domingo, 20 de maio de 2018

O último dos Arctic Monkeys, meus 27 anos e a zona de conforto

O último dos Arctic Monkeys, meus 27 anos e a zona de conforto
Estava muito ansiosa pra ouvir o álbum novo do Arctic Monkeys, que foi lançado na última semana. Eu já sabia que ia ser algo diferente de tudo aquilo que eles haviam feito e saber que uma de suas bandas preferidas está vivendo uma fase de mudanças sempre dá um frio na barriga. Mudar dá um frio na barriga, ponto. Tem horas que a gente não quer, mas a vida sempre se encarrega de entregar uma novidade, porque o universo nunca para por mais que a gente peça. 

Alex Turner por EB Leung, um dos maiores compositores da minha geração
Todas as vezes que algo novo está pra acontecer, eu lembro que se os Beatles nunca tivessem tido o anseio de se reinventar, não teriam sido a maior banda de todos os tempos, até agora. E foi com esse coração aberto que ouvi Tranquility Base Hotel + Casino, dos Monkeys, que fez com que eu percebesse que não era a única a ter me tornado adulta na última década, mas também tudo aquilo que eu carregava – incluindo as minhas bandas preferidas

Chega a ser curioso escrever um texto sobre mudanças, eu que sou a maior fã da zona de conforto que esse universo já conheceu. Todas as coisas que fazem parte de quem eu sou foram criadas no conforto e na vontade de não mudar. Tem horas que me surpreendo comigo mesma por ter encarado um intercâmbio e passado tanto tempo fora de casa, um lugar que nem sei mais onde é. O que eu vou dizer não é fácil pra mim também, mas zona de conforto não nos leva a lugar algum a não ser onde já estamos. O que pra mim é sempre um pensamento de ótimo, só que não é bem isso que o nosso eu do futuro está esperando da gente. 



Completar 27 anos mudou algo em mim. Na verdade, entrei numa crise de idade que não havia tido na vida até então. Pela primeira vez comecei a achar meio ridículo não ter vivido algumas experiências a esta altura do campeonato e ter passado tantos anos gostando e fazendo as mesmas coisas. Bom, antes que você comece a concordar com essa frase minha, já vou dizer que ela é absurda. Eu sei que a sociedade nos coloca certas ansiedades e cobranças sobre como nossa vida deve ser vivida, mas as coisas não são bem assim. As nossas decisões em certos períodos podem não fazer muito sentido agora, mas era isso que você tinha naquele momento e é importante saber entender e respeitar as nossas fases.

Você já imaginou ter parado sua transformação na adolescência? Então por quê esperamos sempre ser os mesmos só porque a zona de conforto é maravilhosa? Ainda que eu esteja com dificuldades de me reconhecer nas coisas de que sempre gostei, eu sei que esses momentos de reflexão sobre a nossa identidade existem pra encontrarmos uma nova versão de nós mesmos. Pra que a gente seja um álbum novo de uma banda antiga e pra descobrir qual é o próximo sonho que vai nos mover.



Pode ser que de início não tenhamos gostado das músicas novas por buscar aquela zona de conforto que aquece o coração, só que no final é um disco pra quem a gente é agora. Nós vamos sempre carregar Fluorescent adolescent, que vai estar pronto pra quando precisarmos revisitar o passado, mas nós somos um novo alguém e com uma nova trilha sonora.



Sandy Quintans

@sandyquintans

segunda-feira, 30 de abril de 2018

6 coisas que não consigo parar de amar

6 coisas que não consigo parar de amar
Já faz algum tempo que estou com vontade de fazer um post com algumas indicações de coisas que estou amando, mas que não necessariamente eu queira escrever um texto completo. A ideia é trazer coisas bem aleatórias, sem muita regras. Então resolvi unir algumas coisas que estou amando muito em um post só:

Poster lindo do lofidreams à venda aqui

Call me by your name 


Desde a maratona do Oscar, eu tenho me dividido em assistir repetidamente Lady Bird (que já escrevi aqui sobre) e Call me by your name. Eu não consigo superar meu amor por esse filme, não só porque ele é maravilhoso, mas também porque ele é sensacional. Eu gosto de tudo nessa obra prima, a fotografia, a atmosfera, o roteiro, os atores, a trilha sonora. É um casamento perfeito de todos elementos que formam um filme. 


Beyoncé no Coachella 


No dia seguinte ao show da Beyoncé no festival de Coachella a gente não conseguia parar de falar em outra coisa. Essa mulher é um tiro, né? Quando nós achávamos que ela tinha chego ao seu auge, ela vai lá e faz de novo três vezes melhor. Fiquei impactada com a performance nesse show por ser a mistura perfeita entre a era pré-Formation e a atual – isso sem contar aquele banda maravilhosa! Infelizmente não vai ser muito fácil achar os vídeos completos dessa apresentação, mas faça um favor a você mesmo e assista pelo menos a trechos.


