quinta-feira, 16 de maio de 2013

Joana leu - Belo Desastre, de Jamie McGuire

Belo Desastre
Jamie McGuire
editora Verus
392 páginas

"Na Universidade de Estern existe um universo paralelo, onde alguns alunos participam de lutas, em lugares revelados apenas minutos antes do evento, e outros, que as assistem, apostam dinheiro em seus lutadores preferidos. É numa dessas lutas clandestinas que vemos pela primeira vez Abby, uma jovem que está tentando mudar seu passado e esquecer as coisas erradas que já fez, construindo uma imagem totalmente diferente ao entrar para a Universidade, ao lado da amiga para todas as horas, America. A luta da noite é entre Travis Cachorro Louco Madox e um outro aluno. Travis é conhecido por não perder nenhuma luta, saindo ileso de todas elas, e também por ser muito mulherengo, tanto que é difícil encontrar uma só garota da Estern que ainda não tenha passado uma noite com ele, e depois tenha sido dispensada no dia seguinte.
No meio da luta, Travis conhece Abby, e a partir dali surge uma relação conturbada, de amizade propensa a virar romance. A donzela não quer se envolver com o bad boy, pois acredita que ele personifica tudo aquilo que ela vem tentando deixar para trás, mas, ao perder para ele uma aposta, ela se vê obrigada a passar um mês no apartamento de Travis, dando início a um vai-e-vem infinito. Como não poderia deixar de ser, os dois se apaixonam, mas esse amor não vai ser tão dócil e tranquilo quanto se imagina." 

Já vou logo dizendo que esperava mais do livro. Li várias resenhas, comentários e opiniões sobre ele, e todos levavam a crer que a seria um romance entre um verdadeiro bad boy e uma mocinha indefesa. Mas não me convenci de que os personagens realmente o eram. Na primeira vez que Travis Cachorro Louco Madox aparece, ele realmente bota banca de encrenqueiro e brigão, mas depois, ao longo da história, não consegui vê-lo como tão machão assim. Claro, ele bate em quem quer bater, trata mal as periguetes que tentam alguma coisa mais séria com ele e bebe horrores até perder a noção do que faz, mas na maioria do tempo ele parece ser apenas um jovem carente e que ainda não se encontrou no mundo. Travis é dono de um corpo invejável e ganhou muita experiência em lutas quando tinha que se defender dos ataques dos irmãos mais velhos, mas bem lá no fundo do seu ser, ele não é um cara agressivo de verdade. Ao final, fica claro que ele só reage com agressividade a algumas situações por causa da carência e da insegurança que, inconscientemente, ele sente, já que perdeu a mãe quando ainda era bem pequeninho, e ficou psicologicamente abalado. Travis daria um bom paciente para Dr. Freud...

E o que dizer de Abby? Faz carinha de santa, se veste como tal e quer a todo custo manter em off sua natureza e seus hormônios adolescentes. Quando ela conhece Travis, tudo o que ela tentava deixar para trás volta imediatamente; ela volta a beber, brigar, xingar e jogar poquêr, o que, aliás, faz como ninguém.

Abby e sua melhor amiga America sempre falam que ela quer esconder o passado, que foi para a Universidade mudar de vida e tudo o mais, o que me deixou ansiosa por saber o que ela teria feito em sua cidade que era tão terrível assim. Mas, ao ver o segredo revelado achei até engraçado. Não vou contar aqui os motivos dela, mas posso dizer que têm a ver com o carteado. =D

A relação de Travis e Abby começa depois que eles fazem uma aposta: caso ela perdesse, passaria 30 dias no apartamento dele. Durante essa estadia obrigatória, eles ficaram apenas na amizade, e o tempo todo provocavam um ao outro. Passando tanto tempo juntos, inclusive dormindo na mesma cama. eles vivem entre tapas e beijos, numa relação conturbada e cheia de altos e baixos. Enfim, depois de muitas brigas, e só  quando acabou o pagamento da aposta, eles decidem  ficar juntos e enfrentar os olhares curiosos de toda a Universidade, que não acreditava que o maior e mais cobiçado bad boy de todos os tempos tinha finalmente entrado nos eixos.

O namoro dos dois é carregado de muita adrenalina, ciúmes, emoções fortes e separações trágicas. Mesmo estando apaixonados e se dando muito bem juntos, parece que nada se encaixa e que o relacionamento está fadado ao fracasso, mas, apesar de tudo, eles se esforçam e vão vivendo como cão e gato, cheios de  dúvidas e medos. O amor dos dois parece ser mais forte que tudo isso, e o final só poderia ser feliz, não é mesmo?

Eu não conhecia a autora do livro, Jamie McGuire, e gostei do estilo de escrita dela, é envolvente e dinâmico, deixando a leitura fluída, apesar da história em alguns momentos parecer meio "truncada". Ela consegue encaixar todas as peças e não deixa pontas soltas, mas, na minha opinião, ela enrolou um pouco em algumas partes que poderia ter passado mais rapidamente, ou mesmo reduzidas, como os repetitivos diálogos entre os personagens onde que eles nunca terminam as frases, não revelam o que realmente estão sentindo, deixando sempre alguma coisa no ar. Em algumas dessas ocasiões me lembrei daquelas novelas mexicanas em que as falas terminam sem explicação e o casal acaba se separando por causa de uma situação mal resolvida.

No geral o livro é bom: tem um romance envolvente, um casal adolescente que ainda está se descobrindo e que aproveita a vida como só os jovens sabem fazer. Se por um lado a estória fala sobre família, amizade verdadeira e confiança, por outro ela está cheia de tensão, muita bebida, socos e pontapés, sangue e até incêndio! Mas para mim, deixou um pouco a desejar, não sei se foi devido a expectativa causada pelo burburinho em torno de Travis e seu jeito "cachorro louco" de ser, ou por que no final do livro acontece muita coisa, tudo rápido demais, dando a impressão de que a autora queria terminar logo a história e não tinha mais tempo (ou ideias) para fazê-lo. Enfim, apesar da minha opinião pessoal, tenho certeza que muita gente gostou do livro, pois ele tem o seu valor.

Joana Masen
@joana_masen

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