou malicias, tanto que, logo no início de sua fuga, ele é facilmente ludibriado por um aproveitador, e acaba preso sem motivo. Sua ingenuidade diante de situações comuns da vida é tão latente que em alguns momentos ele chega a parecer uma criança indefesa, mesmo já tendo 19 ciclos de idade. Essa é uma característica importante do personagem e é interessante ver como ele vai crescendo nesse sentido, deixando de ser tão puro, aprendendo o quanto o mundo pode ser cruel e descobrindo como ele deve reagir a isso sem ferir seus princípios.

Há grandes perdas pelo caminho de Adapak, mas ao mesmo em tempo que isso o entristece e o deixa confuso quanto ao que realmente está acontecendo, também o fortalece e o ajuda a continuar buscando o real motivo de estar sendo perseguido. Nesse processo de autoconhecimento, até a perda de seu único amor ajuda na formação de sua personalidade, enquanto ele reflete sobre os motivos de ter sido abandonado pela mulher que amava e se o relacionamento dos dois foi mesmo tão intenso e verdadeiro como ele imaginava.

As cenas de luta são muito detalhadas e isso as deixa bem empolgantes: é possível imaginar claramente o cenário das disputas através das descrições do autor e até os movimentos de Adapak, precisos e eficientes, enquanto ele usa as espadas para se defender daqueles que o atacam.

O ápice da estória é quando Adapak descobre quem o está perseguindo e qual o motivo para isso. A essa altura, o protagonista já fez alguns poucos amigos, entre eles a capitã do barco em que ele atravessou o mar, chamada Sirara, que o ajuda a encontrar respostas para algumas de suas dúvidas mais profundas. Então, quando seu algoz cerca Adapak, ele pega Sirara como refém para persuadi-lo a se entregar. Confesso que fiquei boquiaberta com o que aconteceu aqui, mas não darei nenhum spoiler.

O final da estória é feliz, e quando o livro acabou eu me sentia parte da vida de Adapak, queria saber o que iria acontecer depois e como ele se comportaria dali pra frente. Até para aqueles que, como eu, não são leitores típicos de fantasia, o livro vale muito a pena, É uma estória curtinha, que acaba nela mesmo, sem deixar enigmas para serem desvendados num segundo volume, com uma narrativa contemporânea e de fácil compreensão.

Destaco o estilo narrativo adotado por Solano, com duas linhas temporais distintas e que se intercalam, capítulo a capítulo, interrompendo o fluxo de leitura em momentos estratégicos e fazendo com que o leitor quebre aquela onda de adrenalina e tenha que voltar a um momento anterior, a outro lugar, com outros personagens e situações diferentes. Isso, além de um exercício para quem lê, mostra grande habilidade do autor, pois não é fácil trabalhar com esse tipo de escrita e conseguir manter a estória interessante para o leitor, que pode acabar esquecendo o que se passou anteriormente, ou até separar a estória em duas partes distintas, não fazendo o elo de ligação natural entre uma e outra.

Indico o livro para todos, e acho que seria interessante que mais jovens o lessem, por possuir uma linguagem bem acessível e dar uma boa base para a formação de leitores, servindo como porta de entrada para o universo fantástico.

Joana Masen
@joana_masen

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Playlist do P! - Temas inesquecíveis

Playlist do P! - Temas inesquecíveis
A playlist de hoje é praticamente uma playlist de trilhas sonoras. Sabe quando no anúncio do próximo filme da Sessão da Tarde começa a tocar uma musiquinha de fundo anunciando um filme que todo mundo gosta? É, aquela música tema que quando toca todo mundo diz: "nossa, adoro esse filme". Pois é, selecionamos dez temas inesquecíveis, de filmes também  inesquecíveis. Juramos que essa playlist está de chorar de saudades. Ah! E por falar em saudades, não vá se esquecer que hoje tem A Lagoa Azul na Sessão da Tarde, hein?  

1. My Girl - Meu Primeiro Amor
2. Stand By Me - Conta Comigo
3. My Heart Will Go On - Titanic
4. Footloose – Footloose
5. The Time of My Life - Dirty Dancing
6. Pretty Womam – Uma Linda Mulher
7. I Don't Want To Miss A Thing – Armageddon
8. That Thing You Do - The Wonders
9. When a Man Loves a Woman – Quando Um Homem Ama Uma Mulher
10. Can’t Take My Eyes Off Of You – 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você 
E como já está virando um costume, não vamos nos esquecer do Bonus Track. Desta vez, escolhemos  "Have You Ever Really Loved a Woman" do Bryan Adams, música tema de Don Juan de Marco, com o gato do Johnny Depp.