Wild wild country 


O que eu vou dizer pode ser meio esquisito, mas meu gênero preferido de séries são as documentais e acho que devemos muito disso a Netflix. Basicamente, eles mostraram pro grande público que documentário não necessariamente tem que ser entediante. Um dos mais recentes triunfos nesse sentido foi a série Wild wild country, que acabei de terminar de assistir nesse final de semana. É um documentário com uma história meio bizarra, com um roteiro bem escrito e completamente envolvente. 


Chef’s Table 


Ainda na onda das séries documentais da Netflix, essa é uma obra prima pra todos aqueles que são apaixonados por comida como eu. Eles acabaram de lançar a quarta temporada sobre confeitaria, que tem como único defeito só ter quatro episódios. Basicamente, eles retratam o trabalho e carreira de um chef de cozinha a cada episódio, geralmente reconhecido mundialmente por fazer algo extraordinário. Inclusive, em uma das temporadas tem um dedicado exclusivamente a Alex Atala, que ficou sensacional.


Doma Arquitetura   


Essa pode ser uma indicação meio fora da curva, mas eu sou maravilhada por esse canal. Depois que eu descobri, fiz maratona de todos os vídeos, porque é tudo tratado de forma leve, divertida e extremamente informativo. Não tenho nenhuma intenção em engajar numa obra nem tão cedo, mas as dicas são maravilhosas e agora sei várias coisas sobre acabamento e projetos. Se você se interessa por arquitetura, talvez esse seja o seu canal da vida. 


Os looks do Harry Styles


Não é segredo que Harry Styles é o meu crush. Grande parte desse sentimento está ligado ao guarda-roupa sensacional dele, já que ele não têm medo de quebrar rótulos de gêneros, misturar texturas e coisas ousadas. E agora que ele está em tour, cada dia que eu abro o Twitter é um tiro novo me esperando com um look, todos bem temáticos com os países que ele tá visitando. Adoro como ele se joga em cores, estilos e não tem medo de errar, mesmo que de vez em quando as escolhas pareçam duvidosas – mas nunca são. Um minuto de silêncio para os looks de Harry Styles e sua banda, por favor:


Sandy Quintans
@sandyquintans

sábado, 7 de abril de 2018

Playlist do P! - Músicas tão lindas que até dói

Playlist do P! - Músicas tão lindas que até dói
Esses dias eu e a Helen resolvemos reunir uma playlist só de músicas lindas. Eu fiquei meio que surpresa com a quantidade de ideias que fomos tendo pra colocar nessa compilação. Com tanta música bonita no mundo, como podemos perder tempo com aquelas que não são lindas, né? Pra essa playlist, decidimos que valeria canções de todas as épocas, nacional e internacional, mesmo que nem sempre elas tenham a ver entre si. A única regra aqui é que era preciso que a música fosse tão linda que desse vontade de deixar no repeat ou que depois que terminasse de ouvir a gente dissesse "nossa, que coisa mais bonita". É claro que beleza é muito subjetiva, as coisas que nos tocam e nos emocionam pode ser que não sejam as mesmas pra você. Porém, estou certa de que aqui poderá encontrar pelo menos uma música tão linda assim. 


Mas esteja avisado de que talvez você possa morrer de amores depois de apertar o play:


Pra encerrar a playlist de hoje, decidimos deixar uma bônus track aqui - como há muito tempo não acontecia -, com a música mais lindas de todas as músicas lindas: Eu amo você, do Tim Maia. Afinal de contas, ele era basicamente o cara das composições mais bonitas de todas: 


Sandy Quintans
@sandyquintans

domingo, 25 de março de 2018

6 espaços na internet que empoderam mulheres o ano inteiro

6 espaços na internet que empoderam mulheres o ano inteiro
No começo do mês tivemos o Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março. Acabou que aqui pelo blog nem tocamos nesse assunto, até porque no ano passado tivemos um texto que falava um pouco sobre as nossas experiências do que é ser mulher que continua muito forte e atual – você pode ler aqui. A verdade é que eu não gosto do dia 8 de março, porque isso significa que eu não vivo em uma sociedade igualitária, que torna necessário a existência de um dia específico pra nos lembrar disso. Não que eu ou você precise lembrar disso, afinal, se você for mulher, isso nunca foi uma questão esquecida. 

Mas ao mesmo tempo que preferia que este dia não existisse, ele é ainda é totalmente necessário. Continuamos vendo mensagens e homenagens, totalmente fora fora do tom e mostrando o porquê ainda temos que continuar discutindo e discutindo, até que esse dia realmente não seja necessário. Mas ao invés de focarmos em campanhas sazonais, resolvi fazer uma listinha de projetos que falam com e sobre mulheres o ano inteiro, uma forma de nos mantermos empoderadas sempre. Além de claro, ser feito por nós.

