segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Festival Onde Pulsa a Nova Música

No último sábado, eu e a Helen fomos convidadas para o Festival Onde Pulsa Nova Música, que aconteceu em Santa Bárbara D’Oeste (lembra que falamos aqui?). Logo de manhã, já fomos pra Estação Cultural, uma estação ferroviária desativada da cidade, com um grande galpão e um palco, que proporcionou um espaço muito interessante para os shows do festival. Durante o evento, descobrimos que lá é um lugar desconhecido entre o pessoal da cidade, e que poucos eventos acontecem ali. Primeiro ponto positivo para o pessoal que organizou o encontro, por mostrar um novo modo de utilizar o espaço público.


Assim que chegamos, vimos uma curta apresentação da banda CO2ZERO, que tem uma proposta muito bacana: gerar a energia elétrica do próprio show, além de trazer letras que só falam sobre sustentabilidade. Com algumas bicicletas adaptadas para gerar energia, convidados pedalavam e se revezavam na apresentação animada do grupo.
Durante o festival aconteceu um bate-papo com três grandes nomes, do que eu gosto de chamar de os bastidores da música, sobre produção musical e jornalismo e a apresentação de seis bandas independentes. Para o debate foram convidados o produtor musical, Carlos Eduardo Miranda (muito conhecido por seu trabalho no Ídolos), o editor-chefe da Rolling Stone Brasil, Pablo Miyazawa, e o jornalista do Popload e Ilustrada, Lúcio Ribeiro. Entre as bandas tocaram, Quinta Que Vem, About a Soul, Phill Veras, Oito Mãos, Soulstripper e Nevilton. 

Bate-Papo

O debate com a imprensa aconteceu por volta das 13h30, em que não só reuniu convidados, mas também muitos interessados em conhecer o que aquelas três grandes lendas tinham para nos contar. Carlos Eduardo Miranda (ou Miranda, para os íntimos), é um cara que surpreende por sua experiência e porque, já logo de cara, nos disse que o trabalho como jurado é a parte glamorosa da carreira dele. Sem papas na língua, contou suas experiências como produtor musical de bandas como Raimundo e Mundo Livre SA e histórias do tempo em era jornalista da Revista Bizz.

Pablo Miyazawa é um jornalista old school, que defende a importância do jornalismo impresso e que nos contou que não está muito adaptado ao jornalismo online. Falou sobre as escolhas da Rolling Stones Brasil e um pouco sobre a rotina de trabalho da revista de cultura e música mais importante do País (principalmente depois do fechamento da Bravo!).
Já Lúcio Ribeiro, é oposto de Pablo. Defendeu até o último instante o jornalismo horizontal, em que as pessoas podem opinar no conteúdo proposto e trazer novas colocações. O que é compreensível, já que ele foi um dos pioneiros no universo dos blogs de música e a mostrar novas bandas aqui, em terras tupiniquins. Também nos contou que adora colocar no Popload apenas aquilo que ele gosta de verdade, e que o blog, na verdade, é feito por todos que indicam músicas e contribuem com dicas, desde o que ele chamou de “antenas de moleques” até aos mais experientes.

Apesar de cada um defender seus pontos sobre jornalismo, música e produção musical, todos concordavam com uma coisa que sempre defendemos no P! em relação a moda: música boa é aquilo que gostamos de ouvir. Em nada adianta alguém dizer que esse tal tipo de banda é o que todo mundo está ouvindo e que é maravilhosa, se aquilo não tiver a ver com você ou não representar o que você gosta de ouvir. Assim como a moda. Poderíamos passar dias produzindo posts de tendências e isso de nada adiantaria se não fosse você. Por isso, o grande espírito do bate-papo foi o de que temos que não ter medo de conhecer novas bandas e novas músicas. Não ter medo de pesquisar e irmos atrás do que gostamos. Segundo ponto positivo para o evento. 

Apresentações

Quem deu o start das apresentações foi a banda Quinta Que Vem, que logo surpreendeu por nos lembrar de que se tratava de uma banda recém formada, mas que já mostrava muito entrosamento, no palco e nas composições. E como não gostar de uma banda que toca “I Want To Hold Your Hand” e “Sentado à Beira do Caminho”?
Depois foi a vez de About a Soul, que já haviam nos avisados que era uma banda maravilhosa, mas que não tínhamos levado muito a sério, até escutar. É sem dúvida o que diziam, e faz parte daquelas bandas que a gente dá play pra se perder.
Phill Veras fez o que faz de melhor: cantar e encantar. É um show que deixa a gente sem palavras e que dá vontade de pensar na vida. Talvez fosse uma das apresentações mais esperadas do encontro. Ao menos pra nós.
Soulstripper animou a festa com seus sucessos de Youtube. Todo mundo dançou, todo mundo cantou, e eles, por sua vez, não hesitaram em cativar os mais relutantes. É incrível o que algumas ex-namoradas  conseguem fazer por uma banda.
Também tocaram as bandas Oito Mãos e Nevilton, que encerrou a noite e falou sobre saudade. Uma seleção que não poderia ter sido melhor tendo em vista a principal proposta do festival: trazer música autoral de qualidade e um espaço de discussão sobre música independente no Brasil. Terceiro ponto positivo de um evento repleto de coisas positivas e que deixou com gosto de queremos muito mais. 
Imagens e edição: Helen Quintans

Sandy Quintans
@sandyquintans

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