Sandy e Helen Quintans
@prontousei

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

As coisas preferidas - O que carregamos na bolsa

As coisas preferidas - O que carregamos na bolsa
Depois de termos feito o post sobre as nossas coisas preferidas, eu e a Helen ficamos bolando dezenas de variações deste tipo porque adoramos o resultado. Achamos que mostrar as nossas coisas é um forma discreta de dizer muito sobre nós mesmas. Desta vez, bolamos uma lista com as coisas que não deixamos de carregar em nossas bolsas. Enfim, aqueles itens que formam o nosso dia-a-dia, pra compensar a nossa total falta de tempo de atualizar o P! diariamente.
As coisas da Sandy
1. Alguma coisa pra ler - pode ser livro ou o Kobo. Nunca se sabe quando teremos uma fila pra enfrentar, um ônibus pra pegar, uma praça pra visitar...
2. Caderninho de jornalista - Como eu havia dito no outro post, esse caderninho de jornalista é o que salva a minha pátria na hora das entrevistas e quando eu preciso anotar alguma coisa.
3. Óculos de sol - Aqui em Campinas, quase todos os dias são ensolarados (será que é por isso que nós duas adoramos um dia nublado?). Por isso, manter um óculos escuro na bolsa é sempre muito bem-vindo.
4. Carteira - Não dá pra sair de casa sem carteira, dinheiro, cartões, documentos e todas as burocracias do nosso universo.
5. Aparelho (e a caixinha) - Infelizmente, meu aparelho móvel não é daqueles que a gente só usa pra dormir e que ninguém, além de você, precisa saber que existe. Uso ele o dia inteiro, só tirando para as refeições ou quando a dor de cabeça começa. E claro, junto com ele também carrego escova, pasta de dentes e itens do tipo.
6. Celular -  Simplesmente é uma coisa que não dá pra viver sem. Já esqueceu o celular em casa? Eu já e não estou querendo lembrar dessa sensação. Não dá pra esquecer, não dá.
7. Fones de ouvido - É, não preciso nem explicar, né?

As Coisas da Helen

1. Livro - Eu tenho mania de ler 3, 4 ou até mais livros ao mesmo tempo. Minha irmã mais velha fica puta da vida com isso, porque eu pego os dela emprestado e demoro um tempão pra devolver ( haha! ). Por isso na minha bolsa sempre tem um ( assim como em todo canto da casa ).
2. Óculos de Sol - O dia pode estar nublado, mas eu sempre ando com óculos escuros. Primeiro porque não é todo dia que eu tenho tempo e saco pra me maquiar, segundo porque acho que se você sair de casa de chinelo, mas estiver de óculos de sol já está bem arrumada.
3 e 4. Celular + Fones de Ouvido - Hoje em dia é pouco provável que alguém não tenha um celular na bolsa. Por motivos óbvios, não saio de casa sem o meu. Gosto de andar por aí ouvindo minhas músicas preferidas e já me peguei cantando enquanto caminho pela rua. Aliás, esse post me fez lembrar que preciso atualizar minha playlist.
5. PSP ( ou outro game portátil ) - Assim como o livro, o PSP me salva nas horas de longas viagens, filas ou salas de espera. Space Invaders é vida. Só pra constar.
6. Caderninho e Caneta - Não sou jornalista, como a Sandy, mas vivo tendo ideias. Tenho vários caderninhos que são tão lindos que sinto até dó de usar, porém, ultimamente tenho fotografado muito e anotado todas as ideias pra fotos, materiais e técnicas que pretendo usar.
7. Creme para Mãos - Não vivo sem creme para as mãos. Você pode ficar velha e esticar a cara, mas pescoço e mão, minha amiga, não tem jeito. O negócio é cuidar muito bem dessas duas partes enquanto se é jovem. Minhas mãos sofrem um pouco com o circo e esse creme do Boticário tem um cheiro muito gostoso e as deixam super macias.
8. Carteira -  Tenho essa carteira há uns 5 anos, já comprei várias outras, mas sempre acabo voltando a usar essa. Cabe tudo certinho e ainda é bonitona.

Sandy e Helen Quintans

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