GIF maravilhoso da Siiri Väisänen

Think Olga - Acredito que esse é o projeto mais importante que temos no Brasil, atualmente. O Think Olga é uma ONG reconhecida internacionalmente, que busca distribuir informações sobre temas pertinentes para nós, mulheres. Pelo site é possível acompanhar todas as últimas campanhas, pesquisas e também textos importantíssimos. Também acho que vale a pena a visita no canal do Youtube, que sempre entrevistas e debates interessantes.
Gênero e Número - Esse é um dos meus espaços preferidos. Trata-se de uma organização de mídia focado em jornalismo de dados, especificamente pra falar sobre gênero. O trabalho que elas fazem é extremamente importante, por entregar um material riquíssimo de estatísticas pra entendermos a dimensão da desigualdade entre gêneros que ainda enfrentamos - além, é claro, de trazer diversos recortes dentro do feminismo.

Valkirias - Pra quem é fascinado por cultura pop como eu, esse site é simplesmente um paraíso. Nada mais é que um coletivo de mulheres escrevendo sobre esse universo que é tão disseminado, porém quase sempre com um olhar machista. No Valkirias, o trabalho é feito por um grupo empoderado, de forma crítica e sempre com um recorte feminista, levantando várias questões interessantes. Quase todos os dias estou por lá e nunca saio decepcionada com nenhuma resenha.

Capitolina - Essa é basicamente a revista que você gostaria de  ter lido na sua adolescência, mas não pode. Capitolina é um projeto independente que traz textos voltados para garotas adolescentes, nos mais variados assuntos do universo feminino. As edições são temáticas e trazem diversos autores, tudo voltado pra desconstruir e trazer uma luz pra essa fase complicada de crescimento e amadurecimento. Eu particularmente sou tão apaixonada por esse espaço, que também tenho uma das edições dos livros físicos.

Blogueiras Negras -  Assim como o nome sugere, esse é um coletivo de autoras negras que tratam dos mais variados assuntos dentro desse recorte. É um dos espaços mais importantes que temos atualmente na internet pra entender e debater questões raciais, tudo atualizado semanalmente. O trabalho se originou em um projeto que buscava incentivar produção de textos por mulheres negras e atualmente conta com mais de 200 autoras. 
 
Cientista que virou mãe -  Essa é a primeira plataforma brasileira com conteúdo produzido por mães, tudo financiado coletivamente. A Lígia é uma cientista que há alguns anos descobriu que estava grávida de um relacionamento recém iniciado e estava completamente perdida no universo da maternidade. Até que começou a pesquisar e registrar tudo num blog, que hoje é um projeto que envolve autoras das mais diversas áreas escrevendo sobre as dificuldades e angústias de ser mãe.

Obviamente, essa listinha é só uma pequena amostra da quantidade de projetos que estão dentro e fora da internet que visa acolher e empoderar mulheres. Existe uma grande quantidade de meninas produzindo conteúdo - e queremos ver muito mais! - e disseminando informações pela internet afora, por isso adoraria saber quais são os que você acompanha pra conhecer também. Afinal, juntas somos mais fortes, sim.

Sandy Quintans
@sandyquintans

quarta-feira, 7 de março de 2018

Quando neva em Dublin

Quando neva em Dublin
Por incrível que pareça, há uma semana estava curtindo um dia de sol muito raro por aqui e por mais que estivesse bem frio, tava uma delícia. Estava começando a ficar muito animada com o fim do inverno, depois de uma semana de tempo bom, sem muita chuva e vários dias ensolarados. A verdade é que o inverno desse ano me pegou, além de parecer que tá durando três décadas, também tá muito mais frio do quando cheguei aqui há um ano. E olha, falo isso como uma pessoa que se dá melhor com o frio do que com o calor. Por todas essas razões, eu vou ter que confessar que fiquei bem chateada com a previsão de que teríamos MUITA neve por aqui. Eu sei, esse é um sonho e uma vontade de muitos brasileiros, já que é algo muito raro pra gente e se pensarmos na quantidade de pessoas no nosso país, uma porcentagem muito pequena tem a real possibilidade de ver e brincar na neve (sim, pode começar a cantar essas musiquinha que tá aí na sua cabeça). 

Yeah, very cold

A verdade é que a Irlanda é um país frio, mas neve é uma coisa incomum por aqui. A última vez que rolou uma de verdade foi em 2010. O que é uma coisa meio curiosa, porque a gente acha que todo lugar que é frio sempre neva. Mas não necessariamente, já que aqui é um país de clima temperado, o que significa que não há drásticas mudanças de temperaturas, deixando tudo sempre estável naquele friozinho. O que consequentemente faz com que o verão não tenha aquele calorão insuportável, apesar de ficar quentinho por uns meses. Então basicamente, a média de temperatura é de uns 10 graus, sendo que no verão fica mais próximo dos 20 e no inverno tipo uns 4. É claro que o que conta mesmo é a sensação térmica, já que aqui venta bastante, além de chover (mas isso é tema pra um outro texto). 

