quinta-feira, 9 de maio de 2013

Joana leu - Lonely Hearts Club, de Elizabeth Eulberg

Lonely Hearts Club
Elizabeth Eulberg
editora Intrínseca
238 páginas
"Penny Lane Blomm cansou de ser magoada e decidiu: homens são o inimigo. exceto, claro, os únicos quatro caras que nunca decepcionaram uma garota - John, Paul, George e Ringo. E foi justamente nos Beatles que ela encontrou uma resposta à altura de sua indignação: Penny é fundadora e única afiliada do LONELY HEARTS CLUB - o lugar certo para uma mulher que não precisa de namorados idiotas para ser feliz. O clube, é claro, vira o centro das atenções na escola McKinley. Penny, ao que tudo indica, não é a única aluna farta de ver as amigas mudarem completamente (quase sempre para pior) só para agradar aos namorados, e de constatar que eles, na verdade, não estão nem aí para elas. Agora Penny é idolatrada por dezenas de meninas que não querem enxergar um namorado nem a quilômetros de distância. Jamais. Seja quem for. Mas será, realmente, que nenhum carinha vale a pena?"


Penny Lane ganhou esse nome por que seus pais eram muito fãs dos Beatles, e tentavam incluir algo da banda em tudo, até em suas filhas, que acabaram ganhando nomes de músicas da banda. Talvez tanta adoração dos pais fosse motivo suficiente para que Penny não gostasse de Beatles, mas ela adora! Conhece toda a história da banda, sabe a letra de todas as músicas e sempre encontra uma que serve como trilha sonora para alguns momentos de sua vida.


Quando ela é traída dentro de sua própria casa, pelo menino de quem gosta desde a infância, ela se revolta contra a forma com que os garotos tratam todas as garotas de sua idade, e pelo fato de que as meninas, assim que começam a namorar, mudam completamente e abandonam suas amigas para ficarem com os namorados. Com esse pensamento, ela decide que não vai  mais se envolver com nenhum menino, pelo menos até terminar o colegial, pois acha que todos os garotos da sua escola são uns idiotas e não merecem seu sofrimento. É nesse momento que ela olha para a parede de seu quarto e vê um pôster dos Beatles onde está escrito o nome de um dos seus álbuns, o "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band", e esse nome parece combinar perfeitamente com o que ela sente agora.  Tomada pela epifania, ela decide fundar seu próprio clube dos corações solitários. Inicialmente, Penny era a única participante, e nem tinha a intenção de formar um grupo maior, mas isso acaba sendo inevitável a partir do momento que ela revela a criação do clube para sua melhor amiga, que sem querer comenta perto de outra amiga, que fala para outra amiga e assim por diante. O número de "sócias" do clube cresce rapidamente, e isso acaba incomodando um pouco os meninos da escola (inclusive o diretor), que acabam ficando com poucas opções de garotas para namorar, já que a maioria não quer mais se envolver eles, e prefere ficar apenas com outras meninas, num sinal de lealdade à amizade. 

Mas é claro que o plano de ficar afastada de todos os garotos da escola não dá assim tão certo, já que Penny é muito amiga de Ryan, seu vizinho de armário que ela encontra todos os dias antes das aulas, e um dos meninos mais legais que ela conhece. Ele, além de ser lindo, é divertido, inteligente, e ex-namorado de sua amiga Diane. Ryan é o único amigo (do sexo masculino) que Penny tem, e eles conversam sobre tudo de uma forma leve e descontraída. Um dia, ele a convida para ir a show de uma banda cover dos Beatles, o que deixa Penny totalmente confusa; será que ele queria sair com ela como apenas amigo ou era algo mais? Eles passam por vários momentos legais, se divertem, mas ela está sempre com essa dúvida em mente, e acaba por desperdiçar o melhor da companhia do amigo, por medo de se envolver demais com ele e quebrar a primeira regra do clube: não namorar.

Entre indas e vindas, vai ficando claro que Penny e Ryan estão apaixonados e que formam um belo casal, tendo, inclusive, a aprovação das membros do clube e da ex dele, que dá a maior força para os dois se acertarem.

As meninas acabam percebendo que é impossível para uma adolescente ficar totalmente longe de meninos, e algumas acabam cedendo aos hormônios e se rendem a paixão pelos carinhas mais bacanas do colégio. No final, tudo dá certo e todas ficam felizes com a escolha que fizeram. Namorar? pode ser, mas nunca abandonar as amizades verdadeiras por causa dos meninos.

O livro é muito legal, com uma linguagem comum aos adolescentes e que deixa a história bem próxima da realidade. Os personagens são bem construídos e as meninas lembram aquelas que todas nós conhecemos um dia na escola; tem a fofoqueira, a patricinha, a sem personalidade, a namoradeira, a tímida, e por ai vai.

Apesar do final ser um pouco previsível, é difícil ler e não se identificar com o turbilhão de sentimentos vividos por Penny Lane e suas amigas, e torcer para que ela caia na realidade e descubra que amar faz parte da vida, e sofrer também.

O teor da história é adolescente, mas não é uma obra voltada apenas para essa faixa etária. Pessoas de qualquer idade podem ler, e tenho certeza que vão curtir, assim como eu, as aventuras do Lonely Hearts Club em busca da felicidade e do autoconhecimento.

Quando vi a capa, achei que a história seria mais baseada nos Beatles do que ela realmente é, já que foi a lembrança da banda logo na capa que me despertou interesse. Alguns capítulos iniciam com trechos de músicas da banda, e ao longo da narrativa Penny faz algumas referências a outros versos, mas, mesmo não tendo tantas citações musicais como eu esperava, o livro é bom. Gostei muito dessa leitura, me diverti com as meninas do clube e, principalmente, com os meninos, que ficam sem saber como reagir quando elas mostram que têm atitude e não são tão manipuláveis como eles pensavam.

Joana Masen
@joana_masen

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