Eleanor & Park
Rainbow Rowell
editora Novo Século
328 páginas
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"Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinho, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. eleanor, ruiva, sempre vestida com os roupas estranhas e grandes (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e The Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo."
Esse é um romance que me encantou desde a capa: como não gostar da ilustração minimalista, que não revela quase nada dos personagens, mas ao mesmo tempo deixa óbvio as suas características mais importantes? Ali já estão retratados protagonistas, a jovem Eleanor, que tem cabelos ruivos, pela clara com sardas e se acha uma menina feia e diferente das outras, e Park, o menino que só usa roupas pretas, combinando com seus cabelos, gosta de rock e lê muitos quadrinhos. Ambos têm poucos amigos e se sentem deslocados em seu habitat, onde a maioria dos adolescentes da sua idade só querem curtir, bagunçar, tirar sarro uns dos outros e paquerar.
A primeira vez que se encontram é dentro do ônibus escolar, onde Park já está e Eleanor entra. Cada aluno parece ter seu lugar marcado e a menina acaba ficando sem banco para sentar. Então Park se compadece dela, notando logo de cara que ela é diferente, se veste muito mal, como se suas roupas fossem de outra pessoa e divide seu banco com ela, garantindo que eles mantenham uma certa distância e tampouco façam qualquer tipo de contato.
Ao mesmo tempo que Park reflete sobre a primeira impressão que teve da garota, ela vai pensando nas reações das pessoas diante dela. E assim a narrativa vai se desenvolvendo, hora estamos dentro da cabeça de Park, ora de Eleanor, e ficam claros seus pensamentos e sentimentos mais profundos. Essa é uma característica interessante, que permite ao leitor conhecer totalmente os dois personagens, enquanto vai intercalando o ponto de vista de um e de outro personagem.
O livro todo foca no romance entre Eleanor e Park que, apesar de alguns percalsos, vai crescendo dia após dia. A primeira coisa que os une são os quadrinhos que Park lê no ônibus e que chamam a atenção da menina. Depois, eles passam a compartilhar as músicas que gostam, e aos poucos vão se tornando mais próximos, até que se tocam e percebem que gostam demais um do outro para não tentar ficar juntos.
Eleanor tem uma família complicada: com mais 4 irmãos, mora numa micro casa, onde dividem o mesmo quarto. Sua mãe se casou com um cara que não faz a menor questão de agradar ninguém; ele bate na mãe dela, não põe comida decente em casa, fuma maconha e, ao que tudo indica, está envolvido com coisas ilícitas. Na ânsia de ter alguma privacidade, Eleanor mantém seus objetos mais importantes reunidos numa caixa de frutas, onde passa a guardar as lembranças de Park também, torcendo para que ninguém descubra sua linda relação com ele.
Já Park tem a família bem estruturada, uma casa impecavelmente organizada onde mora com os pais e um irmão. A mãe é coreana e Park herdou algumas de suas características físicas, o que deixam seu visual bem diferente dos demais meninos da escola. A princípio, sua família não concordou com o namoro com Eleanor, mas depois acabaram percebendo que a menina fazia bem a ele, e cederam.
Os dois só se encontravam na casa de Park e no ônibus para a escola, mas ali não podiam namorar de verdade, porque não queriam ser alvo das brincadeiras dos colegas. É muito fofo acompanhar o crescimento dos sentimentos deles e como os próprios protagonistas não têm muita noção do que está acontecendo com eles, só sabem que precisam um do outro.
Durante a leitura vamos relembrando de nós mesmos quando nos apaixonamos pela primeira vez e de como aquele sentimento parecia que ia durar para sempre. Eleanor e Park sentem esse amor que dói quando não estão próximos, mas que ao mesmo tempo não sabem o que fazer com tanto sentimento, tanta vontade de ficar junto, de ser parte da vida do outro.