 Então o que aconteceu pra juntar toda essa neve aí? Eu não sou especialista em nada, então vou fazer uma explicação bem básica mesmo. Tivemos uma mistura de dois fenômenos, um vindo da Sibéria que chamamos carinhosamente de Beast from the East, com uma onda de frio bem intenso que pegou vários lugares da Europa, junto com uma tempestade que se formou lá em Portugal e que apelidamos de Storm Emma. Resumo da ópera, as duas coisas se juntaram e acabou virando uma tempestade de neve. Apesar de todos os alertas, muita gente nem estava acreditando nessa história toda – já que falar que vai cair neve sempre falam, inclusive até acontece, mas é uma coisa tão pouca e que acaba tão rápido que não dá pra comparar.

Snowy bridge
Today he's not going to melt anything down
Together

Quando a gente acordou na quarta feira e abri a cortina da janela do meu quarto meu queixo quase caiu. Parecia que tinha acordado numa paisagem de cartão de Natal e o mundo inteiro estava em um branco imaculado, na coisa mais linda. Claro que eu, que tava toda ranzinza com a previsão da onda de frio, fui contagiada pelo espírito da neve e pela experiência de poder viver uma coisa tão mágica e rara (pelo menos na minha vida, né). O mais surpreendente da coisa toda é que não vivemos só esse episódio, mas foram três dias de tempestades e rajadas, que foi tornando aquela paisagem cada vez mais branca e invernal. Logo quando eu estava animada pra melhora do tempo. 

Por causa disso tudo, o país parou completamente e o governo emitiu alertas vermelhos garantindo que toda a população ficasse em casa diante das condições climáticas. Os mercados ficaram com as prateleiras vazias, porque o pessoal ficou enlouquecido estocando comida em casa. Ficou meio impossível achar pão e leite nesse país, rs. O transporte eventualmente acabou parando também e carros ficaram quase que impossibilitados de transitar. Existem dezenas de lugares muito mais frios e com condições climáticas piores que conseguem manter o país funcionando em um episódio como esse, por serem preparados pra esse tipo de clima todo ano, mas aqui é algo difícil de acontecer, deixando um lado meio caótico nisso tudo. Algumas pessoas ficaram sem energia, sem água, sem internet e por aí vai.

Snowy streets
Snowy front yard

Por sorte, aqui em casa deu tudo certo e conseguimos aproveitar um monte esses dias mágicos. Então sempre que o clima dava uma melhorada, a gente já se encapotava pra sair caminhando pela neve e reconhecer paisagens que estávamos tão acostumados de um jeito completamente diferente (e que renderam as fotos que ilustram esse post). Depois voltávamos pra casa pra tomar um banho quentinho e tomar um chocolate quente e se recuperar da friaca. 

Um episódio como esses pode até ter um lado ruim, que era no que eu pensava sempre antes dele acontecer, mas a neve tem uma mágica que acabou me contagiando e me permitiu aproveitar bastante. Até em momentos de um super vento e neve na cara como na foto abaixo, rs. Afinal, foram apenas três dias, que rendeu um descanso e novas perspectivas e experiências pro meu intercâmbio. Mas agora, que a neve começou a derreter e a perder a sua magia, pode entrar Primavera, estou te esperando.


Fotos: Vinícius Novaes

Sandy Quintans
@sandyquintans

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Playlist do P! - Bandas que (talvez) você não sabia que são irlandesas

Playlist do P! - Bandas que (talvez) você não sabia que são irlandesas
Possivelmente, a Irlanda é um dos lugares pequenos que mais fabricam gente famosa na história do mundo. Isso não é nem uma estatística oficial, mas é sempre surpreendente parar pra pensar em quantas pessoas que conhecemos saíram dessa ilha, justamente por aqui ser um país muito ligado a cultura - seja na música, no teatro, na escrita, e nas mais variadas formas de arte possíveis. Inclusive acho que a conexão que eu já tinha com alguns artistas irlandeses foi o que me fez ter mais vontade de vir pra cá na hora de planejar minha viagem. Então desde que cheguei, acabou virando um lance tentar descobrir gente famosa que é irlandesa e colocando no meu banco de dados mental, rs. Ainda mais que estamos falando de um povo que se orgulha muito do que é produzido aqui e em qualquer loja é possível ouvir artistas locais.


Pensando nessas minhas pequenas descobertas, resolvi fazer uma playlist com alguns dos artistas que fui descobrindo serem irishs. Claro que tem muita gente que é obviamente irlandesa nessa compilação, tipo U2, Glen Hansard e Damien Rice,  por suas obras estarem ligadas ao país. Inclusive, lembro que quando contava para as pessoas que viria em um intercâmbio pra cá, a resposta mais comum era "ah, você tá indo para o país do U2, que legal!". Também há outros artistas que são obviamente irlandeses e que eu nunca tinha reparado, tipo The Cranberries e Sinéad O'Connor (eu juro que não dá pra ter um nome mais irlandês que esse), mas que só aconteceu porque eu tô aqui. Enquanto outros que foram uma completa surpresa, tipo Thin Lizzy e Snow Patrol. 

Aperta o play pra você descobrir quais são as suas surpresas irlandesas:


Agora, pra quem estiver afim de conhecer novos artistas, encontrei essa playlist maravilhosa, que reúne algumas das melhores bandas e cantores fabricadas nessa ilha. 

