terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Cinematura - On the Road

Depois que conheci a história de Patti Smith, tive um interesse especial pelos beatniks. Logo, acabei me interessando em ler a "bíblia dos beats", o incrível "On the Road" de Jack Kerouac, que influenciou dezenas de gerações. O livro é um clássico americano, que acabou sendo eternizado para o cinema pelas mãos de um brasileiro: Walter Salles.

A história conta as trajetórias de Sal Paradise, junto com seu excêntrico amigo Dean Moriarty, e suas aventuras pelas estradas americanas. Traz o espírito de liberdade do final dos anos 1950 e parte dos 1960, em que pouco se falava em trabalho, mas, sim, em experiências. É importante lembrar que o livro é meio que autobiográfico, em que ele se inspirou em muitos de seus amigos para a composição das personagens.

Confesso, depois de tantas travessias de uma costa a outra dos Estados Unidos e de tantas orgias, o livro se torna meio maçante. Ainda mais se levarmos em consideração a linguagem adotada por Kerouac, de escrever tudo em uma só vez, escrito conforme seus pensamentos iam surgindo. A impressão que dá é de que os capítulos nunca tem fim. Aliás, essa é umas das principais características do escritor.

Mas não deixa de ser um livro interessante, assim como foi sua adaptação. Adorei assistir ao filme, pois achei menos cansativo que o original e traz um elenco excelente, com uma fotografia maravilhosa. Também adorei ver as narrações de Kerouac no longa metragem, o que trouxe o toque e o espirito que o autor quis levar para sua história.

Acredito que o grande atrativo desta obra, tanto no livro quanto no filme, esteja naquilo que ela representa. É cansativo em algumas partes, mas trata-se de um símbolo para a geração da década de 1960, que se viu influenciada a largar as maneiras tradicionais do jeito americano de se viver. De repente era possível abandonar tudo, ter apenas  alguns poucos dólares no bolso (é incrível o que um dólar poderia fazer por você nesta época) e muita vontade de ter novas experiências. Entender este símbolo por si só, já faz desta obra um grande triunfo.


Sandy Quintans
@sandyquintans

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