Muitas frases de Park são profundas e românticas, dentro do esperado para sua idade e experiência, mas cada uma delas é bastante comovente, principalmente por causa da estrutura da narrativa, que nos mostra imediatamente a reação de Eleanor a elas. Quando ele pega na mão dela pela primeira vez, ele revela o que sentiu ao fazê-lo, e no próximo parágrado ela é quem nos conta a sensação da pele dele na dela.
"Park ainda segurava a ponta do lenço, esfregando a seda entre os dedos. Ela o observava.
Se ele olhasse para o rosto de Eleanor naquele momento, veria quão idiota ela era. Dava para sentir seu rosto ficando todo risonho e abobado. Se Park a olhasse naquele momento, sacaria tudo.
Ele não olhou. Enrolou a seda em torno de seus dedos até que a mão dela ficou pendurada no espaço entre eles.
Então, deslizou seda e dedos para dentro da palma da mão dela.
E Eleanor desintegrou-se." (página 74)
Tudo em "Eleanor & Park" é doce, inocente e dá uma sensação boa no leitor, como se ele pudesse dividir com eles toda aquela descoberta do primeiro amor. Em alguns momentos existe uma certa tensão, principalmente no relacionamento deles com suas famílias, mas o importante mesmo é o romance. Tudo entre eles vai ficando tão lindo que a certa altura eu senti medo do que iria acontecer para serpará-los, e exatamente por essa sensação de que algo ruim vai acontecer a qualquer momento, a estória prende a atenção e a leitura flui rapidamente. Com seus parágrafos dinâmicos e uma linguagem bem simples, permeada de música boa e super heróis bastante conhecidos, a narrativa envolve e conquista o leitor. Certamente, esse é um livro marcante, que vai entrar para os seus favoritos.
Joana Masen
@joana_masen
Esse é um romance que me encantou desde a capa: como não gostar da ilustração minimalista, que não revela quase nada dos personagens, mas ao mesmo tempo deixa óbvio as suas características mais importantes? Ali já estão retratados protagonistas, a jovem Eleanor, que tem cabelos ruivos, pela clara com sardas e se acha uma menina feia e diferente das outras, e Park, o menino que só usa roupas pretas, combinando com seus cabelos, gosta de rock e lê muitos quadrinhos. Ambos têm poucos amigos e se sentem deslocados em seu habitat, onde a maioria dos adolescentes da sua idade só querem curtir, bagunçar, tirar sarro uns dos outros e paquerar.
A primeira vez que se encontram é dentro do ônibus escolar, onde Park já está e Eleanor entra. Cada aluno parece ter seu lugar marcado e a menina acaba ficando sem banco para sentar. Então Park se compadece dela, notando logo de cara que ela é diferente, se veste muito mal, como se suas roupas fossem de outra pessoa e divide seu banco com ela, garantindo que eles mantenham uma certa distância e tampouco façam qualquer tipo de contato.
Ao mesmo tempo que Park reflete sobre a primeira impressão que teve da garota, ela vai pensando nas reações das pessoas diante dela. E assim a narrativa vai se desenvolvendo, hora estamos dentro da cabeça de Park, ora de Eleanor, e ficam claros seus pensamentos e sentimentos mais profundos. Essa é uma característica interessante, que permite ao leitor conhecer totalmente os dois personagens, enquanto vai intercalando o ponto de vista de um e de outro personagem.
O livro todo foca no romance entre Eleanor e Park que, apesar de alguns percalsos, vai crescendo dia após dia. A primeira coisa que os une são os quadrinhos que Park lê no ônibus e que chamam a atenção da menina. Depois, eles passam a compartilhar as músicas que gostam, e aos poucos vão se tornando mais próximos, até que se tocam e percebem que gostam demais um do outro para não tentar ficar juntos.
Eleanor tem uma família complicada: com mais 4 irmãos, mora numa micro casa, onde dividem o mesmo quarto. Sua mãe se casou com um cara que não faz a menor questão de agradar ninguém; ele bate na mãe dela, não põe comida decente em casa, fuma maconha e, ao que tudo indica, está envolvido com coisas ilícitas. Na ânsia de ter alguma privacidade, Eleanor mantém seus objetos mais importantes reunidos numa caixa de frutas, onde passa a guardar as lembranças de Park também, torcendo para que ninguém descubra sua linda relação com ele.