Sandy Quintans
@sandyquintans

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Lady Bird é o filme que queria ver no Oscar

Lady Bird é o filme que queria ver no Oscar
Possivelmente a primeira coisa que passa pela nossa cabeça quando falamos em cinema são histórias fantásticas, talvez de super-heróis e coisas extraordinárias. Se o assunto for indicados ao Oscar, nossa imaginação fica ainda mais pronta pra falar de grandes produções, roteiros fortes e projetos cheios de ambição. É claro que isso tudo faz parte desse universo, mas pode ser que a gente acabe esquecendo que o cinema também o espaço pra contar histórias comuns, de gente como eu e você. Esse foi o encantamento que senti quando assisti Lady Bird. De que aquela era uma história que misturava algo que gostaria de ter sido com algo que eu também era na minha adolescência.


Esse é um filmes indicado a Melhor Filme no Oscar desse ano, que nos conta a história de Lady Bird, uma adolescente que vive em Sacramento, Califórnia - e que têm uma vontade enorme de conquistar o mundo. Estamos falando daquela fase de descobertas, que a gente não sabe muito bem o que quer da vida e que estamos prontos pra colocar todos os nossos planos em prática, já que dentro da nossa cabeça o mundo está ali só esperando pra ser conquistado, mesmo que isso nos dê um medo danado. O mais lindo da coisa toda, é que esse é filme criado por mulheres, retratando a vida de uma garota. Quantas vezes vimos isso acontecer no cinema? Um longa falando de uma vida comum, sem intrigas, dramas femininos e garotas brigando por causa de garotos, conversando com meninas como nós.


Em muitos momentos eu senti uma identificação enorme com ela, pensando nos meus anos de adolescente. Eu entendia as motivações dela em querer mudar de vida, de querer conhecer o mundo. Das dificuldades financeiras, de não entender o seu lugar e o seu papel na sociedade. De questionar nossas crenças, do desajuste nas relações familiares dessa fase. Das amizades entre meninas e da incógnita entre meninos. Do peso das escolhas por não entender exatamente o que elas significam.

A verdade é que não há um grande plot por trás de Lady Bird e essa é a maior conquista o filme tem a nos oferecer. Eu acho que de alguma forma a gente pensou que não fosse permitido contar as nossas histórias, a menos que houvesse um contexto de dor, sofrimento ou superação. Afinal, é assim que é ser mulher nesse mundo: difícil. Porque até então nós nunca pudemos falar sobre o ordinário, como se a vida por si só já não fosse obstáculo suficiente e complicada pra caramba partindo apenas do básico, mesmo. Quando a gente aprendeu que histórias de mulheres deveriam ser contadas, tudo o que queríamos transmitir era a ideia de que olha, apesar de tudo isso que essa mulher viveu, ela venceu, com o intuito de inspirarmos umas as outras. E sabe, isso é muito importante, de verdade, mas a gente esqueceu todas as histórias merecem ser contadas.

Greta Gerwing e Saiorse Ronan (de quem tenho orgulho em saber pronunciar o nome) trabalhando juntas no set

Greta Gerwing, a diretora e roteirista do filme, passou anos trabalhando nessa história enquanto trabalhava em outras produções tão importantes quanto, seja atuando ou colaborando com roteiro e outros projetos por trás das câmeras. Por causa disso, ela consegue nos transmitir algo tão genuíno, tão verdadeiro, tão a gente em alguma fase da nossa vida, que não consigo apontar um momento em que pensei não estar vendo algo real. De certa forma, estamos vendo uma mulher falar sobre a vida dela também, de um ponto de vista que talvez só a gente entenda como é.

Exatamente por isso que é tão incrível ver a produção em categorias importantes no Oscar desse ano - com indicações para Melhor Filme, Roteiro Original, Atriz, Atriz Coadjuvante, Direção - em que Greta é a quinta mulher a ser indicada na categoria desde a primeira edição. Não que seja esperado que o longa vença, mas o reconhecimento da premiação mais importante do cinema é a grande conquista, que abre portas e traz a oportunidade de que histórias como essa continuem a ser contadas. E por tudo isso, Lady Bird era o filme que queria ver no Oscar.


Sandy Quintans
@sandyquintans

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

6 coisas que amo em Dublin

6 coisas que amo em Dublin
No fim do mês passado, completei um ano que estou aqui em Dublin. Parece que o tempo passou voando, porque ainda lembro bem do dia em que escrevi o texto contando da minha aventura aqui pra Irlanda. Apesar das dificuldades de viver longe do meu país, eu aprendi a ter uma vida muito mais simples e aproveitar mais o meu tempo livre e apreciar as pequenas coisas do meu dia. Tenho certeza que muito dos hábitos que adquiri aqui vou acabar levando de alguma forma comigo por onde eu for daqui em diante.

