quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Joana leu: Como (quase) namorei Robert Pattinson, de Carol Sabar

"Como (quase) namorei Robert Pattinson"
Carol Sabar
editora Jangada
464 páginas

"Aos 19 anos, Duda é literalmente viciada na saga Crepúsculo. Já perdeu a conta de quantas vezes leu os livros da série e assistiu aos filmes. Através de um perfil secreto na internet, ela se comunica com outras fãs que, assim como ela, estão totalmente convencidas de que não há garoto no mundo que valha um dente canino do vampiro Edward Cullen. Sua obsessão ganha fôlego com uma temporada de estudos em Nova York, onde ela faz planos mirabolantes para conhecer pessoalmente Robert Pattinson, o ator que interpreta o vampiro nos cinemas."
Esse livro é muito divertido! Mas não um divertido bobo, sem conteúdo, forçado: a autora Carol Sabar conseguiu usar um tema que estava super na moda - vampiros de Crepúsculo - para escrever uma estória cheia de momentos cômicos, mas com personagens quase reais, que em alguns momentos nos fazem até esquecer que a base para tudo foi a criação de Stephenie Meyer.
Como não poderia deixar de ser, a protagonista é uma adolescente, que está deslumbrada pelas criaturas de "Crepúsculo", em especial pelo ator que vive Edward nos filmes, Robert Pattinson, que ela considera o homem mais lindo do universo. Para alegria de Duda, ela vai passar alguns meses estudando em Nova York, e quer dar um jeito de conhecer seu ídolo nesse período.

Ela vai morar em Manhattan com a irmã e algumas meninas mais velhas que ela, que não entendem sua fixação pela saga. Então ela leva seus livros de estimação (sim, de estimação, já que ela os trata como se fossem a coisa mais importante do mundo) escondidos na bagagem, para continuar lendo e relendo sua estória preferida.

Eis que ela acaba trancando os livros no armário do apartamento, e não sabe a senha para abri-lo. Duda fica muito nervosa e quer pegar seus livros de volta, mas não pode contar para ninguém que eles estão ali. A partir desse acidente algumas situações a levam a conhecer seu vizinho, um menino lindo e maravilhoso que é a cara do Pattinson. Imaginem a cabeça da pobre Duda quando se vê frente a frente com seu suposto ídolo!

Miguel é lindo, rico, misterioso e, para ajudar, tem um Volvo prata igualzinho ao do Edward, mas parece não saber dessa coincidência incrível. Duda vai se envolvendo com o menino e ele se torna uma obsessão para ela, uma pessoa mais inalcançável que o próprio Pattinson, já que Miguel se mostra um tanto quanto complicado e confuso, ora querendo ficar o mais longe possível de Duda, ora lhe dando uma pontinha de esperança de também sente alguma coisa por ela.

Tudo isso rende momentos muito divertidos e as risadas são garantidas. Duda tem um ótimo humor e usa muito sarcasmo em suas frases, e as meninas que dividem o apartamento com ela também se mostram muito espirituosas. Com muitas referências a cinema, música e a cultura em geral, Carol Sabar cria bons diálogos, cheios de humor, choques de realidade e sonhos de uma jovem que, no fundo, só quer ver seu amor correspondido.

Pouco antes do final do livro acontece uma reviravolta surpreendente e Duda protagoniza cenas hilárias, numa aventura que me pegou de surpresa, já que eu acreditava que àquela altura do livro nada mais aconteceria de relevante, e era só esperar o final feliz dos personagens principais. A menina se mete numa pequena confusão, mas que acaba valendo a pena pois deixa mais perto de a realizar seu grande sonho.

O livro é consideravelmente grande, mas a leitura é tão leve e divertida que dá pra terminar rapidinho e ainda se divertir muito com as peripécias de Duda. A estória tem vários momentos que merecem destaque, mas nada é mais impagável que a Crepuscólica em ação: Duda mantém um perfil secreto numa rede social onde compartilha com outras meninas seu amor por "Crepúsculo", tão exageradamente quanto qualquer menina que viveu essa fase de verdade. Eu ri muito e até me identifiquei um pouco com Duda, e sei que se eu tivesse 15 anos na época do lançamento dos livros, com certeza também seria como ela.

O livro é bom demais, e eu super recomendo: esqueça o preconceito contra a saga, já que aqui o foco é a Duda, e não os vampiros. "Como quase namorei Robert Pattinson" é interessante desde a capa, e a narrativa divertidíssima também pode te pegar de surpresa. A escrita de Carol Sabar é impecável e ela usa de um humor tão inteligente que diverte o leitor, fazendo o livro cumprir seu papel, que é entreter. Apesar de ser voltado para um público juvenil, qualquer pessoa pode ler e se divertir com cada trapalhada de Duda em busca de seu grande ídolo.

Joana Masen
@joana_masen

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