Já Park tem a família bem estruturada, uma casa impecavelmente organizada onde mora com os pais e um irmão. A mãe é coreana e Park herdou algumas de suas características físicas, o que deixam seu visual bem diferente dos demais meninos da escola. A princípio, sua família não concordou com o namoro com Eleanor, mas depois acabaram percebendo que a menina fazia bem a ele, e cederam.
Os dois só se encontravam na casa de Park e no ônibus para a escola, mas ali não podiam namorar de verdade, porque não queriam ser alvo das brincadeiras dos colegas. É muito fofo acompanhar o crescimento dos sentimentos deles e como os próprios protagonistas não têm muita noção do que está acontecendo com eles, só sabem que precisam um do outro.
Durante a leitura vamos relembrando de nós mesmos quando nos apaixonamos pela primeira vez e de como aquele sentimento parecia que ia durar para sempre. Eleanor e Park sentem esse amor que dói quando não estão próximos, mas que ao mesmo tempo não sabem o que fazer com tanto sentimento, tanta vontade de ficar junto, de ser parte da vida do outro.
Muitas frases de Park são profundas e românticas, dentro do esperado para sua idade e experiência, mas cada uma delas é bastante comovente, principalmente por causa da estrutura da narrativa, que nos mostra imediatamente a reação de Eleanor a elas. Quando ele pega na mão dela pela primeira vez, ele revela o que sentiu ao fazê-lo, e no próximo parágrado ela é quem nos conta a sensação da pele dele na dela.
"Park ainda segurava a ponta do lenço, esfregando a seda entre os dedos. Ela o observava.
Se ele olhasse para o rosto de Eleanor naquele momento, veria quão idiota ela era. Dava para sentir seu rosto ficando todo risonho e abobado. Se Park a olhasse naquele momento, sacaria tudo.
Ele não olhou. Enrolou a seda em torno de seus dedos até que a mão dela ficou pendurada no espaço entre eles.
Então, deslizou seda e dedos para dentro da palma da mão dela.
E Eleanor desintegrou-se." (página 74)
Tudo em "Eleanor & Park" é doce, inocente e dá uma sensação boa no leitor, como se ele pudesse dividir com eles toda aquela descoberta do primeiro amor. Em alguns momentos existe uma certa tensão, principalmente no relacionamento deles com suas famílias, mas o importante mesmo é o romance. Tudo entre eles vai ficando tão lindo que a certa altura eu senti medo do que iria acontecer para serpará-los, e exatamente por essa sensação de que algo ruim vai acontecer a qualquer momento, a estória prende a atenção e a leitura flui rapidamente. Com seus parágrafos dinâmicos e uma linguagem bem simples, permeada de música boa e super heróis bastante conhecidos, a narrativa envolve e conquista o leitor. Certamente, esse é um livro marcante, que vai entrar para os seus favoritos.
Joana Masen
@joana_masen
Esse livro é tão fofinho e tão inocente que fez com que eu amasse cada página dele. Depois disso acabei virando fã da autora e eu não vejo a hora de chegar mais livros dela por aqui. Ontem eu terminei de ler fangirl outro livro dela e estou aqui vomitando arco iris até agora. hahaha
ResponderExcluirAcho que todos os livros dela devem ter uma coisa nerd com romance e toda essa coisa mágica de um amor inocente entre adolescentes. É até impossível não se identificar com algumas cenas. Acho que a gente fica igual os personagens quando encontra um amor, sem saber lidar com aquele turbilhão de sentimentos e isso faz com que a gente fique conectado na história.
Enfim, acho que tenha a mesma opinião que você sobre o filme e amei a resenha. É muito legal ver pessoas amando um livro que foi especial para você. hihihi :)
Beijos!
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