They're always there

Foi pensando nesse meu tempo aqui, que resolvi fazer uma lista das coisas que mais gosto nessa cidade, que é cinza, fria, mas que tem dezenas de coisas que adoro. Além de fazer um balanço, também é uma forma de vocês conhecerem e, quem sabe, se animarem a colocar essa Dublin no roteiro - ainda que há muito mais a oferecer que essa lista dependendo do seu estilo de vida e coisas que goste de fazer.

1. Parques - Sempre fui a pessoa que arrumou uma desculpa pra ir a um parque e ficar um pouco mais perto das árvores, não importa aonde eu estivesse. Quando cheguei aqui, percebi que Dublin talvez seja um lugar ideal pra alguém que, assim como eu, adora tirar um tempinho livre pra apreciar a natureza. Os irlandeses mantêm parques e áreas verdes espalhados por toda cidade e praticamente todos os bairros possuem espaços como esse para a comunidade local. Eu tive a sorte de morar próximo ao Saint Anne's Park, que é um dos lugares mais lindos que conheço na cidade, inclusive falei dele aqui neste post.

Safe places


2. Mix de culturas - Uma das maiores maravilhas em estar em Dublin é com certeza o mix louco de gente de todo o mundo. Isso é uma coisa que faz a gente se sentir meio que em casa, se pararmos pra pensar no quanto o Brasil é multicultural. O meu namorado sempre fala que tem horas que ele se sente no final de filme de desastre natural, quando o mundo é salvo e pessoas de todas as culturas estão bem, celebrando e compartilhando o mesmo ambiente. O bom disso tudo, é que é possível conhecer mercados, restaurantes, pubs e um monte de outras coisas de vários lugares do mundo sem precisar sair de Dublin.

3. Vida cultural - Dublin é um lugar histórico e, por isso, há dezenas de coisas espalhadas pela cidade que nos faz pensar em diversas fases que esse lugar já passou. Também há uma variedade de museus, monumentos, pubs e castelos em todo o lugar pra gente conhecer. Mas não é apenas de passado que a cidade vive, há uma diversidade de eventos acontecendo em todas as épocas do ano, de festivais, shows, apresentações, peças de teatro e premiações. Pra quem gosta de cultura, aqui é um lugar repleto de programas para todos os gostos.

Reflection of time

4. Vida simples - Se a gente parar pra comparar a vida que os europeus levam aqui com a dos brasileiros, a primeira coisa que vamos descobrir é que aqui o estilo de vida é muito mais tranquilo. Com empregos simples e sem precisar trabalhar um milhão de horas é possível viver confortavelmente e com acesso a muitas coisas que pra gente seria necessário investir uma boa grana. Eu diria que aqui as coisas são um pouco mais justas. Sem contar que o julgamento de terceiros é muito menor, a gente pode vestir o que quiser, pedalar pra todo lugar e nunca mais pensar em carro de novo, porque nada disso realmente importa por aqui.

5. Músicos de rua -  O meu primeiro contato com Dublin na minha vida foi com o filme Once, lançado lá em 2008 e que falava um pouco sobre os buskers, como eles são chamados. Por causa disso, eu tinha no meu imaginário essa prática dos músicos de rua e que conforme foi passando o tempo aqui, eu fui me apaixonando cada vez mais. É inimaginável o talento das pessoas que tocam pelas ruas Dublin e tem algumas pessoas que a gente acaba se apegando e parando sempre que encontra. É como se a vida sempre tivesse uma trilha sonora por aqui. 

More woods ahead

6. Natureza - Eu posto tantas fotos de natureza no meu instagram que as pessoas devem achar que eu vivo no mato por aqui - o que não posso negar, eu amaria muito poder passar mais tempo assim. Além dos parques, há uma diversidade de lugares muito acessíveis pra conhecer nos arredores da cidade, que envolve diversos tipos de paisagens, de praia às montanhas, florestas e trilhas de diversos níveis de dificuldade pra se aventurar.

PS: Como vocês bem devem saber, todas as imagens são do Vinícius Novaes, registrador oficial do nosso intercâmbio.  

Sandy Quintans
@sandyquintans


domingo, 4 de fevereiro de 2018

Uma história de amor que envolve a trilha sonora de Quase Famosos

Uma história de amor que envolve a trilha sonora de Quase Famosos
Esses dias estava lembrando de uma coluna que eu tinha no blog Backbeat, da minha amiga Izadora Pimenta, em que falava de trilhas sonoras maravilhosas (segundo o meu próprio conceito de maravilha, né). Naquela época tava no comecinho da faculdade de jornalismo e procurava formas de praticar a escrita, quando soube que a Iza queria colaboradores pra falar de música. Fiquei quase uma semana pensando no que poderia fazer - que misturasse algo que eu tivesse afinidade, mas que também fosse diferente do que eu já escrevia aqui - quando surgiu a ideia de falar sobre trilhas sonoras. Uma das coisas mais legais desse projeto é que eu pude criar alguns dos textos que são os meu preferidos e dos quais eu me orgulho de ter produzido. Foi relembrando dessas coisas que me dei conta de nunca escrevi nada sobre umas das minhas trilhas favoritas, que é Quase Famosos. Então, sim, esse texto vem cheio de nostalgia, pode apostar.


Eu demorei alguns anos pra assisti-lo e lembro que foi bem numa fase minha de ficar explorando a locadora de cabo a rabo tentando ver de tudo e querendo recuperar o tempo que passei não existindo. Quando terminei de ver minha cabeça estava fervendo, de um jeito bom, e senti que eu nunca mais seria a mesma. (É claro que isso é um completo exagero, mas sim, foi transformador). A parte mais curiosa é que apesar de ser um filme muito conhecido e ter um bando de  fãs mundo afora, é também pouco reconhecido pelo grande público e sempre que converso com alguém sobre, boa parte olha pra mim com cara de desculpa, mas não sei do que você está falando. E tudo bem.


Então pra você que também não sabe do que estou falando, vamos trazer um rápido resumo deste clássico saído do início deste século: o filme conta a história de William Miller, um adolescente de 15 anos, que tem a ambição de ser um jornalista especializado em música e ganha uma estranha oportunidade de acompanhar a turnê de uma banda em ascensão. Tudo isso em plena década de 1970, naquela construção do rock n' roll que a gente escuta até hoje. Agora um fato curioso sobre a história, é que o roteiro é um híbrido de realidade com ficção, porque foi baseado na vida do diretor do filme, Cameron Crowe - que também é responsável por Say Anything, Elizabethtown e Jerry Maguire. Ele também começou a escrever com 15 anos sobre música, acompanhou turnês de bandas incríveis, como o Led Zeppelin e é colaborador da Rolling Stone até hoje.


É por isso também que a trilha sonora é um personagem indissociável da história. Se eu pudesse resumir a beleza dos dois universos nesse filme, da música e do cinema, eu diria que é em uma das primeiras cenas, em que a irmã do William está tendo uma discussão com a mãe deles - uma mulher conservadora e que luta pra criar os filhos sozinha -, quando resolve que vai sair de casa pra viver com o namorado. E sabendo que a mãe deles nunca iria entendê-la, ela coloca pra tocar America, de Simon & Garfunkel, para explicar sua decisão. Eu já ouvia Simon & Garfunkel nessa fase da minha vida, mas depois disso eu fiquei obcecada, principalmente por America que é uma músicas mais bonitas do universo pra mim.


Descontente em ter apenas um momento icônico no filme, Cameron Crowe ainda cria a famosa cena do ônibus, que eternizou Tiny Dancer, de Elton John. Depois de um momento de desentendimento da banda, naquela turnê louca que estamos acompanhando, eles retomam a estrada no meio daquele clima pesado. Até que Tiny Dancer começa a tocar e pra eles aquela é uma música que não dá pra ignorar. Quando chega no refrão, todo mundo já foi contagiado e cantam juntos, deixando os problemas de lado por algo que todos têm em comum naquele momento. Eu aposto que você conhece a mágica que é cantar junto com alguém ao mesmo tempo. 


Mas não é só de Elton John e Simon & Garfunkel que a trilha sonora é composta (embora pudesse com tranquilidade, já que Cameron Crowe é mestre em tirar um Elton John da cartola sempre que necessário em seus filmes). Como dá pra imaginar tem muita coisa boa e que é cara da década de 1970 e da nossa concepção romântica do que é o rock. Como Led Zeppelin - principalmente o lado mais countryzinho que eu adoro -, The Who, Lynyrd Skynyrd, The Velvet Underground, Black Sabbath, Deep Purple, Jimi Hendrix, Iggy Pop. Também tem espaço pra rainha Joni Mitchel, Rod Stewart, Neil Young e outras milhares de coisas que poderia ficar descrevendo aqui até amanhã. Tudo isso, sem contar a banda fictícia que a gente acompanha no filme, Stillwater, que tem músicas muito boas e já até ouvi tocando por aí. Por isso, vou deixar o play aqui pra você acompanhar:



No final, eu acho que a beleza de Quase Famosos não está apenas na temática, no roteiro interessante ou no rock n' roll (ou a oportunidade perfeita pra exaltar toda a beleza de Kate Hudson), mas também por ser um filme sobre viagem, descobertas e desilusões. É também uma daquelas histórias cheias de camadas, que a cada vez que você assiste novamente descobre uma coisa diferente, um lado novo. E eu acho que conforme os anos passam, o roteiro conversa com uma parte nova da gente e a cada vez acontece uma identificação com um personagem. Deve ser por isso que ele é sempre citado entre as minhas listas de filmes favoritos e a trilha sonora é frequente alternativa pra quando estou em busca de inspiração e quentinho no coração.



Sandy Quintans
@sandyquintans

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

The end of the f***ing world e o resgate do universo indie

The end of the f***ing  world e o resgate do universo indie
Mesmo que eu seja uma defensora dos filmes, nem mesmo eu consigo negar que estamos vivendo tempos brilhantes no quesito séries. Deve ser exatamente por isso que tenho assistido tantas ultimamente. Acho que nunca antes tivemos tantas produções interessantes e temas importantes abordando coisas que, ás vezes, os longas metragens não conseguem alcançar. Em meio a tudo isso, sempre surgem produções que são mais despretensiosas que acabam aparecendo ali pra acompanhar num dia que você esteja procurando algo diferente, sabe? 


The end of the f***ing world, da Netflix, é uma dessas séries curtinhas, bem produzidas pra você assistir de uma só vez. Ela não é feita pra ser a melhor coisa que você já viu na vida e não tem a menor pretensão de ser. Acredito que, justamente, por isso é que ela se dá liberdade de tentar coisas mais incomuns, combinando um mix de indie-rock com country americano, com uma temática super estadunidense e um humor bem britânico. 

James é um garoto que tem certeza que é psicopata e ele sente que está pronto pra encarar o próximo passo, que é matar uma pessoa. Já Alyssa é uma menina que se sente incompreendida e acha o mundo o saco, o que a acaba atraindo a fazer amizade com James, a única pessoa que parece ser um pouco fora da caixinha que ela conhece. Dessa aproximação, acaba surgindo o plano de fugir juntos e viver um pouco, enquanto que pra James essa parece ser chance ideal pra matar Alyssa. 


O que eu gosto muito dessa sinopse é que é uma produção em que a gente espera que seja americana, mas como a série é britânica, dá um toque esquisito pra como ela é contada. Inclusive, essa é uma brincadeira do roteiro, tanto com a trilha sonora, com a estética da fotografia e também dos próprios diálogos. A própria Alyssa comenta que “isso não é um filme, porque se fosse, estaríamos nos Estados Unidos”. Outro ponto positivo da série fica por conta da edição que torna tudo muito dinâmico e traz um humor bem sutil para as coisas. 

Tenho uma queda por histórias que usam dos roteiros surreais pra falar de coisas muito humanas. O comportamento bizarro desses adolescentes, na verdade, é mais uma oportunidade pra falar sobre traumas e depressão. Afinal, eles não chegam até essa fase de desesperança sem algo que os levasse até esse momento, situações que vamos descobrindo ao longo dos episódios e só por fim nos faz sentir empatia por esses personagens, que nada mais são que anti-heróis. 


The end of the f***ing world é uma série pra quem gosta de humor mais dark, mas também é uma boa pedida pra aquela tarde que você tá meio entediado e afim de ver uma coisa diferente, porque no mínimo será interessante. Ah! e a série já está confirmada para a segunda temporada.



Sandy Quintans
@sandyquintans

sábado, 20 de janeiro de 2018

Como é manter um blog em 2018?

Como é manter um blog em 2018?
Houve um tempo em que a internet era cercada de blogs e cada internauta seguia pelo menos uns quatro, cinco assiduamente. E depois a gente foi tendo que se despedir desses cantinhos pouco a pouco. Eu acho que blogar sempre foi uma das minhas coisas preferidas no universo, porque acabou sendo a melhor maneira de expressar meus sentimentos e compartilhar com alguém uma coisa interessante ou até mesmo uma reflexão. 

Ilustração da Betany Baker

Vocês se lembram como o mundo era há dez anos? Sabe, eu lembro, mesmo. Nós estávamos naquele frenesi de criar a profissão que hoje a gente credita como criador de conteúdo ou influenciador, com os blogs bem famosos e vários de look do dia. Hoje, nós encaramos a noticia de que o Petiscos está se aposentando, um blog, meio portal que ajudou a gente a moldar como é trabalhar na internet. 

A verdade, verdade mesmo, é que estamos em um tempo em que manter um blog é quase que um ato de resistência enorme, porque vai indo contra a corrente de tudo que está sendo criado pra internet, afinal, nós amamos uma rede social, não é mesmo? (eu amo mesmo, apesar de ter virado o jogo total pra pequenos criadores de conteúdo). Mas ainda bem que tá cheio de gente resistindo e escrevendo e sendo relevante, a gente só precisa de uma forcinha pra chegar até eles. 

Assim como a gente também precisa fazer uma força danada pra produzir conteúdo. Assim como se concentrar em uma leitura ficou cada vez mais difícil com toda a distração que o mundo moderno nos fornece, parar pra se dedicar a criar um texto, um ensaio ou qualquer coisa que merece ser compartilhada nunca foi tão difícil – mesmo que tenhamos acesso a tecnologia nunca antes vista pra auxiliar todos os processos. 

GIF incrível da Maori Sakai
Apesar disso, nunca amei tanto o conteúdo que passamos a produzir e acho, sim, que até aqui os últimos tempos foram os melhores em qualidade pro nosso canto. O futuro do P! eu realmente não sei qual é, mas esse é de longe o projeto do qual eu me orgulho mais, não só por ser algo que concretiza a irmandade de Sandy+Helen, mas por cada aventura que tudo isso nos proporcionou e por tudo que descobrimos sermos capazes de criar. 

Sandy Quintans
@sandyquintans
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